Depois de ter completado a Gerência anterior, em 5 de Dezembro de 1974 a Direcção de João Rocha foi reeleita, com profundas alterações na sua constituição:
Cargo
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Nome
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Observações
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Presidente |
João António dos Anjos Rocha |
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Vice Presidente para as Relações Externas |
José Alfredo Parreira Holtreman Roquete |
Até
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Vice Presidente para as Actividades Administrativas |
Joaquim Lourenço Bernardo |
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Vice Presidente para Gestão Financeira |
João Amado de Freitas |
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Vice Presidente |
José Nunes dos Santos |
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Vice Presidente para as Relações com Associados e Expansão |
Francisco Gorjão Lencastre de Freitas |
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Vice Presidente para as Actividades Desportivas Profissionais |
Alberto Neto Simões Dias |
Até Dezembro de 1974
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Vice Presidente |
Artur de Sousa Marques |
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Vice Presidente |
João Osório Pinto |
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Vice Presidente para o Jornal |
João José Pinho Xara Brasil |
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Vice Presidente |
Joaquim Martins Grilo |
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Vice Presidente |
Mário José da Silva Garcia |
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Vice Presidente para as Actividades Desportivas Profissionais |
João Aranha |
Até 21-10-1977
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Romeu Adrião da Silva Branco |
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Sobral Júnior |
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Gomes Nunes |
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Diretor adjunto dos Serviços Administrativos |
Alberto Lourenço |
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Director de Obras e Melhoramentos |
Manuel Lopes |
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Director de Obras e Melhoramentos |
José Matias |
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Director de Actividades Amadoras |
Jorge Fagundes |
Até 28-01-75
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Director de Actividades Amadoras |
Ernesto Ferreira da Silva |
Até 28-01-75
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Director de Actividades Amadoras |
José Fidalgo |
Até 28-01-75
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Director de Actividades Amadoras |
Avelar Costa |
Até 28-01-75
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Director de Actividades Amadoras |
Manuel Gonzaga da Silva |
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Director de Actividades Amadoras |
José Garcia Alvarez |
Desde 28-01-75
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Director de Actividades Amadoras |
Miguel Rodrigues Leal |
Desde 28-01-75
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Director de Actividades Amadoras |
Rui Pignatelli |
Desde 28-01-75
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Director de Actividades Amadoras |
Adriano Mesquita |
Desde 28-01-75
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Director de Actividades Amadoras |
Vítor Salgado |
Desde 28-01-75
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Director de Actividades Amadoras |
João Aranha |
Desde 28-01-75
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Adriano de Oliveira |
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Fiel Farinha |
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Manuel da Luz Aranha |
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João Rocha apresenta o seu projeto
Logo na Assembleia Geral eleitoral do dia 5 de Dezembro, João Rocha reiterou que só tinha aceite a Presidência do Sporting porque lhe tinham sido garantidos apoios para a viabilização da Sociedade de Construções e Planeamento (S.C.P.), que até à data não se tinham concretizado, primeiro porque as promessas do Governo do regime anterior tinham sido sucessivamente adiadas e depois devido aos constrangimentos resultantes da revolução de Abril, mas agora estava-se prestes a chegar a uma solução definitiva com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, sendo que para tal o Clube tinha comprado por avultada quantia um terreno com 10 mil metros quadrados. Para além disso, João Rocha prometeu que se os sócios aderissem à compra de 5 mil lugares cativos da nova bancada que garantiriam 25 mil contos, o Clube providenciaria os restantes 15 mil contos necessários para as obras do fecho do anel do estádio, isto sem esquecer que a campanha de angariação de fundos para a construção do Pavilhão proposta por João Xara Brasil, também já estava em curso e já tinha rendido 3 mil contos.
Nessa altura João Rocha perante algumas críticas por não ter renovado o contrato com Mário Lino, tentou endossar responsabilidades ao treinador açoriano, afirmando que tinha sido ele a colocar o seu lugar à disposição, pelo que o Sporting não podia mendigar a sua continuidade no Clube, revelando depois que ele tinha ganho 1200 contos na época anterior. Em relação à renovação tardia com Yazalde, contou que lhe tinha proposto um contrato de três épocas em Março, mas que o argentino só o tinha aceite quando regressou a Portugal depois das férias, numa altura em que devido à alteração da situação no País, o Sporting já não podia manter as condições propostas anteriormente, uma realidade que o "Bota de Ouro" acabou por aceitar, chegando-se então a um compromisso para mais duas épocas, em vez de apenas uma como era intenção do Sporting, no respeito da nova política implementada no Clube.
No dia 26 de Dezembro de 1974 reuniu-se a Assembleia Geral da Sociedade de Construções e Planeamento, sob a presidência de Adelino Palma Carlos, para a eleição do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, presididos respetivamente por Venâncio Deslandes e João Rocha.
Em Junho de 1975 a Câmara Municipal de Lisboa aprovou os planos de construção apresentados pelo Sporting e autorizou as obras projetadas, depois de resolvidos alguns impasses com a expropriação de terrenos, com o Sporting a comprar uma parte e a desistir de outra, pelo que o avanço da Sociedade de Construções e Planeamento ficou apenas dependente da aprovação de todo o projeto pelo Governo.
Na verdade esta Gerência ficou marcada pelas dificuldades que João Rocha teve para viabilizar a Sociedade de Construções e Planeamento, em virtude de terem falhado os apoios prometidos pela Câmara Municipal de Lisboa e pelo Governo, isto numa altura de grande instabilidade política no nosso País.
Esta situação levou ao prolongamento do seu mandato, em virtude do Conselho Leonino não ter podido ver reunidas as condições para que os nomes propostos por aquele Órgão, para liderarem os Corpos Gerentes do Sporting Clube de Portugal, aceitassem esse desafio, por considerarem estar criada uma situação de privilegio a outro clube, o que desencadeara a necessidade de se exigir para o Sporting tratamento igual da parte das entidades competentes, pelo que sem que essas condições estivessem reunidas, não estavam disponíveis para aceitar a responsabilidade de dirigir o Clube.
Assim depois de vários adiamentos da data do ato eleitoral que deveria ter ocorrido no final do ano de 1976, realizou-se no dia 21 de Outubro de 1977 uma Assembleia Geral extraordinária, onde por proposta do Conselho Leonino foi aprovada a prorrogação dos mandados dos Corpos Gerentes em exercício, sendo fixada como data limite para a realização da Assembleia-Geral eleitoral, o dia 31 de Janeiro de 1978.
No entanto e depois de muitos avanços e recuos, só em Outubro de 1978 é que se considerou estarem finalmente reunidas as condições para se elegerem novos Órgãos Sociais para o Sporting Clube de Portugal, apesar do cumprimento das promessas feitas pelas entidades oficiais, ainda não estar totalmente assegurado. Assim no final desse mês realizou-se a competente Assembleia Geral eleitoral, que assinalou o fim desta Gerência.
Apesar de todas estas dificuldades, João Rocha já iniciara a sua obra com a construção de oito Ginásios e três Pavilhões, uma sala de aquecimento para o Futebol, uma sala para as Artes Marciais, outra para a Luta, um complexo de Ténis de Mesa, o melhor Bastu do Pais e as torres de iluminação do Estádio José Alvalade e a Pista de Tartan.
Estes grandes investimentos nas infraestruturas, incrementaram fortemente a prática desportiva no Clube, que movimentava na altura cerca de 8000 atletas, grande parte dos quais na Ginástica, modalidade que muito contribuiu para o crescimento do numero de sócios, que já ultrapassava os 50 mil.
Em Abril de 1975 o Sporting realizou um Colóquio de Futebol Juvenil que versou assuntos como o formato dos campeonatos, alterações aos escalões etários, a preparação física e técnica dos jogadores, a arbitragem e as regras do jogo e questões de saúde.
Em termos desportivos, o Clube potenciou ao máximo o seu ecletismo, e para além da já tradicional hegemonia no Atletismo, onde o Sporting deu inicio a um longo domínio no Corta Mato europeu, com a conquista da sua primeira Taça dos Campeões nesta especialidade, o Clube viveu o seu período áureo no Hóquei em Patins, com a conquista de um tetracampeonato, duas Taças de Portugal e da primeira Taça dos Campeões Europeus ganha por um Clube português, numa modalidade muito querida no nosso País, para além de dois Campeonatos Nacionais e três Taças de Portugal no Basquetebol, um Campeonato Nacional e uma Taça de Portugal no Andebol, entre centenas de títulos individuais e coletivos, em todas as modalidades praticadas.
O Sporting tornou-se ainda na primeira equipa portuguesa a participar na Volta à França em Bicicleta, mas pouco tempo depois abandonou a prática do Ciclismo, que era na altura a segunda modalidade mais dispendiosa do Clube, que assim viu partir Joaquim Agostinho, que já se tornara num dos melhores ciclistas do mundo.
Em 1976 sete atletas do Sporting participaram nos Jogos Olímpicos de Montreal. Carlos Lopes na corrida dos 10 mil metros e Armando Marques no Tiro, foram os dois primeiros atletas olímpicos do Clube a conquistarem Medalhas (ambas de prata), e José Carvalho ficou em 5º lugar na prova dos 400m barreiras. Para além disso nesse ano Lopes foi Campeão do Mundo de Corta Mato e vice Campeão em 1977.
Em 1978 o Sporting deslocou-se à China por iniciativa do Presidente João Rocha, e também conseguiu organizar o Campeonato do Emigrante, durante o qual só em França e durante uma semana, conseguiram-se juntar 48 equipas.
Apenas no Futebol as coisas não correram bem, e neste período o Sporting só ganhou uma Taça de Portugal, com João Rocha a perder algumas das batalhas que travou com um FC Porto em fase de ressurgimento, que resultaram na perda de alguns jogadores importantes, como Damas, Dinis e Carlos Alhinho, isto no meio de muita polémica à volta das arbitragens e da falta de isenção da imprensa desportiva.
O envelhecimento da equipa, a venda de Yazalde e o fim da Lei da Opção, obrigaram à renovação que nem sempre correu bem, apesar dos esforços de João Rocha, que conseguiu contratar Manuel Fernandes e Jordão, este depois de uma disputa com o Benfica, onde foi buscar o experiente lateral direito Artur, abrindo mais uma frente de batalha, numa altura em que não eram habituais estas transferências entre os grandes rivais.
As apostas em treinadores que tinham passado com sucesso pelo Benfica, como foram os casos de Fernando Riera, Jimmy Hagan e Milorad Pavic, não correram bem e o regresso de Juca acabou numa das piores classificações de sempre, que colocou o Sporting pela primeira vez fora das competições europeias.
Em termos financeiros, durante esta Gerência a Direção conseguiu apresentar sempre resultados positivos no final de cada exercício, mas o Futebol e as modalidades continuavam a ser deficitárias e o passivo acendeu 70800 contos, embora o ativo tenha crescido bastante, ultrapassando os 100 mil contos, muito por força da dinâmica de investimentos nas infraestruturas desportivas, o mesmo acontecendo em relação às receitas resultantes da quotização e da exploração das instalações e atividades desportivas.
To-mane 12h55min de 17 de Janeiro de 2012 (WET)