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Revisão das 10h46min de 28 de fevereiro de 2013
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Dados de Azevedo |
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Nome |
João Mendonça Azevedo
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Nascimento |
10 de Julho de 1915
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Naturalidade |
Barreiro - Portugal -
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Posição |
Guarda-redes
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Azevedo, o "Gato de Frankfurt"
João Azevedo nasceu no Barreiro e começou a jogar futebol nos principiantes do Barreirense donde transitou para o Luso, e foi nesta popular colectividade que se evidenciou, tentando então a sua sorte no Benfica, onde foi treinar à experiência. Agradou, mas não gostou da forma como o trataram e não voltou a aparecer.
Quem ficou a ganhar foi o Sporting que assim conseguiu assegurar o concurso daquele que para muitos foi o melhor guarda-redes português de todos os tempos. Azevedo não era alto, mas era enorme dentro e fora dos postes, destacando-se especialmente pela sua agilidade e enorme valentia e coragem.
Chegou ao Sporting na temporada de 1935/36 destinado a ser o terceiro guarda-redes, numa altura em que o Clube tinha acabado de contratar o prestigiado goleiro brasileiro Jaguaré, para concorrer com o internacional Artur Dyson, que era o titular das balizas leoninas, mas apesar de ter apenas 20 anos Azevedo não se intimidou com a forte concorrência.
Não foi utilizado no Campeonato Regional, mas estreou-se no dia 16 de Fevereiro de 1936, num jogo disputado no Porto frente ao Boavista, a contar para o Campeonato da Liga, e dois meses depois tonava-se no dono da camisola nº 1 do Sporting, iniciando um longo reinado que o elevaria à condição de lenda do Clube, onde jogou durante 17 épocas, totalizando perto de seiscentos jogos, 414 dos quais oficiais, e tornando-se no jogador com mais títulos conquistados ao serviço do Sporting: 2 Campeonatos de Portugal, 4 Taças de Portugal, 8 Campeonatos de Lisboa, 7 Campeonatos Nacionais e a Taça Império.
Um autêntico herói na baliza, Azevedo ganhou uma Taça ao pé-coxinho e um Campeonato de braço ao peito, e chegou a jogar depois de ter levado 12 pontos na cabeça, era assim, generoso e valente, mas também refilão, o que lhe custou alguns contratempos ao longo da sua carreira.
Mas voltando aos seus grandes feitos, a sua tarde de glória aconteceu a 17 de Novembro de 1946, numa Final do Campeonato de Lisboa contra o Benfica, quando fracturou a clavícula aos 43 minutos. Saiu, e Jesus Correia foi para a baliza até ao intervalo, cedendo depois o lugar a Veríssimo. Na segunda parte, Azevedo de braço ao peito, reentrou aos 22 minutos quando o resultado estava em 1-1. O Sporting ganhou por 3-1 e o guardião saiu em ombros.
Numa outra ocasião, contra o Belenenses na final da Taça de Portugal, fracturou um pé e foi sem conseguir pôr o calcanhar no chão que continuou na baliza. Só sofreu um golo e o Sporting ganhou a Taça.
Antes dos jogos ficava sempre muito nervoso, e escondia-se no seu canto a fumar um cigarrinho, contando na maior parte das vezes com a boa vontade dos treinadores, que fechavam os olhos a este seu estranho e pouco recomendável hábito, especialmente Cândido de Oliveira com quem tinha uma excelente relação, desde os tempos em que este o tinha lançado na Selecção Nacional.
Após o abandono de Álvaro Cardoso que fora o grande Capitão da célebre equipa dos Cinco Violinos, Azevedo herdou a braçadeira, e já tinha 36 anos quando finalmente perdeu o seu lugar na baliza para o jovem Carlos Gomes, outro grande guarda-redes oriundo do filão do Barreiro.
Jogou 19 vezes pela Selecção Nacional entre as quais, um inesquecível jogo em que Portugal empatou na Alemanha, onde depois de uma exibição memorável, ganhou o epíteto de “O Gato de Frankfurt”. Fez também parte das equipas que realizaram feitos históricos como a vitória conseguida em Dublin sobre a Irlanda, e a primeira vitória sobre a Espanha.
Mas foi também com a camisola das quinas que viveu um dos piores dias da sua carreira, no tristemente célebre jogo em que Portugal foi goleado pela Inglaterra por 10-0, no qual foi substituído aos 27m, quando o público já vaiava a equipa que perdia por 4-0. De resto também deu alguns frangos, sobretudo em remates de muito longe, e foi precisamente por causa disso que se criou o chavão: «os grandes frangos dão-nos os grandes guarda-redes».
Foi dispensado do Sporting nas vésperas da digressão ao Brasil de 1953, e ainda sugeriu ficar como treinador de guarda-redes, uma novidade para a altura, e que não foi aceite. Terminou então a sua carreira no Oriental.
Depois foi taxista no Barreiro e motorista de um colégio em Londres onde nunca disse quem era, regressando a Portugal em 1982.
Em 1981 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Saudade.
Viria a falecer a 3 de Janeiro de 1991.
To-mane 16h52min de 5 de Abril de 2009 (WEST)