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Dados de Moniz Pereira |
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Nome |
Mário Alberto Freire Moniz Pereira
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Nascimento |
11 de Fevereiro de 1921
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Naturalidade |
Lisboa - Portugal -
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Posição |
Atleta, treinador e dirigente
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A paixão pelo desporto
Mário Moniz Pereira, o "Senhor Atletismo", nasceu em Lisboa no seio de uma família abastada e sempre foi um apaixonado pelo desporto, revelando não só ter habilidade para todas as modalidades que experimentava, como uma particular aptidão para tarefas organizativas, de tal forma que ainda era um miúdo e já realizava provas de corridas e saltos no quintal lá de casa.
Depressa passou do quintal para a rua e chegou ao desporto escolar, mas foi quando terminou o Liceu que decidiu entrar para o INEF, contra a vontade do patriarca da família, o seu avô, que chegou a dizer-lhe que ele ia estudar para palhaço.
Licenciou-se em Educação Física e depois fez o serviço militar, onde praticou modalidades como Equitação, Tiro, Esgrima e Natação, chegando a ser professor nos Pupilos do Exército, mas a tropa nunca o apaixonou como o desporto e voltou à vida civil para ser durante 27 anos, professor no Instituto Nacional de Educação Física de Lisboa.
Desportista eclético, Moniz Pereira destacou-se essencialmente no Voleibol e no Atletismo, mas praticou ainda outras modalidades como Futebol, Andebol e Basquetebol e chegou a jogar Hóquei em Patins, no Hóquei Clube de Sintra. No entanto seria como treinador que viria a atingir a glória.
A dedicação ao Sporting Clube de Portugal
O treinador Moniz Pereira
A sua paixão pelo desporto em geral e pelo Atletismo em particular, era inata, mas o facto de se ter tornado vizinho de Salazar Carreira aprofundou o seu interesse por essas áreas. O Doutor emprestava-lhe livros e revistas e mais tarde viria a deixar-lhe a sua biblioteca desportiva em testamento e, foi por acção dele que Moniz Pereira chegou ao Sporting Clube de Portugal, do qual já era era associado desde 1922.
Foi em 1939 que ingressou no Sporting como praticante de Ténis de Mesa, passando depois para o Atletismo, mas seria como jogador de Voleibol que atingiria a glória, ao sagrar-se Campeão Nacional nas temporadas de 1953/54 e 1955/56, esta última também como treinador.
Ainda no Voleibol também foi Seleccionador Nacional e Presidente da Comissão Central de Árbitros, para além de ter sido árbitro internacional no Campeonato do Mundo de Paris, em 1956.
Entre 1970 e 1971 foi também Preparador Físico da equipa de Futebol do Sporting, então dirigida por Fernando Vaz, sagrando-se Campeão Nacional no primeiro ano e vencendo a Taça de Portugal no segundo.
Mas foi no Atletismo que mais se destacou. Começou por se sagrar campeão universitário de Portugal de Triplo Salto e recordista nacional, tornando-se treinador da equipa do Sporting a partir de 1945, conquistando 30 Campeonatos Nacionais de Pista Masculinos (entre 1946 e 1988), 24 Campeonatos Nacionais de Pista Femininos (entre 1946 e 1987), 33 Campeonatos Nacionais de Corta Mato - Masculinos (entre 1948 e 1991) e 12 Taças dos Clubes Campeões Europeus de Corta Mato (entre 1977 e 1992).
Fez parte da Comissão de Honra do Centenário do Sporting Clube de Portugal, do qual era na altura o sócio nº 2, e foi também dirigente do Clube, primeiro como Vice Presidente para as Actividades Desportivas Amadoras nas Direcções de João Rocha, e depois também como Vice-presidente com o pelouro das modalidades, entre 2 de Junho de 1995 e 26 de Março de 2011, atravessando assim todo o período que ficou conhecido como o Projecto Roquete.
O Senhor Atletismo
Moniz Pereira em grande estilo
Mário Moniz Pereira foi um "fazedor de campeões" que projectaram Portugal no desporto mundial, desde Álvaro Dias a Domingos Castro, passando por Manuel de Oliveira, Armando Aldegalega, José Carvalho, Hélder de Jesus, Aniceto Simões, Carlos Lopes, Fernando Mamede e Dionísio Castro.
Foi principalmente graças a ele que o Atletismo português deu um enorme salto qualitativo, atingindo o seu ponto mais alto em momentos como o Recorde Mundial dos 10000m estabelecido por Fernando Mamede em 1984, os três Campeonatos Mundiais de Corta Mato ganhos por Carlos Lopes e principalmente a Medalha de Ouro na Maratona Olímpica de Los Angeles, um feito único na história do desporto português, também protagonizado por Carlos Lopes, sem esquecer a primeira medalha olímpica do Atletismo português, que este conquistou em 1976 nos Jogos de Montreal. Tudo feitos com a marca do Professor Moniz Pereira, que impunha uma disciplina férrea na hora dos treinos, que ministrava sem tolerar atrasos e nem que houvesse um terramoto.
Moniz Pereira foi Director Técnico da Federação Portuguesa de Atletismo e Seleccionador Nacional desta modalidade e assim esteve presente como técnico, jornalista e seleccionador de Atletismo em 12 Jogos Olímpicos, 5 Campeonatos do Mundo, 13 Campeonatos da Europa, 15 Taças da Europa, 22 Campeonatos do Mundo de Corta Mato e em 18 Taças dos Clubes Campeões Europeus de Corta Mato.
Distinções
Condecorado por Jorge Sampaio
Moniz Pereira foi distinguido com a Medalha de Mérito Desportivo em 1976 e 1984, condecorado com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique (1980) e com a Comenda da Ordem de Instrução Pública (1984).
Foi galardoado com a Medalha de Mérito em Ouro (1985), nomeado Conselheiro da Universidade Técnica de Lisboa (1985), galardoado com a Ordem Olímpica (1988) e condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1991).
Em 30 de Outubro de 2000 foi-lhe atribuído em Assembleia Geral do Sporting, o Leão de Ouro com Palma, que é o mais alto galardão do Clube, contando ainda com o Prémio Stromp na categoria Técnico Amador de 1964, mas apenas o facto de ter feito parte do Grupo Stromp durante muitos anos, o impediu de coleccionar mais "Oscares" do Sporting.
Numa Assembleia Geral realizada a 30 de Setembro de 2012, foi decidido por unanimidade e aclamação atribuir o nome de Mário Moniz Pereira ao Centro de Alto Rendimento do Atletismo que estava projectado para funcionar no Complexo Desportivo de Odivelas, uma obra que no entanto não se veio a concretizar.
É sócio honorário da Associação Internacional de Treinadores de Atletismo.
Foi ainda compositor e poeta, autor de conhecidos fados cantados pelos maiores fadistas nacionais, como Valeu a Pena, Fado Varina, Rosa da Madragoa, Rosa da Noite, Não me conformo, Leio em teus olhos, entre muitos outros.
To-mane 16:08, 10 Julho 2008 (WEST)