O Ténis de Mesa do Sporting tinha sofrido alguns anos de quase marasmo devido principalmente à inexistência de uma mesa para treinar nas instalações do Clube. Desde a saída forçada do Palácio da Foz que a sede do Sporting Clube de Portugal estava em instalações temporárias, e o Ténis de Mesa treinava e jogava em mesas emprestadas, sem as condições desejáveis.
Isso tinha mudado em 1946/47, primeiro com a utilização da sala do Centro Espanhol, a melhor de Lisboa, e depois com a mudança do Clube para a nova sede na Rua do Passadiço, onde a modalidade tinha sala própria, e podia ainda utilizar o salão de festas. O Ténis de Mesa leonino estava em alta: tinha começado a época a vencer torneios particulares, e se no Campeonato de Lisboa por equipas não tinha ido além do 2º lugar que mesmo assim dava acesso ao Campeonato de Portugal, tinha vencido em Singulares Homens e em Pares Homens, através de Carlos Feio, Afonso Gago da Silva, e António Fuschini, o que demonstrava bem a qualidade da equipa, completada por Mário Fernandes dos Santos que também estava em boa forma.
Foi assim uma equipa com alguma confiança que foi para as Caldas da Rainha defender o título nacional conquistado no ano anterior pela primeira vez. O primeiro jogo foi a 30 de Maio de 1947 contra a equipa mais fraca, o Caldas Sport Clube que era campeão de Leiria. O Sporting venceu sem margem para dúvidas por 9-0. Por seu lado, o Benfica derrotou o Académico do Porto. Isso queria dizer que o vencedor do Sporting-Benfica do dia seguinte seria automaticamente campeão. E seria, para ambos os clubes, o segundo título máximo nacional conquistado, visto que o Benfica tinha arrebatado o primeiro Campeonato de Portugal realizado dois anos antes.
O Casino Parque, onde se disputou o campeonato, encheu completamente para ver o jogo decisivo. O Benfica apresentou-se sem o seu melhor jogador, Oliveira Ramos, que estava impedido por doença, mas mesmo assim era um sério candidato ao título. O seu substituto foi um jogador novo, Jaime Cordeiro, que não tinha a experiência necessária para um encontro destes, e perdeu as suas três partidas, o que se revelou decisivo para a vitória por 6-3 para o Sporting. Do lado dos "leões", Afonso Gago da Silva venceu os seus três jogos, Mário Fernandes dos Santos perdeu contra Francisco Campas, e Carlos Feio perdeu também com Mário Santos. A vitória foi convincente, e foi o justo prémio para a melhor equipa presente.
O jogo do dia seguinte contra o Académico do Porto foi de consagração, visto o título já estar garantido. Com uma vitória por 8-1, o Sporting venceu o seu segundo Campeonato de Portugal com um resultado total de 23-4, sagrando-se assim bicampeão nacional.