Tiros nos pés
Já começava a ser tradição que depois duma boa época o Sporting dava tiros nos pés e caía em desgraça. Alegando que Otto Glória e Juca tinham pedido muito dinheiro para continuar, a Direcção dispensou a dupla técnica campeã e contratou o treinador espanhol Fernando Argila que na temporada anterior comandava o Espanhol de Barcelona, que tinha eliminado o Sporting da Taça das Cidades com Feira.
De partida também estava Osvaldo Silva já no ocaso da sua carreira, e para reforçar a equipa chegam Manuel Duarte do Leixões, Vítor Gonçalves do Atlético e José Morais um brasileiro que veio do Vitória de Guimarães numa transferência que gerou alguma polémica e que só ficou consumada no início de 1967.
Os resultados não poderiam ter sido piores, numa altura em que as linhas avançadas de cinco jogadores davam lugar a táticas mais defensivas, em que as linhas mais recuadas das equipas passavam a ter quatro homens.
No principio de Novembro o Sporting já tinha sido afastado da Taça de Portugal pelo FC Porto e da Taça dos Campeões Europeus pelo Vasas de Budapeste, em ambos os casos logo na 1ª eliminatória dessas competições, com a agravante de na competição europeia ter sofrido duas derrotas, com uma goleada por 5-0 na Hungria.
Assim no início de Dezembro, depois de uma derrota em Alvalade frente ao Leixões, Armando Ferreira foi novamente chamado para a emergência, passando a desempenhar as funções de Orientador Técnico, mas os resultados não melhoraram e no campeonato a equipa chegou a andar na parte de baixo da tabela classificativa, pelo que em Fevereiro de 1967 Fernando Argila acabou naturalmente despedido. Nessa altura em 22 jogos disputados o Sporting apenas somava 5 vitórias e já tinha sido derrotado 10 vezes, um cenário nunca antes visto.
Fernando Argila tentara não mexer muito na equipa Campeã, mas nunca conseguiu encontrar o equilíbrio da época anterior, principalmente no meio campo onde tentou recuperar Fernando Mendes, que no entanto já não era o mesmo depois da grave lesão que sofrera. Para além disso deslocou Fernando Peres para o lugar de Oliveira Duarte que estava lesionado, recuando Fernando Ferreira Pinto para a posição de médio armador, sem nunca ter conseguido encontrar uma alternativa para o lado direito do ataque. Acabaram por ser mexidas a mais, que nunca resultaram.
Com Armando Ferreira no comando a equipa melhorou, mas já era tarde para evitar o 4º lugar a 13 pontos do campeão. De qualquer forma foram lançados vários jogadores que se tinham evidenciado na equipa de Reservas, com destaque para o guarda redes Vítor Damas que se tornaria numa figura lendária das balizas leoninas, sem esquecer Armando Manhiça que assumiu a titularidade no centro da defesa, Vítor Gonçalves que ocupou um lugar no meio campo, Sitoe e Manuel Duarte que entraram para o ataque, isto para além do brasileiro José Morais que entrou muito bem na equipa, mas infelizmente lesionou-se, tudo isto num ano em que também se estrearam Adé, Porfírio Tavares, Manaca e Leitão. No total foram utilizados 29 jogadores, isto numa altura em que ainda não eram permitidas substituições, o que diz bem da instabilidade em que a equipa viveu.
No fim da época escapou a surpreendente conquista do Troféu Ibérico disputado em Badajoz, com uma vitória frente ao Flamengo e um empate com o Barcelona.
Nesta temporada a Selecção Nacional realizou 3 jogos de apuramento para o Campeonato da Europa e um particular. Hilário e João Morais foram totalistas, José Carlos fez 3 jogos, Fernando Peres 2 e Alexandre Baptista e Oliveira Duarte somaram uma internacionalização.
To-mane 12h30min de 26 de Agosto de 2008 (UTC)
Figuras
Secção de Futebol
Plantel
- Legenda
- Competição: CN=Campeonato Nacional, TP=Taça de Portugal, TH=Taça de Honra, TCE=Taça dos Campeões Europeus
Jogos
Campeonato Nacional
Classificação
Class.
|
Clube
|
Jogos
|
Vitórias
|
Empates
|
Derrotas
|
Golos
|
Pontos
|
1º |
SL Benfica |
26 |
20 |
3 |
3 |
64-19 |
43
|
2º |
Académica |
26 |
18 |
4 |
4 |
50-18 |
40
|
3º |
FC Porto |
26 |
17 |
5 |
4 |
56-22 |
39
|
4º |
SPORTING |
26 |
11 |
8 |
7 |
36-24 |
30
|
5º |
V. Setúbal |
26 |
10 |
7 |
9 |
27-25 |
27
|
6º |
V. Guimarães |
26 |
11 |
4 |
11 |
35-40 |
26
|
7º |
Leixões |
26 |
8 |
8 |
10 |
23-29 |
24
|
8º |
SC Braga |
26 |
9 |
5 |
12 |
33-33 |
23
|
9º |
CUF |
26 |
9 |
5 |
12 |
27-43 |
23
|
10º |
Varzim |
26 |
8 |
6 |
12 |
29-42 |
22
|
11º |
Belenenses |
26 |
7 |
6 |
13 |
26-34 |
20
|
12º |
Sanjoanense |
26 |
4 |
11 |
11 |
23-39 |
19
|
13º |
Atlético |
26 |
5 |
4 |
17 |
29-55 |
14
|
14º |
Beira-Mar |
26 |
5 |
4 |
17 |
23-58 |
14
|
Pontuação: 2 pontos por vitória, 1 por empate, 0 por derrota
Taça de Portugal
Data
|
Jornada
|
Jogo
|
Resultado
|
Ficha de jogo
|
30-10-1966 |
1ª Eliminatória |
SPORTING – F.C. Porto |
1 – 1 |
Ficha
|
06-11-1966 |
1ª Eliminatória |
F.C. Porto – SPORTING |
1 – 0 |
Ficha
|
Taça dos Campeões Europeus
Data
|
Jornada
|
Jogo
|
Resultado
|
Ficha de jogo
|
05-10-1966 |
1ª Eliminatória |
Vasas Budapeste (Hungria) – SPORTING |
5 – 0 |
Ficha
|
12-10-1966 |
1ª Eliminatória |
SPORTING – Vasas Budapeste (Hungria) |
0 – 2 |
Ficha
|
Taça de Honra
Data
|
Jornada
|
Jogo
|
Resultado
|
Ficha de jogo
|
07-09-1966 |
1/2 Final |
Belenenses – SPORTING |
0 – 3 |
Ficha
|
14-09-1966 |
Final |
Benfica – SPORTING |
2 – 0 |
Ficha
|
Outros Jogos
Outros links de interesse