Diferenças entre edições de "1970/71"

Revisão das 15h52min de 7 de abril de 2022

Uma saborosa Taça de Portugal

Depois de uma década dominada pelo Benfica de Eusébio, com o Sporting a alternar algumas vitórias épicas, com os seus piores resultados de sempre, Fernando Vaz tinha formado uma equipa capaz de discutir taco a taco com os vizinhos do lado, que estavam em fase de renovação.

Já na época anterior treinador leonino pedira um avançado centro goleador, mas as negociações para a contratação do brasileiro Da Silva acabaram por fracassar. Depois disso falaram-se em vários nomes, sendo que Cubillas era o mais desejado, no entanto as excelentes prestações do jogador peruano no Mundial de 1970 tornaram-no inacessível aos bolsos do Sporting, pelo que a escolha acabou por recair no seu compatriota Jaime Mosquera, que vinha recomendado por Juan Seminário. Lesionou-se no jogo de apresentação e nunca conseguiu confirmar os créditos de goleador que lhe eram atribuídos. Em Fevereiro chegou finalmente Yazalde um verdadeiro avançado, mas só pôde ser inscrito na época seguinte.

Assim o único reforço acabou por ser Tomé, um jovem que vinha do Vitória de Setúbal por troca com o brasileiro José Morais, havendo também a registar as saídas de Armando Manhiça, Manuel Duarte, Ernesto Sousa e Oliveira Duarte, enquanto o Júnior João Laranjeira dava os seus primeiros passos na equipa principal.

A época começou com a conquista do Torneio Internacional de San Sebastian, que demonstrava que o Sporting continuava forte. De resto Fernando Vaz praticamente não mexeu na equipa, pois apenas Tomé entrou no onze, atuando ora no meio campo, ora como defesa direito, num modelo de jogo que ia alternado o 4x2x4 tradicional, com o 4x3x3 que começava a ser predominante.

De regresso à Taça dos Campeões Europeus, o Sporting depois de afastar os modestos malteses do Floriana, provou a primeira dose da maldição alemã, frente ao Carl Zeiss Jena, numa eliminatória cheia de azares, que meteu um apagão e três bolas à barra.

O Sporting entrou bem no Campeonato e no final da 1ª volta já levava 6 pontos de vantagem sobre o Benfica, embora a Académica e o Vit. Setúbal estivessem pelo meio, mas tudo parecia bem encaminhado para a conquista de um bi que já escapava aos Leões desde o tetra conseguido em 1954.

Foi então que aconteceu o inesperado, quando os Leões foram derrotados em Alvalade pelo Barreirense que ocupava o último lugar da classificação com apenas 6 pontos e sem nenhuma vitória, em jogo a contar para a 1ª jornada da 2ª volta, que era visto como uma mera formalidade a cumprir antes do "derby" que se iria disputar no domingo seguinte e que poderia deixar a questão do título praticamente resolvida.

Esta derrota teve contornos dramáticos, pois o Sporting atirou 5 bolas aos ferros da baliza adversária, interrompendo um ciclo de 29 jogos sem perder no Campeonato, o que constituiu um forte abalo para a equipa leonina, que na semana seguinte foi goleada por 5-1 no Estádio da Luz, num jogo que inverteu definitivamente o rumo deste Campeonato.

Na Taça de Portugal o Sporting estabeleceu uma goleada recorde de 21-0, frente ao Mindelense, isto depois de ter eliminado o Oriental com 8-0, e antes de afastar o Belenenses e o Vitória de Setúbal, em ambos os casos com muitas dificuldades e necessidade de se recorrer a um jogo de desempate com a equipa do Restelo.

Na Final o Sporting ganha a sua 7ª Taça de Portugal. É a desforra da época anterior, com uma vitória clara por 4-1 sobre o seu velho rival, repetindo o sucesso de Paris, onde em Abril o Sporting tinha conquistado a Taça dos Emigrantes, ganhando ao Benfica por 3-1.

To-mane 11h43min de 29 de Agosto de 2008 (UTC)

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Ver também

• Cinco bolas nos ferros
• A mais saborosa das Taças de Portugal

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