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Dados de Hector Yazalde |
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Nome |
Hector Casimiro Yazalde
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Nascimento |
29 de Maio de 1946
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Naturalidade |
Buenos Aires - Argentina
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Posição |
Futebolista (avançado)
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Escalão
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Época
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Clube
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Jogos
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Golos
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Titulos
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Internacionalizações
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JUV |
JUN |
ESP |
BB |
AA |
Golos
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1965 |
Piraña |
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1966 |
Piraña |
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1ª Divisão |
1967 |
Independiente |
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Campeonato Argentino |
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1ª Divisão |
1968 |
Independiente |
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4 |
1
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1ª Divisão |
1969 |
Independiente |
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4 |
0
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1ª Divisão |
1970 |
Independiente |
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Campeonato Metropolitano |
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1 |
0
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1ª Divisão |
1971 |
Independiente |
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1 |
0
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1ª Divisão |
1971/72 |
SPORTING |
28 |
13 |
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1ª Divisão |
1972/73 |
SPORTING |
38 |
28 |
Taça de Portugal |
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1ª Divisão |
1973/74 |
SPORTING |
35 |
50 |
Campeonato Nacional |
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4 |
2
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1ª Divisão |
1974/75 |
SPORTING |
34 |
37 |
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1ª Divisão |
1975/76 |
Marselha |
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Taça de França |
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1ª Divisão |
1976/77 |
Marselha |
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1ª Divisão |
1977 |
Newell's |
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1ª Divisão |
1978 |
Newell's |
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1ª Divisão |
1979 |
Newell's |
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1ª Divisão |
1980 |
Newell's |
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1ª Divisão |
1981 |
Huracán |
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Total = |
135 |
128 |
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14 |
3
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Os primeiros anos
Yazalde num dos seus primeiros clubes
Hector Yazalde nasceu na Vila Florito, um bairro pobre de Buenos Aires e enquanto criança alimentava dois sonhos: ser médico e jogar futebol no Boca Juniors.
Mas depressa percebeu que não iria realizar o primeiro, pois para ir à escola tinha de arranjar livros emprestados e ainda era criança quando teve de começar a trabalhar, para ajudar no sustento de uma família com oito filhos, num país em crise permanente. Foi vendedor de jornais, ajudou o seu irmão mais velho na venda de fruta e quebrou gelo nas ruas de Buenos Aires e foi nessa altura que ganhou a alcunha de "Chirola", o nome que era dado ás moedas mais pequenas da Argentina, isto porque quando recebeu o pagamento pelo seu primeiro dia de trabalho, foi logo trocar tudo por chirolas, para ter muitas.
Começou a jogar futebol nas ruas descalço, com os amigos e, foi aí que foi descoberto por Júlio Mocoroa, um olheiro que o levou para o Los Andes, mas como não o punham a jogar perdeu a paciência e pediu para sair, pelo que Mocoroa o colocou no Racing, outro clube amador, onde foi aprovado e esteve 10 meses, até ser dispensado com a recomendação de que precisava de comer muito para ganhar cabedal. Tinha 14 anos e chegou mesmo a acreditar que o seu sonho de ser futebolista tinha terminado, pois era rejeitado em todo o lado, ou porque andava descalço e mal vestido, ou porque era muito magro.
Voltou a jogar nas ruas, participando em competições entre bairros e foi aí que nasceu um clube a que deram o nome de Ideal, no qual foi convidado a ingressar, pois apesar continuar a ser muito franzino destacava-se pelo jeito que tinha para meter a bola nas balizas. No entanto essa experiência também acabou mal, pois foi dispensado por um treinador que o considerava demasiado individualista.
Já tinha 17 anos quando conseguiu o seu primeiro emprego a sério, como serralheiro mecânico numa oficina. Foi por essa altura que foi desafiado a tentar a sua sorte num clube de amadores, o Atlético Piraña, onde apesar das habituais desconfianças iniciais, acabou por se fixar na equipa principal que representou durante mais de dois anos, sempre a marcar muitos golos, tornando-se no jogador mais popular entre os adeptos e começando a despertar a cobiça dos grandes clubes argentinos.
Assim, no início de 1967, Julio Humberto Grondona foi observá-lo num jogo em que Yazalde foi expulso aos 10m, tempo suficiente para fazer um golo e convencer o dirigente do Independiente a contratá-lo a troco de 1.800.000 Pesos.
Começou na 3ª categoria e em 5 jogos marcou 14 golos, subindo às Reservas onde em 4 jogos marcou mais 7 golos, prestações que lhe valeram a estreia pelas seleções jovens da Argentina, num jogo frente ao Canadá a contar para os jogos Pan Americanos. Foi então promovido à equipa principal do Independiente, estreando-se logo a marcar o golo da vitória por 2-1 num jogo frente ao Platense, vindo a terminar a temporada como o segundo melhor marcador da equipa com 10 golos, apenas menos 1 do que Luís Artime. Tudo isto em apenas dez meses.
Nessa época conquistou o seu primeiro título de Campeão pelo Independiente e chegou então à Seleção principal do seu País, estreando-se num jogo frente ao Brasil, passando a ser presença constante no onze da Argentina, que representou no Mundial de 1974, quando já era jogador do Sporting e tinha acabado de ganhar a Bota de Ouro, troféu que consagra o melhor marcador dos campeonatos disputados na Europa, estabelecendo na altura um recorde de 46 golos marcados, que só seria batido 38 anos depois por Lionel Messi, que apontou 50 golos na Liga de Espanha da época 2011/12.
Entre 1967 e 1970 disputou 117 jogos pelo Independiente, nos quais marcou 72 golos e em 1970 foi considerado o jogador do ano na Argentina, quando o Campeonato Metropolitano se decidiu no último minuto com um golo seu, despertando então a cobiça de clubes como Santos, Palmeiras, Valência, Lyon, Nacional de Montevideu e Boca Juniors, mas seria o Sporting a ganhar a corrida.
Uma adaptação difícil ao Sporting
Yazalde recebido em Alvalade
Estávamos em Janeiro de 1971 quando Yazalde, então a gozar férias, foi alertado para a presença em Buenos Aires de Abraham Sorin, um destacado dirigente leonino, que foi à Argentina convencer o "Chirola" a vir para o Sporting. O acordo foi rapidamente selado pelo valor de cerca de 3200 contos, a maior transferência até então feita em Portugal. Yazalde juntou-se à equipa do Sporting, que fazia uma digressão na América do Sul, tendo jogado a segunda parte de um encontro com o São Paulo realizado no dia 25 de Janeiro.
Chegou a Lisboa a 11 de Fevereiro, depois de ter mandado construir uma vivenda numa zona chique da Capital argentina, para onde foram viver os seus pais e, teve o seu jogo de apresentação ainda nesse mesmo mês, no entanto não podia ser inscrito para essa temporada, pelo que só se estreou oficialmente ao serviço do Sporting a 12 de Setembro de 1971 e logo com um bis, numa vitória por 4-1 frente ao Boavista, no primeiro jogo do Campeonato Nacional dessa época.
Depois lesionou-se e foi obrigado a jogar em condições deficientes, acabando mesmo por ter de parar. Quando regressou fez 2 jogos pelas Reservas onde marcou 3 golos, recuperando o seu lugar na equipa principal, terminando a época apenas com 28 jogos disputados, nos quais marcou 13 golos.
Não foi pois fácil a sua adaptação ao futebol português, em parte porque inicialmente não terá sido muito bem recebido por um grupo de companheiros de equipa liderados por Fernando Peres, pois dizia-se que ganhava mais do que todos eles juntos e mais tarde contou que só um ano depois de estar em Lisboa é que foi pela primeira vez convidado a ir a casa de um colega, na circunstância Caló.
Para além disso, Yazalde era um jovem sozinho a viver numa grande cidade, pelo que acabou por não resistir ás tentações da noite lisboeta e foram as luzes do Parque Mayer que mais o atraíram e que acabaram por o colocar no caminho certo, pois foi aí que conheceu Carmizé, com quem viria a casar, encontrando a estabilidade e entrando na melhor fase da sua vida pessoal e profissional.
O melhor Yazalde
Na temporada 1972/73 Yazalde já foi o melhor marcador da equipa, com 28 golos em 38 jogos, contribuindo para a conquista da Taça de Portugal, marcando um golo numa Final em que o Sporting ganhou ao Vitória de Setúbal por 3-2.
A época de 1973/74 foi memorável para o Sporting, mas principalmente para Yazalde, que ao marcar 46 golos no Campeonato Nacional, conquistou a Bota de Ouro. Como prémio recebeu também um Toyota, que vendeu dividindo o dinheiro com todos os companheiros de equipa, reconhecendo assim a importância deles na sua proeza, com natural destaque para os extremos Marinho e Dinis, com os quais formou uma linha avançada memorável e um soberbo meio-campo onde pontificavam Vagner e Fraguito, sem esquecer um utilíssimo 2º ponta-de-lança como era Nelson Fernandes.
Infelizmente lesionou-se com uma micro-rotura no fim dessa temporada, e assim não pode participar nas meias finais da Taça das Taças, em que o Sporting acabou por ser ingloriamente eliminado, tendo inclusivamente Dinis falhado um penálti entre outros episódios 'de-ir-à-bruxa', como a perdida de Tomé na 2ª mão, o que como não poderia deixar de ser, fez com que todos se lembrassem dele.
Também não participou em nenhum jogo da Taça de Portugal que o Sporting voltou a ganhar nessa época, e nem sequer marcou presença no Jamor no dia da Final, pois já estava na Alemanha em tratamento, tentando recuperar para o Mundial de 1974, onde esteve em representação da Argentina encerrando aí a sua carreira de internacional. No entanto não se esqueceu de mandar um telegrama a felicitar os seus companheiros por mais essa conquista, materializada com uma vitória por 2-1 sobre o Benfica.
Na temporada seguinte voltou a ser o melhor goleador do campeonato português, agora com 30 golos, que lhe valeram a conquista da Bota de Prata, como o segundo melhor marcador dos campeonatos disputados na Europa, acabando por ser vendido ao Marselha por 12500 contos, quando um ano antes o Real Madrid tinha oferecido 27000.
Foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Atleta Profissional nos anos de 1973 e 1974.
Final da carreira
Em França continuou a marcar golos e ganhou mais uma Taça, mas quis regressar á Argentina e pagou 500 mil dólares para rescindir o seu contrato com o Marselha, pois tinha o sonho de jogar o Mundial de 1978, algo que lhe tinham prometido se voltasse ao seu país, mas que não se concretizou. O Newell's, um clube da cidade de Rosário, que o acolheu nesse regresso á Argentina, não terá sido a melhor escolha, o que agravou a sua situação e foi lá que foi apanhado pela hepatite uma doença que o fragilizou para o resto da vida e que o levou a entrar em depressão, mas foi no Huracán que encerrou a sua brilhante carreira em 1981, mesmo que só tenha disputado um jogo pelo el Quemero.
Depois ainda voltou ao Huracán como treinador adjunto, funções que também desempenhou no River Plate.
A marca de uma Lenda!
Alguns dos momentos futebolísticos de Hector Yazalde no Sporting
Não sendo um jogador alto pois só tinha 1,76m, era um avançado possante, destemido e muito eficaz na hora de finalizar, usando o seu forte remate ou o seu bom jogo de cabeça. Mas acima de tudo tinha aquele instinto de matador, que abençoa os grandes goleadores, que parecem adivinhar sempre onde é que a bola vai cair.
Yazalde marcava golos com uma facilidade impressionante devido em grande medida à simplicidade de processos que executava dentro da grande área. Talvez tenha sido o melhor jogador estrangeiro que passou pelo Sporting, e ficou para a história do Clube como um dos seus maiores goleadores de sempre, com uma média de um golo por jogo no campeonato, uma marca só superada por Peyroteo. No total marcou 155 golos de Leão ao peito, 128 dos quais em jogos oficiais, e 50 na época de 1973/74.
Para além do valioso atributo de "matador", Hector Yazalde era também conhecido pelo desportivismo e fair-play com que encarava todos os jogos, nunca reagindo de modo negativo às inúmeras entradas duras e maldosas que sofria fruto do lugar específico que ocupava dentro de campo.
Vida pessoal
Em Portugal casou-se com a atriz Carmizé, com quem formou um dos casais mais badalados da altura, e de quem teve um filho que nasceu em França, mas acima de tudo deixou sempre vincado o seu grande humanismo e preocupação com as desigualdades sociais, principalmente em relação às crianças, nunca esquecendo as suas origens humildes, pelo que tinha sempre alguma coisa para dar aos miúdos que se amontoavam á porta do Estádio José Alvalade para verem o seu ídolo.
O regresso á Argentina com o qual a sua mulher nunca esteve de acordo, prejudicou a sua vida pessoal e em 1987 separaram-se.
Nessa altura era empresário de futebol, tendo sido o responsável pela vinda de Saucedo para o Sporting.
Padecendo de cirrose hepática, faleceu em Buenos Aires a 18 de Junho de 1997 com 51 anos de idade, vítima de uma hemorragia e paragem cardíaca, mas no Sporting Clube de Portugal já tinha garantido o seu lugar no clube dos imortais.
To-mane 14h01min de 15 de Fevereiro de 2009 (WET)
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