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Dados de Cândido de Oliveira |
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Nome |
Cândido Fernandes Plácido de Oliveira
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Nascimento |
25 de Setembro de 1897
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Naturalidade |
Fronteira - Portugal
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Posição |
Treinador
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Escalão
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Época
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Clube
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Jogos
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Golos
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Titulos
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Internacionalizações
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JUV |
JUN |
ESP |
BB |
AA |
Golos
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1ª Categoria |
1914/15 |
Benfica |
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1ª Categoria |
1915/16 |
Benfica |
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Campeonato Regional |
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1ª Categoria |
1916/17 |
Benfica |
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Campeonato Regional |
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1ª Categoria |
1917/18 |
Benfica |
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Campeonato Regional |
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1ª Categoria |
1918/19 |
Benfica |
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1ª Categoria |
1919/20 |
Benfica |
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Campeonato Regional |
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1ª Categoria |
1920/21 |
Casa Pia |
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Campeonato Regional |
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1ª Categoria |
1921/22 |
Casa Pia |
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1 |
0
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1ª Categoria |
1922/23 |
Casa Pia |
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1ª Categoria |
1923/24 |
Casa Pia |
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1ª Categoria |
1924/25 |
Casa Pia |
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1ª Categoria |
1925/26 |
Casa Pia |
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Total = |
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1 |
0
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Escalão
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Época
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Clube
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Obs.
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Jogos
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V
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E
|
D
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Titulos
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AA |
1926/27 |
FPF |
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AA |
1927/28 |
FPF |
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AA |
1928/29 |
FPF |
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1929/30 |
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1930/31 |
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1931/32 |
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1932/33 |
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1933/34 |
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1ª Categoria |
1934/35 |
Casa Pia |
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AA |
1934/35 |
FPF |
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AA |
1935/36 |
FPF |
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|
AA |
1936/37 |
FPF |
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1ª Divisão |
1936/37 |
Belenenses |
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1ª Divisão |
1937/38 |
Belenenses |
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|
AA |
1937/38 |
FPF |
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AA |
1938/39 |
FPF |
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|
AA |
1939/40 |
FPF |
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AA |
1940/41 |
FPF |
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AA |
1941/42 |
FPF |
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1942/43 |
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1943/44 |
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|
AA |
1944/45 |
FPF |
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1ª Divisão |
1945/46 |
SPORTING |
Dir.Técnico |
7 |
6 |
1 |
0 |
Taça de Portugal
|
1ª Divisão |
1946/47 |
|
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1ª Divisão |
1947/48 |
SPORTING |
Dir.Técnico |
41 |
31 |
4 |
6 |
|
1ª Divisão |
1948/49 |
SPORTING |
|
29 |
21 |
2 |
6 |
Campeonato Nacional
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1950 |
Flamengo |
Brasil |
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AA |
1951/52 |
FPF |
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AA |
1952/53 |
FPF |
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1ª Divisão |
1952/53 |
FC Porto |
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1ª Divisão |
1953/54 |
FC Porto |
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1954/55 |
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1ª Divisão |
1955/56 |
Académica |
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1ª Divisão |
1956/57 |
Académica |
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2ª Divisão |
1957/58 |
Académica |
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Total = |
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77 |
58 |
7 |
12 |
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Cândido de Oliveira foi uma das figuras mais marcantes da história do futebol português, onde fez de tudo um pouco, tendo sido futebolista, seleccionador nacional, treinador, dirigente e jornalista. Em suma um verdadeiro mestre do futebol.
Para além disso Cândido de Oliveira foi um cidadão humanista, empenhado nas grandes causas da época em que viveu, destacando-se pelo seu enorme carácter e pela dedicação com que se entregou aos ambiciosos projectos em que se envolveu.
Nascido nos confins do Alentejo entrou para a Casa Pia de Lisboa em Junho de 1905, depois de ter ficado órfão, e desde muito cedo se revelou um amante do desporto e em especial do Futebol, tornando-se jogador do Benfica em 1914.
Era então um excelente médio centro, com grande capacidade de comando e de passe, que fizeram dele um dos melhores jogadores portugueses da altura, quando em 1920 em conjunto com um grupo de ex alunos da Casa Pia, resolveu fundar o Casa Pia Atlético Clube, onde passou a jogar a partir daí, contribuindo para a conquista do título regional logo no primeiro ano de existência do Clube, do qual seria Presidente entre 1927 e 1928 e entre 1934 e 1936.
Cândido de Oliveira foi um dos maiores responsáveis pelo aparecimento da Selecção Nacional de Futebol, de que viria a ser o primeiro «Capitão», no célebre jogo de Madrid em 1921. Foi também várias vezes Seleccionador Nacional, participando nessa qualidade no primeiro grande feito do futebol português, com a excelente participação da nossa Selecção nos Jogos Olímpicos de 1928.
Em 1936 foi convidado a substituir o seu amigo Artur José Pereira no comando do Belenenses, devido a doença deste, aceitou mas recusou-se a receber o ordenado, exigindo que o continuassem a pagar ao Artur.
Democrata convicto, opositor dos regimes fascistas da época, foi uma espécie de agente secreto dos ingleses, preparando a formação de uma resistência portuguesa, à eventual invasão nazi a Portugal, o que lhe valeu o desterro para o campo de concentração do Tarrafal em 1942, onde esteve preso durante 18 meses, uma experiência terrível que relataria num livro que só seria publicado depois da Revolução de 1974.
Foi libertado em 1944 quando perante a eminente derrota da Alemanha na 2ª Guerra Mundial, Salazar sentiu a necessidade de se aproximar dos Aliados. Devolveram-lhe então o alto cargo que ocupava nos Correios, e o posto de Seleccionador Nacional, mas só aceitou o segundo, e apenas em nome da sua grande paixão pelo Futebol.
Já tinha trabalhado como jornalista em várias publicações da época, quando depois de sair da prisão, fundou juntamente com Ribeiro dos Reis e Vicente de Melo, o jornal "A Bola", que se tornaria numa referência do jornalismo em Portugal.
Em Maio de 1946 foi convidado para assumir o comando técnico do Sporting, depois de uma goleada histórica sofrida perante o Benfica. Aceitou com a condição de que Abrantes Mendes o treinador na altura, continuasse nas mesmas funções, e logo nessa ponta final da época conquistou a Taça de Portugal.
Na temporada seguinte o Sporting optou pela contratação do treinador Robert Kelly, mas apesar dos bons resultados obtidos e da perfeita orientação técnica do inglês, a Direcção de Ribeiro Ferreira considerou que faltava à equipa, calor, espírito de camaradagem e solidariedade, pelo que voltou a recorrer aos serviços de Cândido de Oliveira, que assim regressou ao Sporting durante a época de 1947/48, para desempenhar o cargo de Orientador Técnico, mantendo-se Robert Kelly como treinador até ao final da temporada.
Na época de 1948/49 Cândido de Oliveira assumiu definitivamente o cargo de treinador, tendo como adjuntos, o seu grande discípulo e também "casapiano" Fernando Vaz e Armando Ferreira. Nessa altura pegou numa equipa que ganhara tudo nas duas épocas anteriores, com a célebre linha avançada que ficou conhecida como os Cinco Violinos, que ele conseguiu aprimorar, e ganhou mais um Campeonato Nacional, fechando o primeiro tri da história do futebol português.
Um dos títulos conquistados por Cândido de Oliveira ao serviço dos Leões ficou para a história como o Campeonato do Pirulito, porque foi decidido pela diferença de um golo. O Sporting precisava de ganhar ao Benfica por três golos, quando o técnico foi acusado por um dirigente leonino de estar a preparar um táctica suicida para esse jogo decisivo, contra aquele que tinha sido o seu primeiro clube. Mestre Cândido fiel às suas convicções ganhou o jogo por 4-1, com quatro golos de Peyroteo e demitiu-se. Foi então que o referido dirigente depois de também se ter demitido, lhe pediu para que ficasse. Cândido acedeu desde que ficassem os dois, e ficaram para continuarem a ganhar.
Em 1950 esteve no Brasil onde orientou o Flamengo, antes de regressar à Selecção Nacional, seguindo-se dois anos à frente do FC Porto e outros dois na Académica.
Faleceu em Estocolmo no dia 23 de Junho de 1958 vítima de doença pulmonar, quando estava a cobrir o Campeonato Mundial para "A Bola". Já se tinha sentido mal uns dias antes, chegando mesmo a receber assistência hospitalar, mas o seu espírito de missão fê-lo regressar aos estádios suecos e quando voltou ao hospital já era tarde.
Em honra à sua memória, a FPF atribuiu o seu nome à Supertaça portuguesa que se passou a disputar a partir de 1979.
To-mane 10h16min de 17 de Março de 2009 (WET)