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O Atletismo ao longo dos tempos
O Atletismo é, a par do Futebol, a modalidade que se pratica desde sempre no Sporting Clube de Portugal, sendo também aquela que mais contribuiu para que o Clube seja o segundo da Europa com mais títulos conquistados, só ultrapassado pelo Barcelona.
O Sporting e os seus atletas já ganharam um numero interminável de títulos nacionais e regionais, e bateram muitos recordes, e em termos internacionais já conquistaram várias medalhas, sendo presença constante nas Selecções Nacionais, que ao longo dos tempos foram participando nos grandes eventos da modalidade.
Duas grandes figuras marcaram decisivamente o Atletismo leonino: Salazar Carreira e Moniz Pereira. O primeiro como atleta, treinador e dirigente, numa fase inicial em que o Clube logo se impôs como a grande potência da modalidade em Portugal; O segundo numa fase mais recente, onde se abriu o caminho para a excelência, que permitiu ao Sporting e a alguns dos seu atletas, atingirem grandes resultados a nível internacional.
O palmarés do Atletismo do Sporting a nível nacional é esmagador em praticamente todas especialidades da modalidade e, dele já constam perto de duas centenas de Campeonatos por equipas. Para além disso, a nível internacional o Sporting foi 14 vezes Campeão Europeu de Corta-Mato, atingindo o ponto mais alto da sua história, quando no ano 2000, conquistou a Taça dos Clubes Campeões Europeus de Atletismo em Pista.
Individualmente a lista das grandes figuras do Atletismo leonino é enorme, mas naturalmente que os maiores destaques vão para Carlos Lopes, com a sua Medalha de Ouro e Recorde Olímpico na Maratona dos Jogos de Los Angeles em 1984, isto para além dos três títulos de Campeão Mundial de Corta-Mato que conquistou em 1976, 1984 e 1985 e, para Fernando Mamede com o seu Recorde Mundial dos 10.000m, que durou cinco anos, isto sem esquecer Rui Silva e Naíde Gomes, que numa fase mais recente conquistaram um número impressionante de medalhas em grandes competições internacionais.
Os Jogos Olímpicos Nacionais
O movimento olímpico gerou grande entusiasmo em todo o mundo e Portugal não foi excepção. Assim em 1910, por iniciativa da Liga Desportiva dos Trabalhadores Atléticos e da Sociedade Promotora de Educação Física, foram criados os Jogos Olímpicos Nacionais, que visavam estimular e orientar o desporto no nosso País.
Naturalmente que o Atletismo era a modalidade em maior destaque nesta nova competição que se realizou até 1914 e, na lista dos atletas vencedores dos Campeonatos de Portugal, existente no Portal da Federação Portuguesa de Atletismo, são considerados até 1913 os resultados obtidos nos Jogos Olímpicos Nacionais, embora existam algumas pequenas diferenças entre essa lista e certos relatos da imprensa da época e, no que diz respeito ao Sporting Clube de Portugal, em relação às listas de Campeões do Clube, publicadas no Boletim do Sporting e mais tarde no livro "50 anos ao serviço do Desporto e da Pátria".
O que é certo é que foi a partir desta altura que se começou a fazer a contagem de tempos, a homologação de marcas, os rankings de resultados e as listas de Recordes e Campeões, sendo que em 1914 foi formada a Federação dos Sports Atléticos, que durante os dois anos da sua existência organizou os Jogos Sportivos Nacionais, que a Federação Portuguesa de Atletismo considera como Campeonatos Nacionais dessas duas épocas, mas que não tiveram a participação dos atletas do Sporting Clube de Portugal, devido a uma divisão entre os clubes, que aconteceu na sequência do aparecimento daquele novo organismo.
Neste período para além das disciplinas olímpicas, disputavam-se também outras provas que depois foi retiradas do programa das competições nacionais, como as corridas de 1000m e 2000m obstáculos, os saltos sem balanço, o pentatlo, a luta de tracção e algumas estafetas.
Foi também nessa época que arrancaram as corridas de Crosse ou Corta Mato, que davam inicio à temporada ainda no Inverno e, que terão tido as suas primeiras edições entre 1911 e 1913, numa altura em que eram conhecidas como provas de "cross-country", por terem sido importadas de Inglaterra onde estas corridas tinham grande tradição.
Os Campeonatos Regionais e Nacionais
A I Guerra Mundial colocou um travão em toda a actividade desportiva na Europa, pelo que em Portugal as competições de Atletismo praticamente pararam nesse conturbado período e, só viriam a ser retomadas após a criação da Federação Portuguesa de Atletismo, fundada em 5 de Novembro de 1921.
Assim, em 1922 tiveram inicio os Campeonatos Nacionais de Atletismo, que eram precedidos por competições a nível regional, onde os atletas disputavam a qualificação para a grande competição nacional. As competições regionais por vezes incluíam várias provas não olímpicas, nomeadamente as sempre muito populares estafetas, entre outras que à medida que o tempo foi passando foram desaparecendo.
Embora não havendo uma competição oficial por equipas, no final destas provas a imprensa estabelecia uma classificação colectiva, geralmente baseada na atribuição de pontos aos três primeiros classificados em cada prova, embora os critérios pudessem outros, o que por vezes gerou alguma discussão. São esses os títulos não oficiais, que nós consideramos como "Campeonatos de Portugal" na secção do Palmarés do Atletismo, que abaixo se segue.
O programa dos Campeonatos Nacionais inicialmente era composto pelas corridas de 100m, 200m, 400m, 800m, 1500m, 3000m 5000m, 10000m, 110m barreiras e 400m barreiras, os saltos em Altura, Comprimento e Vara, os lançamentos de Peso, Disco, e Martelo e as estafetas dos 4x100m e 4x400m. Em 1923 foi introduzido o Lançamento de Dardo e partir de 1926 foi incluído o Triplo Salto e retirada a corrida dos 3000m. Só mais tarde, em 1949, a prova dos 3000m obstáculos passou a fazer parte do programa oficial das competições masculinas, que assim a partir dessa altura passou a ser composto pelas 20 disciplinas olímpicas, embora mais tarde também tenha sido incluída uma prova de marcha atlética.
A Maratona tinha o seu Campeonato Nacional à parte, no entanto esta competição foi sempre muito irregular em termos de continuidade, mas havia outras provas de estrada, e nesta fase inicial a estafeta Cascais-Lisboa era talvez a mais popular de todas, e viria a ganhar por direito próprio um lugar de destaque no calendário do Atletismo português, tendo-se iniciado em 1932, com uma “edição 0” e, até 2004 apenas não se realizou em 1953 e 1956.
Tradicionalmente as épocas começavam no final do ano com algumas provas de estrada, ao que se seguiam as competições de Corta Mato, mas os Campeonatos Nacionais desta especialidade apenas tiveram três edições nos anos vinte (1922, 1923 e 1928), a juntar às três iniciais, até arrancarem definitivamente a partir de 1930.
As Senhoras e os Campeonatos Nacionais de Clubes
Só a partir de 1937 é que há noticias da realização em Portugal de provas oficiais de Atletismo feminino, com o alargamento dos Campeonatos Nacionais às Senhoras, que englobariam as corridas de 60m e de 150m, a estafeta dos 3x60m, os saltos em Altura e Comprimento e os lançamentos do Peso, Disco e Dardo, até que em 1941 a corrida dos 80m barreiras foi acrescentada ao programa das provas femininas.
A partir de 1939, a Federação Portuguesa de Atletismo passou a atribuir oficialmente o titulo de Campeão Nacional de Clubes no sector masculino, com base na distribuição de pontos, consoante as classificações dos diversos atletas que disputavam as provas dos Campeonatos Nacionais, situação que em 1944 foi alargada ao sector feminino.
Como não podia deixar de ser o Sporting também foi pioneiro quando as senhoras avançaram para as pistas de Atletismo, embora numa primeira fase o Belenenses tenha sido o clube mais forte neste sector. Mesmo assim algumas atletas leoninas como Hedi de Sá ou Olga Ribeiro, estiveram em grande evidência nestes primeiros anos da modalidade em Portugal.
Seria no entanto já na década de 60 do século XX, que o Sporting alargaria o seu domínio ao sector feminino, sob a influência de grandes atletas como Lídia Faria, Francelina Anacleto e Eulália Mendes.
Os contactos internacionais
Depois dos Jogos Olímpicos que se iniciaram ainda no Século XIX, em 1934 arrancaram os Campeonatos da Europa de Atletismo, competições que foram interrompidas pela II Guerra Mundial e que seriam retomadas em 1946 com a realização dos Europeus em Oslo, onde no entanto os atletas portugueses não marcaram presença.
Nesta primeira fase a participação nacional foi muito reduzida e não deixou marcas, com António Stromp e José Palhares Costa nos Jogos Olímpicos e António Calado nos Europeus, a serem os representantes do Sporting Clube de Portugal nestes eventos. De resto os contactos internacionais resumiam-se a alguns confrontos entre Selecções, geralmente com Espanha.
A partir dos Jogos de 1948, a participação portuguesa nas grandes competições internacionais passou a ser mais regular e surgiram alguns resultados que já podiam ser considerados como positivos, com os atletas leoninos Álvaro Dias, Manuel Faria e Manuel de Oliveira, a serem os principais emblemas dessa evolução.
Foi também a partir desta altura que algumas das provas não olímpicas que se disputavam em Portugal no sector feminino, nomeadamente na velocidade, foram sendo substituídas pelas distâncias aprovadas internacionalmente, mas durante algum tempo as competições femininas no nosso País resumiam-se aos Campeonatos Regionais e Nacionais e ao Pentatlo Nacional, pelo que a evolução das atletas foi muito lenta e sem nenhum paralelo com o que se passava no estrangeiro.
O Sporting sempre na frente
O Sporting foi desde sempre o Clube português que mais apostou no Atletismo, liderando praticamente em todas as vertentes e em quase todos os momentos desta modalidade em Portugal, mesmo que pontualmente o Benfica tenha oferecido alguma resistência e que no sector feminino o Belenenses tenha inicialmente tido um período de hegemonia.
No entanto o Sporting esteve sempre à frente no que diz respeito aos métodos de treino e à dedicação a esta modalidade, contribuindo não só com o trabalho feito com os seus atletas, mas também com a realização de competições como o "Primeiro Passo" onde se descobriram alguns talentos escondidos na província, e fomentando os contactos internacionais, com a realização de torneios, principalmente a partir do momento da construção do Estádio José Alvalade, que foi dotado com a melhor pista de Atletismo de Portugal.
Assim a partir de 1956 o domínio do Sporting no Atletismo português intensificou-se, e depois de 1959 alargou-se ao sector feminino, onde foi possível dar-se um grande salto qualitativo que permitiu que as senhoras tivessem os seus primeiros contactos internacionais, enquanto os homens já iam conseguindo alguns bons resultados e classificações dignas, apesar do atraso geral do desporto português em relação ao que já se fazia nos países mais desenvolvidos.
Esse domínio foi materializado com algumas series de vitórias verdadeiramente impressionantes, como foram os casos dos 10 títulos consecutivos no Corta Mato Masculino, entre 1965 e 1974, a serie de 11 Campeonatos Nacionais de Pista Masculinos entre 1956 e 1966, que depois de uma acidental interrupção, foi superada por uma nova dose, que entre 1968 e 1979 chegou os 12 títulos, enquanto no sector feminino a serie de vitórias consecutivas atingiu os 18 títulos, entre 1959 e 1976.
Nos anos de 1959 e 1960 realizaram na FIL, as primeiras provas de Atletismo em Pista Coberta, de que há registo em Portugal, no entanto a falta de condições do recinto impediu que a experiência vingasse. De qualquer forma como não poderia deixar de ser, os atletas do Sporting açambarcaram vitórias e Recordes.
Em 1960 e 1962, realizaram-se os Jogos Ibero-Americanos, que na sua 1ª edição disputada em Santiago do Chile, tiveram nos sportinguistas Pedro de Almeida, Manuel de Oliveira e Álvaro Conde, os primeiros atletas portugueses a conquistarem medalhas internacionais. No entanto depois da 2ª edição realizada em Madrid, onde pela primeira vez participaram as senhoras, esta competição foi interrompida, sendo retomada apenas em 1983, com a denominação de Campeonatos Ibero-Americanos.
Em 1964 Manuel de Oliveira ficou no 4º lugar na prova dos 3000m obstáculos dos Jogos Olímpicos de Tóquio, falhando por pouco a conquista de uma Medalha, isto depois de alguns anos antes, Manuel Faria ter ganho por duas vezes a Corrida de São Silvestre de São Paulo, naquela que na altura foi considerada como a maior proeza do Atletismo português até então. A importância dada a esta competição na época era tal, que as temporadas abriam com uma prova para apurar o representante de Portugal na mesma.
Estes resultados eram os primeiros sinais de que um trabalho profundo daria inevitavelmente frutos saborosos.
A Taça da Europa e os Campeonatos de Clubes
Em 1965 arrancou a Taça Bruno Zauli, uma competição de Selecções que mais tarde se passou a denominar-se Taça da Europa e que serviu para mostrar o enorme atraso do Atletismo português, em relação a grande parte dos outros países europeus.
Em 1966 realizaram-se pela primeira vez no sector masculino, os Campeonatos Nacionais de Clubes, independentes dos Campeonatos de Portugal individuais, com o Sporting a arrancar nessa nova fase como o vencedor, atingindo assim o seu 11º titulo consecutivo, um feito até aí inédito. Inicialmente estes Campeonatos não eram mais do que um duelo entre o Sporting e o Benfica, os únicos clubes com capacidade para apresentarem atletas nas 20 especialidades olímpicas que faziam parte do programa. Em 1972 o Campeonato foi alargado a três clubes e em 1983 passou para quatro, até que em 1987 se chegou ao figurino actual com 8 clubes.
Assim, em 1966 os Campeonatos Nacionais individuais, que passaram a ser denominados como Campeonatos de Portugal, dividiam-se em duas jornadas, uma englobando as disciplinas tradicionais excepto as estafetas e os 10000m e a outra que juntava estas provas, às especialidades não olímpicas, que em 1974 viriam a ser retiradas do programa.
Em 1967 retomaram-se as competições não oficiais em Pista Coberta, com a realização de provas no Pavilhão do Estádio Universitário, mas as condições ainda estavam longe de ser as melhores. Mesmo assim no ano seguinte, José Lourenço conseguiu um 4º lugar na corrida dos 1500m dos Jogos Europeus em Pista Coberta.
No sector feminino foi-se acertando o passo com o que se fazia lá fora, e a partir de 1965 a corrida dos 400m passou a fazer parte do mapa das provas, o mesmo acontecendo no ano seguinte com os 800m, com as atletas do Sporting Clube de Portugal, Eulália Mendes e Céu Lopes, a assumirem a liderança nestas provas de velocidade prolongada.
Foi também nessa altura que arrancou o Corta Mato feminino, mas esse foi um dos poucos sectores do Atletismo em que o Sporting não exerceu um acentuado domínio, tendo as primeiras vitórias chegado apenas em 1972.
Em 1969 foi a vez do meio fundo chegar ao Atletismo feminino, com a inclusão da prova dos 1500m, ao mesmo tempo que a estafeta dos 4x400m também passou a fazer parte do programa das provas oficiais, enquanto nas barreiras, os 80m eram substituídos pelos 100m.
Em 1976 realizaram-se pela primeira vez, também no sector feminino, os Campeonatos Nacionais de Atletismo de Clubes, independentes dos Campeonatos de Portugal individuais, inicialmente apenas com três clubes, uma situação que neste caso viria a evoluir ao mesmo ritmo e nos mesmos moldes do que aconteceu no sector masculino.
Lopes e Mamede
No final da década de 60 do século XX, chegaram ao Sporting dois atletas que viriam a marcar uma época de ouro no Atletismo leonino e português.
Carlos Lopes e Fernando Mamede, cada um à sua maneira, ficaram para sempre na história do Sporting Clube de Portugal. O primeiro com a sua raça de Leão, que lhe permitia superar-se a si próprio nos grandes momentos, tornando-se no primeiro atleta português a conquistar títulos mundiais e medalhas olímpicas, e o segundo verdadeiramente imbatível na luta contra o cronometro, conseguindo um rol de marcas impressionante, até se tornar no primeiro Recordista Mundial da história do Atletismo português.
A revolução de Abril de 1974 terá também contribuído para que fossem dadas melhores condições de treino a estes atletas, cujos resultados foram a locomotiva que impulsionou o Atletismo nacional para um grande salto qualitativo a todos os níveis.
Assim o Sporting consolidou a sua posição de dominador absoluto do Atletismo Nacional, que no Corta Mato atingiu uma dimensão internacional, com conquista de várias Taças dos Campeões Europeus nesta espectacular variante do Atletismo.
A partir de 1975 passou-se a disputar a Taça do Campeões Europeus de Atletismo, com o Sporting a ser naturalmente o crónico representante de Portugal nas primeiras edições desta nova competição, chegando mesmo a ter a honra de receber a prova no Estádio José Alvalade, na época de 1979.
No sector feminino continuou a aproximação ao programa masculino, com a introdução de novas provas como os 400m barreiras e os 3000m, e o alargamento dos Campeonatos de Portugal individuais às senhoras.
O Sporting continuou a ter as melhores atletas, com destaque nesta fase para Conceição Alves, que sucedeu a Lídia Faria como a grande figura do Atletismo feminino.
Grandes feitos em tempos de crise
Com o decorrer dos anos o amadorismo passou a ser apenas uma farsa, e os grandes atletas tornaram-se verdadeiros profissionais, orientando as suas carreiras para os meetings internacionais, onde o dinheiro impunha a sua lei.
Em Portugal a liberalização das transferências dos atletas provocou algumas convulsões na modalidade e o dinheiro também entrou em campo, sendo utilizado como a única arma capaz de combater a hegemonia do Sporting no panorama do Atletismo português.
Nos 25 anos compreendidos entre 1956 e 1980, o Sporting Clube de Portugal conquistara 23 Campeonatos Nacionais de Atletismo no sector masculino e 20 no sector feminino, para além de 20 Campeonatos Nacionais de Corta Mato, um domínio verdadeiramente esmagador e para alguns insuportável, daí os ataques desferidos ao Atletismo leonino, quando na década de 80 do século XX, o Clube passou por algumas crises diretivas e financeiras, que o Benfica aproveitou para fazer um verdadeiro assalto aos melhores atletas leoninos.
Os primeiros ataques aconteceram ainda nos aos 70, quando Carlos Sustelo atravessou a 2ª circular em direcção ao Estádio da Luz, mas daí para a frente a guerra nunca mais parou, e mesmo que o Sporting tenha tentado responder, a verdade é que nessa fase perdeu atletas de grande gabarito como José Carvalho, Maria João Lopes, Adília Silvério, Raposo Borges e José Pedroso, entre muitos outros, que na maior parte dos casos viram as suas carreiras estagnar a partir daí.
Só na época de 1982 foram 22 os atletas do Sporting que se transferiram para o Benfica, o que levou a secção de Atletismo do Clube a decidir não participar nas provas por equipas do sector feminino que fora verdadeiramente dizimado, uma situação que na temporada seguinte foi alargada aos homens e que originou a descida das equipas do Sporting à 2ª divisão.
Mas curiosamente foi nesta fase complicada que Carlos Lopes e Fernando Mamede conseguiram os maiores feitos da história do Atletismo português, ao mesmo tempo que o Sporting ia revelando uma impressionante capacidade de reconstruir as suas equipas, mantendo a hegemonia no Corta Mato e continuando a somar títulos na Pista, ou pelo menos a dar luta a quem muito investira numa modalidade que apesar de tudo continuava a ter no Sporting um Clube de referência.
Neste período o Sporting perdeu o domínio nas competições de Pista, apostando em manter as suas maiores figuras e uma equipa muito forte no Corta Mato, o que lhe valeu a manutenção da hegemonia nesta variante, onde o Clube chegou ás 14 vitórias na Taça dos Campeões Europeus, numa fase onde se destacaram os Gémeos Castro.
Mais competições e a emancipação das mulheres
Entretanto o numero de competições continuou a aumentar. Em 1983 recomeçaram os Campeonatos Ibero-Americanos e arrancaram os Campeonatos do Mundo, dois anos depois realizaram-se os Jogos Mundiais em pista coberta que dariam origem aos Campeonatos do Mundo desta variante do Atletismo que arrancaram em 1987, depois de no ano anterior terem começado os Campeonatos Mundiais de Atletismo no escalão de Juniores.
Em Portugal no sector feminino, em 1981 o Pentatlo foi substituído pelo Heptatlo e, no ano seguinte começou a disputar-se a Maratona Nacional, para em 1986 ser a vez dos 10000m passarem a fazer parte do programa oficial das senhoras.
Só a partir de 1987 é que começaram a ser disputados os Campeonatos Nacionais em pista coberta, mas inicialmente apenas eram atribuídos títulos individuais, uma situação que viria a ser alterada em 1994 com a realização dos primeiros Campeonatos Nacionais de Clubes de uma forma independente dos Campeonatos de Portugal individuais.
Em 1990 realizou-se o primeiro Campeonato Nacional de Estrada, com o Sporting e Dionísio Castro a serem os vencedores, no entanto esta foi uma variante em que o Clube nunca apostou, sendo uma das poucas áreas do Atletismo onde o Sporting não lidera os rankings nacionais.
Em 1994 começaram a disputar-se os Campeonatos da Europa de Corta Mato, numa altura em que os atletas portugueses davam cartas nesta especialidade, pelo que as seleções nacionais conquistaram várias medalhas que tiveram o contributo dos atletas do Sporting.
Em 1995 o programa das provas femininas aproximou-se ainda mais do masculino, com a introdução das disciplinas do Lançamento do Martelo e do Triplo Salto e a substituição da corrida dos 3000m pela dos 5000m.
Palmarés
Internacional
- 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus em Pista, Masculinos
- 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus em Pista (Grupo B), Masculinos
- 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus em Pista (Grupo B), Femininos
- 14 Taças dos Clubes Campeões Europeus de Corta-Mato, Masculinos
- 1977, 1979, 1981, 1982, 1983, 1984, 1985, 1986, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993 e 1994
- 11 Títulos de Campeão Europeu de Clubes de Corta Mato, Individual, Masculino
Nacional
Corta Mato
- 44 Campeonatos Nacionais de Crosse, Masculinos
- 1912, 1928, 1930, 1931, 1935, 1941, 1942, 1943, 1948, 1949, 1950, 1952, 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1976, 1977, 1978, 1979, 1980, 1982, 1983, 1984, 1985, 1986, 1987, 1988, 1989, 1991, 1993, 1995 e 1997
- 3 Campeonatos Nacionais de Crosse, Femininos
- 8 Campeonatos Nacionais de Crosse Curto, Masculinos
- 2000, 2001, 2002, 2003, 2009, 2010, 2011 e 2012
- 3 Campeonatos Nacionais de Crosse Curto, Femininos
- 31 Campeonatos Nacionais de Crosse, Juniores Masculinos
- 1934, 1935, 1936, 1937, 1938, 1941, 1943, 1944, 1947, 1948, 1950, 1951, 1954, 1955, 1960, 1970, 1971, 1973, 1976, 1977, 1978, 1979, 1986, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 2000 e 2002.
- 1 Campeonato Nacional de Crosse , Juniores Femininos
- 4 Campeonatos Nacionais de Crosse, Juvenis Masculinos
- 9 Campeonatos Nacionais de Crosse, Principiantes Masculinos
- 1949, 1950, 1951, 1954, 1960, 1961,1962, 1963 e 1965
- 49 Campeonatos Nacionais de Crosse, Individual, Masculino
- 1912 - Matias de Carvalho, 1923 - Albano Martins, 1928 - Manuel Dias, 1930 - Manuel Dias, 1931 - Manuel Dias, 1935 - Adelino Tavares, 1941 - Manuel Nogueira, 1942 - Aníbal Barão, 1943 - Alberto Ferreira, 1947 - Filipe Luís, 1948 - Filipe Luís, 1949 - Afonso Marques, 1950 - Álvaro Conde, 1951 - Filipe Luís, 1952 - Filipe Luís, 1955 - Manuel Faria, 1956 - Manuel Faria, 1957 - Manuel Faria, 1958 - Manuel Faria, 1959 - Manuel Faria, 1960 - Joaquim Ferreira, 1962 - Manuel de Oliveira, 1963 - Manuel Andrade Marques, 1964 - Manuel de Oliveira, 1965 - Manuel de Oliveira, 1967 - Manuel de Oliveira, 1968 - Manuel de Oliveira, 1970 - Carlos Lopes, 1971 - Carlos Lopes, 1972 - Carlos Lopes, 1973 - Carlos Lopes, 1974 - Carlos Lopes, 1976 - Carlos Lopes, 1977 - Carlos Lopes, 1978 - Carlos Lopes, 1979 - Fernando Mamede, 1980 - Fernando Mamede, 1981 - Fernando Mamede, 1982 - Carlos Lopes, 1983 - Fernando Mamede, 1984 - Carlos Lopes, 1985 - Fernando Mamede, 1986 - Fernando Mamede, 1987 - Dionísio Castro, 1990 - Domingos Castro, 1991 - Dionísio Castro, 1993 - Domingos Castro, 1994 - Domingos Castro e 1998 - Domingos Castro
- 2 Campeonatos Nacionais de Crosse, Individual, Feminino
- 1972 - Céu Lopes e 1973 - Filomena Vieira de Carvalho
- 10 Campeonatos Nacionais de Crosse Curto, Individual, Masculino
- 2000 - Rui Silva, 2001 - Rui Silva, 2002 - Rui Silva, 2003 - Rui Silva, 2008 - Mário Teixeira, 2009 - Rui Silva, 2010 - Rui Silva, 2011 - Rui Silva, 2012 - Rui Silva e 2013 - Rui Silva
- 1 Campeonato Nacional de Crosse Curto, Individual, Feminino
- 2012 - Carla Salomé Rocha
- 2 Campeonatos Nacionais de Crosse Curto, Individual, Sub-23 Masculino
- 2009 - Ricardo Mateus e 2010 - Ricardo Mateus
- 2 Campeonatos Nacionais de Crosse Curto, Individual, Sub-23 Feminino
- 2004 - Rita Simões e 2012 - Carla Salomé Rocha
- 18 Campeonatos Nacionais de Crosse, Individual, Juniores Masculino
- 1937 - Amadeu Silva; 1939 - Afonso Henriques; 1941 - Salvador Antunes; 1942 - Alberto Ferreira; 1948 - Joaquim Quaresma; 1950 - Casimiro Lúcio; 1951 - Manuel Faria; 1955 - Dias Santos; 1958 - Armando Aldegalega; 1959 - Manuel Lopes; 1960 - Manuel de Oliveira; 1961 - Manuel de Oliveira; 1969 - José Diogo; 1973 - Carlos Cabral; 1977 - João Campos; 1993 - Mário Gamito; 2000 - Bruno Silva; 2002 - Carlos Silva
- 1 Campeonato Nacional de Crosse, Individual, Juniores Feminino
- 3 Campeonatos Nacionais de Crosse, Individual, Juvenis Masculino
- 1972 - António Ribeiro; 1985 - Rui Viegas; 2000 - Carlos Silva
Ar Livre
- 48 Campeonatos Nacionais de Pista, Masculinos
- 1941, 1943, 1945, 1946, 1947, 1948, 1950, 1956, 1957, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1966, 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1975, 1976, 1977, 1978, 1979, 1981, 1985, 1987, 1988, 1995, 1997, 1998, 1999, 2000, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010
- 43 Campeonatos Nacionais de Pista, Femininos
- 1945, 1946, 1947, 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1975, 1976, 1979, 1980, 1981, 1987, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2011, 2012 e 2013
- 1 Campeonato Nacional da 2ª Divisão de Pista, Masculinos
- 1 Campeonato Nacional da 2ª Divisão de Pista, Femininos
- 4 Taças de Portugal de Pista, Masculinos
- 5 Taças de Portugal de Pista, Femininos
- 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000
- 12 Campeonatos de Portugal, Masculinos
- 1923, 1925, 1926 1927, 1928, 1929, 1930, 1931, 1932, 1935, 1936 e 1937
- 3 Campeonatos de Portugal, Femininos
- 16 Decatlo Nacional, Masculinos
- 1950 - Eduardo Cunha; 1956 - José Cameira; 1957 - Fernando Marques; 1961 - Fernando Marques; 1964 - Tadeu de Freitas; 1965 - Tadeu de Freitas; 1966 - Tadeu de Freitas; 1967 - Tadeu de Freitas; 1969 - Tadeu de Freitas; 1970 - Vítor Silva; 1972 - Joaquim Raposo Borges; 1974 - José Carvalho; 1978 - Joaquim Carvalho; 1979 - José Sol; 1986 - Carlos Cunha; 1996 - Luís Herédio Costa
- 4 Heptatlo Nacional, Femininos
- 1983 - Conceição Alves; 1987 - Ana Morais; 1992 - Mónica Sousa; 1993 - Mónica Sousa
- 10 Pentatlo Nacional, Femininos
- 1963 - Eulália Mendes; 1964 - Lídia Faria; 1965 - Francelina Anacleto; 1966 - Lídia Faria; 1967 - Lídia Faria; 1968 - Lídia Faria; 1974 - Conceição Alves; 1975 - Conceição Alves; 1976 - Conceição Alves; 1980 - Conceição Alves
- 3 Campeonatos Nacionais de Sub-23, Masculinos
- 2 Campeonatos Nacionais de Sub-23, Femininos
- Campeonatos Nacionais de Pista, Juniores Masculinos
- 1934, 1936, 1939, 1942, 1943, 1945, 1947, 1950, 1951, 1954, 1956, 1961, 1965, 1975, 1976, 1977, 1978, 1993, 1994, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2002
- Campeonatos Nacionais de Pista, Juniores Femininos
- 1971, 1972, 1974, 1975, 1976, 1978, 1991, 1992, 1995, 1998 e 1999
- 4 Campeonatos Nacionais de Pista, Juvenis Masculinos
- 2 Campeonatos Nacionais de Pista, Juvenis Femininos
- 3 Campeonatos Nacionais de Pista, Principiantes Masculinos
Pista Coberta
- 16 Campeonatos Nacionais de Pista Coberta, Masculinos
- 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011
- 18 Campeonatos Nacionais de Pista Coberta, Femininos
- 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2011, 2012 e 2013
- 1 Campeonatos Nacionais de Pista Coberta, Sub-23 Femininos
- 2 Campeonatos Nacionais de Pista Coberta, Juniores Masculinos
Estrada
- 1 Campeonato Nacional de Estrada, Masculino
- 39 Estafeta Cascais-Lisboa, Masculino
- 1935, 1942, 1946, 1947, 1948, 1949, 1950, 1951, 1952, 1961, 1962, 1963, 1964, 1967, 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1976, 1977, 1978, 1979, 1980, 1981, 1984, 1985, 1986, 1987, 1988, 1989, 1990, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997
- 3 Estafeta Guincho-Algés, Masculino
- 2 Estafeta Cascais-Lisboa, Feminino
- 1 Campeonato Nacional de Estrada, Individual Masculino
- 12 Campeonatos Nacionais de Maratona, Individual Masculino
- 1913 - Armando Almeida; 1962 - Álvaro Conde; 1964 - Armando Aldegalega; 1966 - Armando Aldegalega; 1967 - Armando Aldegalega; 1968 - Armando Aldegalega; 1969 - Armando Aldegalega; 1971 - Armando Aldegalega; 1972 - Armando Aldegalega; 1973 - Armando Aldegalega; 1974 - Armando Aldegalega; 1980 - Armando Aldegalega;
Regional
Corta Mato
- Campeonatos Regionais de Crosse, Masculinos
- 1912, 1923, 1928, 1929, 1930, 1935, 1936, 1941, 1942, 1943, 1949, 1950, 1951, 1952, 1954, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1975, 1976, 1978, 1979, 1980, 1982, 1983, 1985, 1986, 1993, 1995 e 1997
- Campeonatos Regionais de Crosse, Femininos
- 1972, 1973, 1974, 1975, 1979, 1980, 1992, 1993, 1994, 1995 e 1997
- Campeonatos Regionais de Crosse Curto, Masculinos
Pista
- Campeonatos Regionais de Pista, Masculinos
- 1922, 1923, 1926 1927, 1928, 1929, 1930, 1931, 1932, 1933, 1934, 1936, 1937, 1938, 1941, 1942, 1945, 1946, 1947, 1948, 1949, 1950, 1956, 1957, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1966, 1968, 1970, 1971, 1972, 1973, 1975, 1977, 1978, 1979, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010
- Campeonatos Regionais de Pista, Femininos
- 1938, 1939, 1940, 1941, 1942, 1943, 1945, 1948, 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1975, 1976, 1977, 1980, 1981, 1993, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, e 2013.
Grandes Figuras