Diferenças entre edições de "1998/99"

Revisão das 16h42min de 8 de dezembro de 2020

A temporada do luto

Tinham passado três anos desde a entrada em cena do "Projecto Roquete", o Sporting tinha criado uma Sociedade Desportiva agora cotada na Bolsa, mas da teoria à prática ia uma grande diferença, e os "doutores" demonstravam muitas dificuldades em compreender as realidades de um futebol português cheio de armadilhas e vícios.

Depois de um Presidente interventivo como Santana Lopes, agora José Roquete assumia a sua incapacidade para liderar o futebol, e delegava poderes em gente que se revelava igualmente incapaz.

Mais de 30 jogadores tinham sido contratados com pouco ou nenhum aproveitamento, e de Carlos Queirós a Carlos Manuel já eram 7 os treinadores que se tinham sentado no banco do Sporting, quatro deles na última temporada, uma das piores da história do Clube, que apenas ganhara uma Supertaça nessas três épocas.

A limpeza de balneário proposta por Carlos Manuel foi recusada, e assim dá-se uma nova mudança de rumo. O Sporting aposta em Mirko Jozic, uma espécie de Queirós jugoslavo, com muita experiência do futebol sul-americano. Com ele chegam o croata Petar Krpan e os jovens argentinos Facundo Quiroga, Aldo Duscher e Julián Kmet, enquanto aproveitando o bom relacionamento com o FC Porto, se faz a troca de Peixe e Costinha por Rui Jorge e Bino, e ao Boavista é contratado Delfim. Era a aposta na juventude.

Da lista de dispensas constam uma dezena de jogadores contratados pelo "Sporting do Projecto" e o Capitão Oceano, assim a braçadeira passou para Yordanov. Afinal tinha havido limpeza na mesma.

Mais uma vez as mexidas no plantel foram uma constante durante a época, com vendas, empréstimos, dispensas, regressos e contratações para todos os gostos. Assim Marco Aurélio foi vendido para Itália e para o seu lugar veio Marcos que estava PSV Eindhoven. Leandro que não se entendia com o treinador, foi emprestado, tal como Renato, Patacas e César Ramirez, regressando Quim Berto que tinha sido cedido ao Vitória de Guimarães, e entretanto chegam mais dois argentinos: Gabriel Heinze e Beto Acosta.

A época começa irregular com duas derrotas frente aos italianos do Bologna na Taça UEFA e dois empates nas três primeiras jornadas do Campeonato, mas apesar de ter sido eliminado da Taça logo à primeira pelo Gil Vicente, que na altura estava na Liga de Honra, o Sporting chega a liderar a prova principal do calendário nacional.

É então que após uma arbitragem vergonhosa num jogo em Alvalade com o Beira-Mar, que terminou empatado a zero, e motivou veementes protestos dos dirigentes leoninos, que os árbitros resolvem fazer greve aos jogos do Sporting, e a seguir atacam a equipa com uma sucessão de erros nunca antes vista, o que leva a Direcção leonina a decretar "luto" pelo futebol nacional, numa altura em que a época já estava perdida, depois de uma viragem de Campeonato cheia de percalços, que uma equipa muito jovem e instável não consegue superar.

Assim o Sporting acaba na 4ª posição com 63 pontos a 16 do Campeão, que correspondiam a 17 vitórias, 12 empates, 5 derrotas, 64 golos marcados e 32 sofridos. Completavam-se assim 17 épocas seguidas sem ganhar a prova principal do calendário nacional, algo impensável até há bem poucos anos.

Mirko Jozic não resiste, apesar do reconhecimento dos adeptos pela qualidade do futebol apresentado, e das atenuantes resultantes de tudo o que aconteceu nesta temporada, mas na verdade os resultados não poderiam ter sido piores e mais uma vez a opção passou por mudar de treinador.

To-mane 11h18min de 15 de Setembro de 2008 (UTC)

Figuras

Plantel

• Há 2 autogolos

TREINADOR

• Mirko Jozic

ADJUNTOS

• Tomislav Ivkovic
• Pedro Venâncio

Jogos

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Taça UEFA

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