Há três anos sem ganhar nada
Sob o comando do argentino Abel Picabêa que tinha chegado no final da temporada anterior, o Sporting inicia de uma forma tímida a renovação da equipa, com a contratação de dois dos jogadores mais promissores do futebol português: Pérides que vinha da Académica e Gabriel Cardoso do Sp. Braga, ao mesmo tempo que de África chegava Octávio de Sá e do Brasil vinha Osvaldinho. O internacional Germano do Atlético, que era na altura um dos melhores jogadores portugueses, também esteve contratado mas adoeceu e teve de ser internado num sanatório, pelo que a transferência se gorou.
O treinador argentino tinha recomendado a contratação de Rodrigo, um avançado centro brasileiro que acabou por não vir e assim Picabêa lançou o jovem Pompeu, havendo ainda a registar o regresso de Bento Couceiro que tinha estado emprestado ao Covilhã e a estreia de Fernando Mendes, outro jovem muito prometedor. A aposta na formação começava a dar frutos.
No que diz respeito a saídas, Rocha foi para a Académica, Manuel Oliveira e Mário Gonçalves para o Atlético, Lourenço para o Sp. da Covilhã, enquanto Mokuna regressou ao Congo.
Todas estas alterações não surtiram grande efeito e esta foi mais uma temporada muito atribulada, com algumas polémicas e problemas disciplinares envolvendo jogadores importantes como o guarda-redes Carlos Gomes, o consagrado Vasques e o capitão Manuel Passos que acabou mesmo por ser dispensado antes que época terminasse.
Mas o maior problema foi a ausência de Travassos que foi mais uma vez operado e ainda por cima Mário Imbelloni que tinha sido contratado no final da época anterior, recebeu uma grande proposta do México e pediu ao Sporting para o libertar, pelo que a vaga no lugar de interior esquerdo acabou por ser preenchida por jogadores adaptados à posição, isto numa altura em que se estava numa fase de transição do tradicional WM para o 4x2x4, o que também deu origem a alguma discussão.
Assim a equipa começou o campeonato com três derrotas e um empate, nas primeiras cinco jornadas e chegou a andar no fundo da tabela, tendo depois alternado boas exibições, com resultados inexplicáveis, acabando por repetir o 4º lugar do campeonato anterior, desta vez a 10 pontos do Benfica, que bem pode agradecer este titulo ao Sporting, que ao derrotar por 2-1 o FC Porto apeou os portistas da liderança.
Por outro lado a questão do treinador também era um problema, numa altura em que os reputados técnicos brasileiros Otto Glória e Flávio Costa estavam à frente do Benfica e do FC Porto, mas como a Direção se considerava demissionária, achou por bem deixar o problema da substituição de Abel Picabêa para a nova gerência que só tomaria posse em Fevereiro, isto apesar de se terem estabelecido contactos com o avançado do Honved, Ferenc Puskas, no sentido deste se tornar treinador-jogador no Sporting. No entanto o credenciado internacional húngaro optaria por prosseguir a sua carreira de futebolista no Real Madrid.
A nova Direcção entregou o pelouro do Futebol a Martinho de Oliveira e Lobo da Costa que de imediato começaram à procura de um treinador que fosse capaz de recolocar o Sporting no caminho das vitórias. A escolha recaiu no consagrado técnico uruguaio Enrique Fernandez que chegou a Lisboa em Abril, ainda a tempo de tentar salvar a época na Taça de Portugal, competição onde o Sporting começou por eliminar com algumas dificuldades o Atlético, mas nos quartos-de-final depois de empatar em casa com o Vitória, os Leões perderam por 2-1 em Setúbal, concluindo assim a terceira época de jejum, depois daquele que tinha sido o período áureo do futebol do leonino. Começava-se finalmente a perceber que a renovação do plantel não tinha sido preparada atempadamente, e que a sucessão dos Cinco Violinos não seria tarefa fácil.
De fora da Taça dos Campeões Europeus, o Sporting intensificou os contactos internacionais, conseguindo alguns bons resultados em jogos com clubes estrangeiros, encontros que foram muito úteis para que o novo treinador pudesse conhecer a equipa e as suas debilidades.
As Reservas disputaram dois torneios, ficando em 2º lugar em ambos.
Nesta época a Seleção Nacional disputou 6 jogos, 3 deles a contar para a fase de qualificação para o Mundial de 1958 e 2 englobados numa digressão ao Brasil. Carlos Gomes e Vasques foram totalistas, tendo o avançado marcado 2 golos, Manuel Passos e Travassos somaram 2 jogos, enquanto João Martins apenas disputou o último confronto com o Brasil.
To-mane 11h01min de 22 de Agosto de 2008 (UTC)
Figuras
Secção do Futebol
Plantel
- Legenda
- Competição: CN=Campeonato Nacional, TP=Taça de Portugal
Jogos
Campeonato Nacional
Classificação
Class.
|
Clube
|
Jogos
|
Vitórias
|
Empates
|
Derrotas
|
Golos
|
Pontos
|
1º |
SL Benfica |
26 |
17 |
7 |
2 |
75 - 25 |
41
|
2º |
FC Porto |
26 |
18 |
4 |
4 |
86 - 23 |
40
|
3º |
Belenenses |
26 |
13 |
7 |
6 |
74 - 50 |
33
|
4º |
SPORTING |
26 |
12 |
7 |
7 |
62 - 28 |
31
|
5º |
Lusitano de Évora |
26 |
13 |
4 |
9 |
57 - 51 |
30
|
6º |
Académica |
26 |
12 |
4 |
10 |
45 - 33 |
28
|
7º |
Torreense |
26 |
10 |
4 |
12 |
44 - 50 |
24
|
8º |
Oriental |
26 |
8 |
7 |
11 |
27 - 44 |
23
|
9º |
CUF |
26 |
9 |
3 |
14 |
35 - 69 |
21
|
10º |
V. Setúbal |
26 |
8 |
4 |
14 |
40 - 59 |
20
|
11º |
Barreirense |
26 |
8 |
4 |
14 |
39 - 62 |
20
|
12º |
Caldas SC |
26 |
6 |
7 |
13 |
32 - 63 |
19
|
13º |
SC Covilhã |
26 |
7 |
4 |
15 |
33 - 62 |
18
|
14º |
Atlético |
26 |
6 |
4 |
16 |
32 - 62 |
16
|
Pontuação: 2 pontos por vitória, 1 por empate, 0 por derrota
Taça de Portugal
Outros Jogos
Ver também
Outros links de interesse