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Chegou-se a falar na saída de [[Randolph Galloway]] que não tinha integrado a comitiva na viagem ao Brasil que encerrara a época anterior, mas o treinador inglês acabou por continuar a trabalhar em conjunto com [[Álvaro Cardoso]] e ambos construíram rapidamente a equipa com base no grupo que tinha brilhado no final da temporada de [[1951/52]].
 
Chegou-se a falar na saída de [[Randolph Galloway]] que não tinha integrado a comitiva na viagem ao Brasil que encerrara a época anterior, mas o treinador inglês acabou por continuar a trabalhar em conjunto com [[Álvaro Cardoso]] e ambos construíram rapidamente a equipa com base no grupo que tinha brilhado no final da temporada de [[1951/52]].
  
Na defesa [[Joaquim Pacheco]] consolidou definitivamente o seu lugar no lado esquerdo e [[Caldeira]] regressou ao lado direito, enquanto no meio campo os recuperados [[Armando Barros]] e [[Juca]] formaram uma dupla de grande qualidade, empurrando para as Reservas [[Veríssimo]], outro veterano, isto sem esquecer o Capitão [[Passos]] que liderava com classe as linhas mais recuadas da equipa.
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Na defesa [[Joaquim Pacheco]] consolidou definitivamente o seu lugar no lado esquerdo e [[Manuel Caldeira|Caldeira]] regressou ao lado direito, enquanto no meio campo os recuperados [[Armando Barros]] e [[Juca]] formaram uma dupla de grande qualidade, empurrando para as Reservas [[Veríssimo]], outro veterano, isto sem esquecer o Capitão [[Passos]] que liderava com classe as linhas mais recuadas da equipa.
  
 
Mais complicado foi resolver o problema do extremo direito, o que somado à grave lesão que afastou [[Travassos]], obrigou a muitas mexidas na linha da frente. [[Rola]] foi a primeira e óbvia opção, mas [[Galileu]] e [[Mendonça]] também jogaram muito nesta época.
 
Mais complicado foi resolver o problema do extremo direito, o que somado à grave lesão que afastou [[Travassos]], obrigou a muitas mexidas na linha da frente. [[Rola]] foi a primeira e óbvia opção, mas [[Galileu]] e [[Mendonça]] também jogaram muito nesta época.
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Revisão das 21h12min de 26 de novembro de 2020

O 2º tri-campeonato

Cc.jpg

O Sporting tinha ganho 5 dos últimos 6 campeonatos e era uma equipa respeitada em todo o mundo, mas muito invejada ou mesmo odiada em Portugal, onde para esta época os clubes rivais investiram no reforço das suas equipas, como nunca antes se tinha visto.

O Sporting pelo contrário apenas recrutou alguns jovens, fazendo fé na máxima de que em equipa que ganha não se mexe. Juvenal foi mais um histórico a abandonar, juntando-se a João Azevedo e Canário que também ainda tinham jogado na época anterior, mas a grande baixa foi Jesus Correia que aos 28 anos foi forçado a escolher entre o Futebol e o Hóquei em Patins, de que também era um destacado jogador no Paço de Arcos e na Selecção Nacional.

Chegou-se a falar na saída de Randolph Galloway que não tinha integrado a comitiva na viagem ao Brasil que encerrara a época anterior, mas o treinador inglês acabou por continuar a trabalhar em conjunto com Álvaro Cardoso e ambos construíram rapidamente a equipa com base no grupo que tinha brilhado no final da temporada de 1951/52.

Na defesa Joaquim Pacheco consolidou definitivamente o seu lugar no lado esquerdo e Caldeira regressou ao lado direito, enquanto no meio campo os recuperados Armando Barros e Juca formaram uma dupla de grande qualidade, empurrando para as Reservas Veríssimo, outro veterano, isto sem esquecer o Capitão Passos que liderava com classe as linhas mais recuadas da equipa.

Mais complicado foi resolver o problema do extremo direito, o que somado à grave lesão que afastou Travassos, obrigou a muitas mexidas na linha da frente. Rola foi a primeira e óbvia opção, mas Galileu e Mendonça também jogaram muito nesta época.

Apesar de todos estes problemas o Sporting andou sempre nos lugares da frente e ainda na 1ª volta chegou a isolar-se duas vezes na liderança da classificação, mas sempre que isso aconteceu a equipa tropeçou surpreendentemente na jornada seguinte, primeiro perdendo em Évora e deixando-se ultrapassar pelo Lusitano e depois empatando em casa com o Boavista, sendo alcançada no topo da classificação pelo Belenenses.

Mas à terceira foi de vez. Na 12ª jornada o Sporting ganhou em Setúbal e voltou a isolar-se, mas agora para não mais largar o 1º lugar, arrumando a questão com um início de 2ª volta verdadeiramente arrasador, ao ganhar nas Salésias por 4-2, seguindo-se nova vitória sobre o Benfica por 3-1 e uma goleada de 5-1 ao FC Porto. À 17ª jornada o Sporting tinha 4 pontos de vantagem sobre o Benfica, 5 sobre o FC Porto e 6 em relação ao Belenenses. Só um desastre roubaria o título aos Leões.

Mais uma derrota surpreendente, esta no Barreiro, ainda avivou as esperanças dos rivais, mas estes também foram tropeçando aqui e ali e assim o Sporting sagrou-se tri-campeão nacional pela segunda vez na sua história, conquistando novamente a Taça “O Século”, naquele que era o 8º Campeonato Nacional ganho pelos Leões, que nessa temporada foi conseguido novamente com relativo à vontade, conforme o demonstram os 4 pontos de vantagem final sobre o Benfica.

Terminado o Campeonato arrancou a Taça de Portugal que começou com o "Dia do Sporting", uma festa inesquecível onde foram entregues à equipa Campeã Nacional as taças O Século, Clipper e Federação, antes do jogo onde o Sporting derrotou a Académica por 3-0, seguindo-se um monumental cortejo até à Praça do Município, com Lisboa a aclamar os seus Campeões de uma forma nunca antes vista.

Concluída a eliminatória com a Académica com nova vitória em Coimbra, o treinador inglês Randolph Galloway resolveu não renovar o seu contrato com o Sporting, sendo substituído por Joseph Szabo que assim regressava ao Lumiar, onde começou a trabalhar de imediato na preparação dos compromissos internacionais que se avizinhavam.

O Sporting ainda fez mais um jogo a contar para a Taça de Portugal, empatando em casa com o Lusitano de Évora, que era nessa altura uma espécie de adversário maldito para os Leões, mas acabou por desistir da prova para poder ir novamente ao Brasil e concentrar-se na Taça Latina, que finalmente iria disputar em casa, tendo para isso a equipa entrado em estágio na Pousada de Vale de Lobos.

Lisboa vestiu-se de verde na esperança de finalmente ver o Sporting a ganhar o título que lhe faltava, mas a má sorte não deixava os Leões, e Joaquim Pacheco lesionou-se logo no início do jogo inaugural, deixando a equipa a jogar duas horas com menos um elemento, contra os italianos do Milan. Mesmo assim registava-se um empate a dois golos no final dos 90 minutos regulamentares, e foram precisos dois prolongamentos para que os italianos garantissem um lugar na Final, ganhando por 4-3.

A vitória por 4-1 sobre o Valência de Espanha, no jogo de atribuição do 3º e 4º lugares, foi um amargo prémio de consolação para quem sentia que merecia muito mais.

Nesta altura mais do que a Taça Latina, os torneios que habitualmente se realizavam no Brasil, eram considerados como as competições mais prestigiadas do futebol mundial a nível de clubes, pois neles se juntavam algumas das melhores equipas da Europa e da América do Sul. O Sporting tinha estado presente nos dois anos anteriores e voltou a ser convidado, graças ao enorme prestigio que granjeara nessas participações, o que de resto neste ano se confirmou pelo facto da Direção leonina ter conseguido que as datas da Taça Latina e da Taça Ribadávia Meyer não colidissem, de forma a permitir a participação do tri-Campeão de Portugal em ambos os torneios.

A época que tinha começado com a conquista da Taça Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, terminou assim com mais uma digressão ao Brasil, onde coube ao Sporting defrontar as melhores equipas de São Paulo e o Campeão do Paraguai.

No primeiro jogo o Sporting perdeu por 2-1 com o Corinthians que era o Campeão paulista e tinha acabado de ganhar o Torneio Rio-São Paulo, a competição mais importante do futebol brasileiro da altura. Foi um jogo muito duro no qual Albano se lesionou com alguma gravidade, enquanto Carlos Gomes, Armando Barros e Travassos ficaram condicionados para a segunda jornada, onde o Sporting voltou a perder desta vez com o São Paulo, num jogo onde Vicente Camilo também se lesionou, ele que tinha sido escalado para substituir Joaquim Pacheco que tinha ficado em Lisboa devido à grave lesão sofrida na Taça Latina. No último jogo o Sporting empatou com o Olímpia e apesar de ter apresentado uma equipa muito remendada, merecia outro resultado.

Ainda houve lugar para um jogo com o Santos, mas a equipa estava muito debilitada pelo que o confronto programado com a Portuguesa do Rio foi cancelado e o Sporting teve de recusar os convites que tinha para jogar na Venezuela e em Buenos Aires com o Boca Juniors.

Nesta temporada a Seleção Nacional disputou dois jogos particulares. Passos, João Martins e Albano marcaram presença em ambos, Juca e Travassos defrontaram a Áustria com o interior leonino a marcar o golo de Portugal, enquanto Vasques jogou e também marcou contra a Argentina.

Continuaram a não se disputar os Campeonatos Regionais de Reservas, tendo a AFL realizado dois torneios que mantiveram as equipas desta categoria em atividade.

Como curiosidade diga-se que o Sporting nesta época inaugurou no seu campo atlético uma instalação de banhos a vapor conhecida como Bastu e um equipamento de inalação de oxigénio, que foram colocados ao serviço da equipa de futebol no sentido de ajudarem os atletas na recuperação do esforço.

To-mane 23h33min de 19 de Agosto de 2008 (UTC)

Figuras

Secção do Futebol

Nome Cargo Jogos V E D Observações
António Cerqueira Director Até Fevereiro de 1953
António Holbeche Director Desde Fevereiro de 1953
Álvaro Cardoso Orientador Técnico 31 22 6 3
Randolph Galloway Treinador 28 21 5 2 Até 18-05-1953
Joseph Szabo Treinador 3 1 1 1 Desde 19-05-1953
Lélio Ribeiro Prep. Físico

Plantel

Jogador Posição Obs. CN TP TL Total
J G J G J G J G
Carlos Gomes Guarda-redes 26 -22 3 -5 2 -3 31 -30
Passos Defesa Capitão 26 0 3 0 2 0 31 0
Pacheco Defesa 26 0 3 0 1 0 30 0
Caldeira Defesa 22 0 3 0 2 0 27 0
Faustino Defesa 4 0 0 0 0 0 4 0
Juca Médio 23 1 2 0 2 0 27 1
Armando Barros Médio 20 0 2 0 2 0 24 0
Veríssimo Médio 5 0 0 0 0 0 5 0
Vicente Camilo Médio 4 0 0 0 1 0 5 0
Ulisses Oliveira Médio 0 0 2 0 0 0 2 0
Vasques Avançado 22 13 3 0 2 3 27 16
João Martins Avançado 26 26 3 5 2 4 31 35
Albano Avançado 24 19 3 1 2 0 29 20
Travassos Avançado 8 3 3 1 2 0 13 4
Mendonça Avançado 13 3 1 0 1 0 15 3
Rola Avançado 12 4 2 0 0 0 14 4
Galileu Avançado 13 5 0 0 1 0 14 5
Oliveira Avançado 3 1 0 0 0 0 3 1
Décio Avançado 1 0 0 0 0 0 1 0
Aparicio Avançado 1 1 0 0 0 0 1 1
Gilberto Correia Avançado 3 0 0 0 0 0 3 0
Gervásio Avançado 2 0 0 0 0 0 2 0
Jesus Correia Avançado 2 1 0 0 0 0 2 1

Legenda
Competição: CN=Campeonato Nacional, TP=Taça de Portugal, TL=Taça Latina


Jogos

Campeonato Nacional

Data Jornada Jogo Resultado Ficha de jogo
28-09-1952 1º Jornada SPORTING – Belenenses 1 – 1 Ficha
05-10-1952 2º Jornada Benfica – SPORTING 2 – 3 Ficha
12-10-1952 3º Jornada SPORTING – Sp. Braga 6 – 1 Ficha
19-10-1952 4º Jornada F.C. Porto – SPORTING 1 – 1 Ficha
26-10-1952 5º Jornada SPORTING – Barreirense 9 – 0 Ficha
02-11-1952 6º Jornada Lusitano de Évora – SPORTING 2 – 0 Ficha
09-11-1952 7º Jornada SPORTING – Atlético 2 – 0 Ficha
30-11-1952 8º Jornada Estoril Praia – SPORTING 1 – 3 Ficha
08-12-1952 9º Jornada SPORTING – Sp. Covilhã 3 – 0 Ficha
21-12-1952 10º Jornada V. Guimarães – SPORTING 0 – 2 Ficha
28-12-1952 11º Jornada SPORTING – Boavista 3 – 3 Ficha
11-01-1953 12º Jornada V. Setúbal – SPORTING 0 – 1 Ficha
18-01-1953 13º Jornada SPORTING – Académica 5 – 0 Ficha
25-01-1953 14º Jornada Belenenses – SPORTING 2 – 4 Ficha
01-02-1953 15º Jornada SPORTING – Benfica 3 – 1 Ficha
08-02-1953 16º Jornada Sp. Braga – SPORTING 3 – 5 Ficha
15-02-1953 17º Jornada SPORTING – F.C. Porto 5 – 1 Ficha
22-02-1953 18º Jornada Barreirense – SPORTING 2 – 1 Ficha
01-03-1953 19º Jornada SPORTING – Lusitano de Évora 7 – 0 Ficha
08-03-1953 20º Jornada Atlético – SPORTING 0 – 3 Ficha
15-03-1953 21º Jornada SPORTING – Estoril Praia 3 – 1 Ficha
22-03-1953 22º Jornada Sp. Covilhã – SPORTING 0 – 0 Ficha
29-03-1953 23º Jornada SPORTING – V. Guimarães 4 – 0 Ficha
12-04-1953 24º Jornada Boavista – SPORTING 1 – 1 Ficha
19-04-1953 25º Jornada SPORTING – V. Setúbal 1 – 0 Ficha
26-04-1953 26º Jornada Académica – SPORTING 0 – 1 Ficha

Classificação

Clube J V E D GM - GS P
1. SPORTING 26 19 5 2 77 - 22 43
2. Benfica 26 17 5 4 75 - 27 39
3. Belenenses 26 15 6 5 60 - 29 36

Taça de Portugal

Data Jornada Jogo Resultado Ficha de jogo
03-05-1953 1.ª Eliminatória SPORTING – Académica 3 – 0 Ficha
10-05-1953 Oitavos de Final Académica – SPORTING 1 – 2 Ficha
24-05-1953 Quartos de Final SPORTING – Lusitano de Évora 2 – 2 Ficha
31-05-1953 Quartos de Final Lusitano de Évora – SPORTING V – FC Ficha

Taça Latina

Data Jornada Jogo Resultado Ficha de jogo
04-06-1953 Meias Finais SPORTING – A.C. Milan (Itália) 3 – 4 Ficha
06-06-1953 3º e 4º lugares SPORTING – Valência (Espanha) 4 – 1 Ficha

Outros Jogos

Data Jornada Jogo Resultado Ficha de jogo
14-09-1952 Torneio Abertura SPORTING – Belenenses 3 – 1 Ficha
21-09-1952 Torneio Abertura SPORTING – Benfica 2 – 2 Ficha
23-11-1952 Amigável Est. Amadora – SPORTING 0 – 11 Ficha
04-01-1953 Amigável SPORTING – Wacker Viena (Áustria) 3 – 2 Ficha
05-04-1953 Amigável SPORTING – FC Zagreb (Croácia) 6 – 1 Ficha
17-05-1953 Torneio relâmpago SPORTING – Atlético 1 – 0 Ficha
17-05-1953 Torneio relâmpago SPORTING – Benfica 0 – 3 Ficha
14-06-1953 Taça Ribadávia Meyer Corinthians (Brasil) – SPORTING 2 – 1 Ficha
17-06-1953 Taça Ribadávia Meyer São Paulo (Brasil) – SPORTING 4 – 1 Ficha
20-06-1953 Taça Ribadávia Meyer Olímpia (Paraguai) – SPORTING 1 – 1 Ficha
26-06-1953 Amigável Santos (Brasil) – SPORTING 6 – 3 Ficha
Resumo da Época
Campeonato Nacional Taça de Portugal Taça Latina
Campeão Quartos de final 3º lugar

Ver também

Outros links de interesse