Dados de João Martins | ![]() | |
Nome | João Baptista Martins | |
Nascimento | 3 de Setembro de 1927 | |
Naturalidade | Sines - Portugal | |
Posição | Futebolista (avançado) |
Escalão | Época | Clube | Jogos | Golos | Titulos | Internacionalizações | ||||||
JUV | JUN | ESP | BB | AA | Golos | |||||||
Regionais | 1943/44 | Sport Lisboa e Sines | ||||||||||
Regionais | 1944/45 | Sport Lisboa e Sines | ||||||||||
Regionais | 1945/46 | Sport Lisboa e Sines | ||||||||||
2ª Categoria | 1946/47 | SPORTING | ||||||||||
1ª Divisão | 1947/48 | SPORTING | 4 | 3 | Campeonato Nacional | |||||||
1ª Divisão | 1948/49 | SPORTING | 6 | 1 | Campeonato Nacional | |||||||
1ª Divisão | 1949/50 | SPORTING | 6 | 2 | ||||||||
1ª Divisão | 1950/51 | SPORTING | 14 | 5 | Campeonato Nacional | |||||||
1ª Divisão | 1951/52 | SPORTING | 29 | 18 | Campeonato Nacional | |||||||
1ª Divisão | 1952/53 | SPORTING | 31 | 35 | Campeonato Nacional | 2 | 0 | |||||
1ª Divisão | 1953/54 | SPORTING | 31 | 39 | Campeonato Nacional Taça de Portugal |
2 | 0 | |||||
1ª Divisão | 1954/55 | SPORTING | 30 | 24 | 3 | 0 | ||||||
1ª Divisão | 1955/56 | SPORTING | 24 | 7 | 3 | 0 | ||||||
1ª Divisão | 1956/57 | SPORTING | 30 | 15 | 1 | 0 | ||||||
1ª Divisão | 1957/58 | SPORTING | 30 | 12 | Campeonato Nacional | |||||||
1ª Divisão | 1958/59 | SPORTING | 15 | 3 | ||||||||
Total = | 250 | 164 | 1 | 11 | 0 |
Alentejano de Sines, João Martins teve uma infância difícil trabalhando como corticeiro, pelo que o seu jeito para marcar golos quando jogava no Sport Lisboa e Sines, acabou por ser uma porta para uma vida melhor.
Em 1946 veio para Lisboa pela mão do seu amigo Alfredo Trindade que o queria levar para o Sporting, mas João tinha os pés bem assentes na terra e estava consciente de que naquela altura a linha avançada dos Leões era constituída pelos Cinco Violinos, com um suplente de luxo como Armando Ferreira, pelo que decidiu tentar a sua sorte na CUF, pedindo em troca apenas um emprego. Treinou e agradou, mas como o emprego não aparecia recusava-se a assinar e não jogava, continuando no entanto a treinar.
Nessa altura os fabris treinavam lado a lado com o Sporting no Lumiar A, e foi lá que o Dr. Abrantes Mendes descobriu João Martins e ofereceu-lhe um contrato que ele assinou sem regatear, recebendo na hora 100 escudos da mão do Presidente Ribeiro Ferreira e ficando a ganhar 400 escudos por mês.
Nos primeiros tempos jogou pouco, mas o abandono de Peyroteo foi outra porta que se lhe abriu, e apesar da chegada de Mário Wilson que vinha destinado a ocupar a vaga deixada em aberto pelo maior goleador da história do futebol português, foi João Martins que acabou por ganhar o lugar de avançado centro, posição que consolidou depois da chegada de Randolph Galloway, tornando-se então no melhor marcador da equipa.
Avançado alto, magro e versátil, jogou em todas as posições do ataque, e não era apenas um goleador, sendo também muitas vezes um brilhante assistente. De resto originalmente atuava como extremo ou interior esquerdo, posições que voltou a desempenhar no Sporting sempre que chegava um dos muitos avançados centros que na altura passaram pelo Clube sem grande sucesso, pelo que João Martins acabava invariavelmente por ser a solução.
Chegou a jogar a guarda-redes, primeiro contra o Olhanense em 1950, e pouco depois em Marvila, devido a lesão de João Tormenta, defendeu a baliza do Sporting durante 80 minutos sem sofrer um golo. Conquistou sete Campeonatos Nacionais, e uma Taça de Portugal, realizando 250 jogos oficiais e marcando 164 golos ao serviço da equipa principal do Sporting.
A 23 de Novembro de 1952 estreou-se na Seleção Nacional passando então a ser regularmente chamado aos jogos de Portugal, que representou por onze vezes.
Foi o melhor marcador do Campeonato Nacional de 1953/54 com 31 golos, e o autor do primeiro golo da história das competições europeias, num jogo disputado no Estádio Nacional no dia 4 de Setembro de 1955, entre o Sporting e o Partizan de Belgrado, que terminou com um empate a três bolas.
Jogador correto e leal, nunca foi castigado, nem sequer com uma simples repreensão, tendo sido um atleta exemplar que deixou atrás de si um lastro de admiração e respeito da parte de todos os que o conheceram.
O seu nome ficará ligado para sempre ao campeonato conquistado pelo Benfica na temporada de 1954/55, quando no Restelo marcou um golo a poucos minutos do fim de um jogo que o Belenenses precisava de ganhar, empatando-o e entregando assim o título aos grandes rivais do seu Clube, e acabando a chorar junto dos jogadores do Belenenses.
Depois de abandonar o futebol emigrou para França onde foi operário fabril. Faleceu em 1993 em Paris com 66 anos, vítima de ataque cardíaco.
To-mane 16h39min de 15 de Março de 2009 (WET)