Diferenças entre edições de "Atletismo 1981"

Revisão das 16h29min de 5 de outubro de 2012

Mamede Recordista da Europa

1981 foi o ano da afirmação definitiva de Fernando Mamede como um dos melhores fundistas do mundo, e teve como ponto alto a obtenção do Recorde da Europa dos 10000m.

Mas esta época para Mamede também foi grandiosa no Corta Mato, uma variante de que o atleta não gostava muito, mas na qual neste ano esteve praticamente imbatível, começando a temporada no final de 1980, com vitórias no Crosse Internacional de Hannut e no Crosse dos Ases, duas provas disputadas na Bélgica.

Campeões Europeus de Corta Mato pela 3ª vez

Seguiram-se novas vitórias já em 1981, primeiro no Crosse das Amendoeiras e depois na Taça dos Campeões Europeus de Corta Mato, que o Sporting ganhou pela 3ª vez, confirmando-se como o Clube mais forte da Europa nesta especialidade.

Para finalizar esta primeira fase da época, Fernando Mamede sagrou-se tri-Campeão Regional e Nacional de Corta Mato, em duas competições em que o Sporting Clube de Portugal surpreendentemente não conseguiu ganhar, interrompendo-se assim uma serie de 5 títulos consecutivos. Estas inesperadas derrotas resultaram essencialmente da ausência de Carlos Lopes, que continuava a ser fustigado pelas lesões, mas também do regresso de Hélder de Jesus ao Benfica.

Depois de todas estas vitórias, Fernando Mamede era legitimamente apontado como um dos favoritos ao triunfo no Campeonato do Mundo de Corta Mato, que se disputou em Madrid, onde o Campeão português ficou no 3º lugar, conquistando aquela que seria a sua única Medalha em grandes competições internacionais.

Na estrada a época tinha começado com uma das poucas derrotas que Fernando Mamede sofreu nesta temporada, que aconteceu na Corrida de São Silvestre em São Paulo, onde o atleta português terminou em 3º lugar, deixando-se surpreender já muito perto da meta, quando desfaleceu e quase que parou, sendo ultrapassado pelo brasileiro José João da Silva e pelo colombiano Silvio Salazar.

Em contrapartida Carlos Lopes venceu a Corrida de São Silvestre Vallecana, disputada em Madrid, e em Março o Sporting voltou a ganhar a Estafeta Cascais-Lisboa, com uma equipa formada por Carlos Cabral, Rafael Marques, Fernando Mamede, Aniceto Simões e Carlos Lopes.

Na Pista Fernando Mamede confirmou os resultados obtidos no Corta Mato e começou logo por fazer a melhor marca mundial do ano nos 5000m, com o tempo de 13,19,2m, numa corrida disputada em Abril no Jamor, mas o melhor estava guardado para o dia 30 de Maio, quando na pista do Estádio José Alvalade, Fernando Mamede estabeleceu um novo Recorde da Europa dos 10000m, numa prova em que Carlos Lopes ficou no 2º lugar, com uma marca igualmente de nível internacional.

Estes resultados permitiram que o grande atleta leonino passasse a ser convidado para os principais meetings que se disputavam na Europa, onde pôde defrontar os melhores atletas do mundo, e assim Fernando Mamede foi 2º nos 10000m de Florença, e nos 5000m de Paris, ganhou os 5000m de Lovaina e foi novamente 2º nos 5000m de Lausana. Só foi pena que neste ano não se realizasse nenhum grande torneio internacional.

Nesta temporada o Sporting fez um grande esforço para reforçar as suas equipas, principalmente a masculina, recuperando o contributo de Carlos Cabral e assegurando o concurso de alguns jovens prometedores, como Daniel Monteiro, Jaime Cruz e o angolano Mota Gomes. Mas o ataque do Benfica ao Atletismo leonino continuou, e desta vez José Pedroso foi a baixa mais importante, isto sem esquecer Hélder de Jesus que também regressou ao seu anterior clube. O Sporting tentou reagir e recuperou Manuel Miguel e Lurdes Macedo, ao mesmo tempo que garantia o concurso do casal Norberto Serina e Vera Lisa. Eram os reflexos da liberalização das transferências.

A época oficial de Pista começou com os Campeonatos de Portugal dos 10000m e das estafetas. Os principais fundistas leoninos abdicaram da corrida de fundo, onde o Sporting apenas apresentou um atleta que ficou no 5º lugar, mas nas estafetas o Clube conseguiu o feito inédito de ganhar as quatro provas.

Seguiram-se os Campeonatos Regionais onde o Sporting ganhou no sector feminino, mas no masculino foi derrotado por um juiz, que permitiu uma escandalosa falsa partida a um atleta do Benfica, na corrida dos 100m. Em termos de vitórias individuais foram 7 em cada sector, mais as duas estafetas femininas e os 4x400m masculinos. Rafael Marques (5000, e 10000m) e Maria João Lopes (100 e 200m) foram as grandes figuras, com duas vitórias para cada qual, sendo que no caso da velocista há a acrescentar a sua participação vitoriosa na estafeta dos 4x100m.

A festa dos Campeões Nacionais

No Campeonatos Nacionais o Sporting desforrou-se da injusta derrota sofrida nos Regionais e recuperou o titulo do sector masculino, apesar da equipa se ter apresentado desfalcada de vários atletas importantes, mas mesmo assim a vitória consumou-se com 8 pontos de vantagem sobre o Benfica e 9 triunfos individuais, dois dos quais à conta de Carlos Lopes, uma vez que Fernando Mamede estava ligeiramente lesionado e apenas fez os 5000m a meio gás, conseguindo um importante 2º lugar.

Esta foi uma vitória entusiasticamente festejada, fruto da enorme dedicação dos atletas leoninos que ainda iam resistindo à força dos cheques, e do labor dos dirigentes sportinguistas, que conseguiram reforçar a equipa de forma a que ela não só se mantivesse competitiva, mas até ficasse mais forte.

No sector feminino a vitória foi fácil e esmagadora, com a atletas leoninas a vencerem 10 das 15 provas em disputa, sendo de destacar Maria João Lopes que venceu os 100 e 200m e participou na vitória da estafeta dos 4x100m e Adília Silvério que ganhou os lançamentos do Peso e do Disco.

Nos Campeonatos de Portugal individuais mais 11 títulos (6 para os homens 5 para as senhoras) com destaque novamente para Maria João Lopes e Adília Silvério que venceram as provas do costume, enquanto Cristina Abreu se sagrava penta-Campeã no Salto em Altura e Luís Azevedo conquistava o seu 6º título no Triplo Salto. A grande revelação foi Pedro Palma que ganhou o Salto com Vara, ultrapassando a fasquia a 5,05m, a 2ª melhor marca portuguesa de sempre.

Há ainda a salientar os vários Recordes Nacionais estabelecidos, alguns dos quais apenas em cronometragem electronica, com Maria João Lopes e Conceição Alves, em grande evidência neste aspecto.

Um pormenor da maior importância e que talvez tenha escapado a quase toda a gente, foi o ressurgimento de Carlos Lopes, que depois da sua desistência no Crosse das Nações, arrancou uma excelente temporada na Estrada e na Pista, vencendo o Grande Prèmio Mundiveste e o Estoril-Cascais-Sintra a contar para o Europeu de Montanha, para depois fazer uma marca de nível internacional nos 10000m, na prova em que Mamede bateu o Recorde da Europa daquela distância, seguindo-se novas vitórias nos 5000 e 10000m dos Campeonatos Nacionais e nos 10000m da Taça da Europa. Eram os primeiros sinais de que apesar dos seus 34 anos, ele ainda não tinha desistido.

To-mane 14h21min de 5 de Outubro de 2012 (WEST)

Vitórias do Clube

Taça dos Campeões Europeus de Corta Mato

Classificação por equipas

Classificação individual

Atletas Campeões Nacionais

• Os atletas do Sporting Mota Gomes e Dagmar Schwartz, foram os vencedores das provas dos 800m masculinos e do Lançamento do Dardo femininos, no entanto por serem estrangeiros o titulo de Campeão de Portugal não lhes foi concedido.

Recordes Nacionais

• Recorde da Europa

Atletas em competições internacionais