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| Nesta fase final da sua carreira as provas de Estrada ganharam outro peso, tendo então somado inúmeras vitórias ao seu riquíssimo palmarés, sendo naturalmente de referir aqui o triunfo na 2ª edição da [[Corrida Sporting]] e o Campeonato Nacional de Estrada de 2016. | | Nesta fase final da sua carreira as provas de Estrada ganharam outro peso, tendo então somado inúmeras vitórias ao seu riquíssimo palmarés, sendo naturalmente de referir aqui o triunfo na 2ª edição da [[Corrida Sporting]] e o Campeonato Nacional de Estrada de 2016. |
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| + | Fez parte da equipa do [[Sporting Clube de Portugal]] que ganhou o Campeonato Nacional de Corta Mato, na [[Atletismo 2016|época de 2016]], fechando o grupo no 10º lugar. |
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| Em 2015 Rui Silva foi distinguido pelo Presidente da República, com o título de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. | | Em 2015 Rui Silva foi distinguido pelo Presidente da República, com o título de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. |
Revisão das 14h47min de 14 de março de 2016
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Dados de Rui Silva |
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Nome |
Rui Manuel Monteiro da Silva
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Nascimento |
3 Agosto de 1977
|
Naturalidade |
Santarém - Portugal -
|
Posição |
Atleta (meio fundo)
|
Rui Silva chegou a jogar futebol nos iniciados do União de Santarém, mas aos 15 anos optou pelo Atletismo, passando a representar o Estrela Ouriquense e, em 1994 foi Campeão Nacional de Corta-Mato na categoria de Juvenis, feito que repetiu nos dois anos seguintes, mas nos Juniores, escalão em que participou duas vezes no Campeonato Mundial de Corta Mato, tendo obtido o 43º lugar em 1996, depois de ter desistido no ano anterior.
No entanto foi na Pista que mais se destacou, obtendo vários títulos nos escalões jovens e tornando-se no Recordista Nacional Júnior dos 1000 e dos 1500m, tendo participado no Europeu de Juniores que se realizou em Niyregyhaza na Hungria, em 1995, classificando-se no 8º lugar na corrida dos 1500m, para no ano seguinte no Campeonato Mundial desse mesmo escalão, que se disputou em Sidney na Austrália, obter a 6ª posição, também nos 1500m.
Títulos e mais Títulos
Em Outubro de 1996 transferiu-se para o Sporting Clube de Portugal, onde sob a orientação de Bernardo Manuel iniciou uma progressão verdadeiramente espantosa, especializando-se nos 1500m e, tornando-se no melhor meio-fundista da história do Atletismo português e num dos melhores do mundo.
A nível nacional Rui Silva foi 14 vezes Campeão de Portugal, apesar de muito cedo as competições internas terem deixado de ser uma prioridade para ele. Mesmo assim, ao ar livre conta com 5 títulos nos 800m, 2 nos 1500m e 1 nos 5000m, e na pista coberta é detentor de 2 títulos dos 800m, 3 dos 1500m e 1 dos 3000m, vitórias obtidas entre 1998 quando se começou a impor no panorama do meio fundo nacional, e 2011, numa altura em que já apostava nas distâncias mais longas.
Para além disso foi 9 vezes Campeão Nacional de Crosse Curto, uma especialidade que dominou completamente desde que esta em 2000 foi incluída no calendário oficial das provas de Corta Mato, somando um tetra campeonato até 2003 e um penta entre 2009 e 2013, e só não foram mais, em virtude de não ter participado nesta competição durante algum tempo, seja por opção, seja devido às lesões que o atormentaram.
Enquanto atleta do Sporting Clube de Portugal participou na conquista de 32 Campeonatos Nacionais (10 ao ar livre, 13 na pista coberta e 9 no crosse curto), contribuindo quase sempre com vitórias individuais, nas corridas que disputou.
Foi um dos heróis que em Junho de 2000 participou na histórica vitória do Sporting na Taça dos Campeões Europeus de Atletismo, tendo na ocasião sido o vencedor das corridas dos 1500 e dos 3000m. Isto para além de ter feito parte das equipas leoninas que ganharam o Grupo B desta competição, em 1998 e em 2003, tendo no total representado o Sporting em 12 edições da Taça dos Campeões Europeus de Atletismo, somando 20 vitórias individuais na mesma (9 nos 1500m, 10 nos 3000m e 1 nos 5000m).
Foi distinguido 10 vezes com o Prémio Stromp, em 2003 na categoria "Atleta", em 2004 na categoria "Olímpico" e ainda sete vezes na categoria "Europeu" e uma na "Mundial".
Os principais títulos nacionais
Competição
|
Prova
|
Marca
|
Época
|
Observações
|
Campeonato de Portugal |
1500m (PC) |
3,38,85m |
1998 |
RCP
|
Campeonato de Portugal |
1500m |
3,41,95m |
1999 |
|
Campeonato Nacional |
Crosse Curto |
11,54m |
2000 |
|
Campeonato de Portugal |
1500m (PC) |
3,40,03m |
2000 |
|
Campeonato Nacional |
Crosse Curto |
13,08m |
2001 |
|
Campeonato de Portugal |
800m (PC) |
1,48,53m |
2001 |
RCP
|
Campeonato de Portugal |
1500m |
3,40,07m |
2001 |
|
Campeonato Nacional |
Crosse Curto |
11,56m |
2002 |
|
Campeonato de Portugal |
800m |
1,47,46m |
2002 |
|
Campeonato Nacional |
Crosse Curto |
11,28m |
2003 |
|
Campeonato de Portugal |
800m |
1,49,00m |
2003 |
|
Campeonato de Portugal |
800m |
1,49,23m |
2004 |
|
Campeonato de Portugal |
800m |
1,47,94m |
2005 |
|
Campeonato Nacional |
Crosse Curto |
11,39m |
2009 |
|
Campeonato de Portugal |
800m (PC) |
1,49,57m |
2009 |
|
Campeonato de Portugal |
1500m (PC) |
3,42,09m |
2009 |
|
Campeonato de Portugal |
800m |
1,51,97m |
2009 |
|
Campeonato Nacional |
Crosse Curto |
12,37m |
2010 |
|
Campeonato Nacional |
Crosse Curto |
11,20m |
2011 |
|
Campeonato de Portugal |
3000m (PC) |
7,51,60m |
2011 |
|
Campeonato de Portugal |
5000m |
13,48,59m |
2011 |
|
Campeonato Nacional |
Crosse Curto |
11,33m |
2012 |
|
Campeonato Nacional |
Crosse Curto |
10,39m |
2013 |
|
Campeonato Nacional |
Estrada |
29,50m |
2016 |
|
- Legenda
RCP=Recorde dos Campeonatos de Portugal
Recordes e mais Recordes
Tornou-se também num verdadeiro açambarcador de Recordes Nacionais, começando logo em 1997, na sua primeira temporada ao serviço do Sporting, por conseguir bater o Recorde dos 1000m que pertencia a Carlos Cabral, ao percorrer a distância em 2,17,2m, uma marca que viria a melhorar em 1999 com o tempo de 2,16,30m e, nesse mesmo ano tornou-se também no Recordista Nacional dos 2000m, com a marca de 4,54,66m e da Milha, percorrendo esta distância em 3,50,91m, um tempo que viria a melhorar em 2002, fixando o Recorde em 3,49,50m.
Em 1998 bateu o Recorde Nacional dos 1500m com a marca de 3,34,84m, um resultado que viria a melhorar cinco vezes, até que em 2002 fixou o Recorde da sua prova de eleição em 3,30,07m, o que significava uma evolução de 5,69s em relação à anterior marca estabelecida por Mário Silva em 1991.
Em 1999 apoderou-se dos recordes dos 800 e dos 1500m em pista coberta, fixando-os respectivamente em 1,44,40m e 3,34,99m e, no ano seguinte foi a vez do dos 3000m também em pista coberta, com a marca de 7,39,44m, que eram Recorde Nacional absoluto.
Em 2001 Rui Silva tornou-se no recordista nacional de todas as distâncias em pista coberta, desde os 800m aos 3000m, ao estabelecer novos Recordes Nacionais nos 1000m (2,17,36m), 2000m (5,03,95m) e Milha (3,52,18m).
Em 2002 conseguiu finalmente bater também o Recorde Nacional dos 800m, fixando-o em 1,44,91m, melhorando em 0,21s uma marca que datava dos Jogos Olímpicos de 1988 e, em 2011 acrescentou à sua extensa lista de Recordes, o dos 5000m em pista coberta, com a marca de 13,41,93m.
Diga-se ainda que todos estes Recordes perduraram longos anos, sendo que desde 20 de Agosto de 2002 que Rui Silva é o detentor de todos as melhores marcas nacionais das corridas entre os 800m e os 3000m.
Recordes
Data
|
Recorde
|
Prova
|
Marca
|
Competição
|
12-04-1997 |
Nacional |
1000m |
2,17,02m |
|
28-08-1998 |
Nacional |
1500m |
3,34,84m |
Meeting de Bruxelas
|
01-09-1998 |
Nacional |
1500m |
3,34,00m |
Meeting de Berlim
|
07-02-1999 |
Nacional |
1500m (PC) |
3,35,59m |
Torneio de Estugarda
|
19-02-1999 |
Nacional |
800m (PC) |
1,46,40m |
Torneio de Gent
|
07-03-1999 |
Nacional |
1500m (PC) |
3,34,99m |
Campeonato do Mundo
|
03-06-1999 |
Nacional |
1500m |
3,33,53m |
Meeting de Saint Denis
|
07-07-1999 |
Nacional |
Milha |
3,50,91m |
|
17-07-1999 |
Nacional |
1000m |
2,16,30m |
|
11-08-1999 |
Nacional |
1500m |
3,30,88m |
Meeting de Zurique
|
07-09-1999 |
Nacional |
2000m |
4,54,66m |
|
23-01-2000 |
Nacional |
3000m (PC) |
7,45,37m |
Campeonato Nacional
|
06-02-2000 |
Nacional |
3000m (PC) |
7,39,44m |
Meeting de Estugarda
|
15-02-2001 |
Nacional |
Milha (PC) |
3,52,18m |
Torneio de Estocolmo
|
23-02-2001 |
Nacional |
1000m (PC) |
2,17,36m |
Torneio de Gent
|
25-02-2001 |
Nacional |
2000m (PC) |
5,03,95m |
Torneio de Liévan
|
20-07-2001 |
Nacional |
1500m |
3,30,36m |
Meeting do Mónaco
|
12-07-2002 |
Nacional |
Milha |
3,49,50m |
Meeting de Roma
|
19-07-2002 |
Nacional |
1500m |
3,30,07m |
Meeting do Mónaco
|
20-08-2002 |
Nacional |
800m |
1,44,91m |
Grande Prémio de San Sebastian
|
11-06-2004 |
Pessoal |
5000m |
13,19,20m |
Meeting de Bergen
|
19-02-2011 |
Nacional |
5000m (PC) |
13,41,93m |
Meeting de Birmingham
|
02-04-2011 |
Pessoal |
10000m |
27,53,55m |
Troféu Ibérico
|
25-03-2012 |
Pessoal |
Meia Maratona |
1,02,40h |
Meia Maratona de Lisboa
|
29-09-2013 |
Pessoal |
Maratona |
2,12,16h |
Maratona de Berlim
|
Medalhas e mais Medalhas
A sua explosão enquanto grande atleta aconteceu em 1998, quando em Valência logo na sua primeira grande competição internacional, foi surpreendentemente Campeão Europeu dos 1500m em pista coberta, para poucos meses depois, a 20 de Agosto, conquistar a Medalha de Prata na mesma prova, mas nos Campeonatos Europeus de Atletismo disputados em Budapeste.
Para fechar com chave de ouro esta grande temporada, Rui Silva foi escolhido para representar a Selecção da Europa na Taça do Mundo que se realizou em Joanesburgo na África do Sul, onde foi 2º classificado atrás do queniano Laban Rotich, isto numa época em que já tinha ganho os 1500m do Meeting de Santo António .
Na época seguinte confirmou a sua posição entre os melhores do mundo e, no Mundial de Pista Coberta que se disputou no Japão, ficou no 5º lugar da corrida dos 1500m, melhorando o seu Recorde Nacional daquela distância, com a 5ª melhor marca mundial do ano, o que diz bem da excelência dessa Final de Maebashi.
Ainda em 1999 mas nos Campeonatos Europeus de Sub-23 realizados em Gotemburgo, Rui Silva ganhou sem dificuldades os 1500m, numa temporada onde foi coleccionando Recordes, até fazer a melhor marca europeia do ano, que era simultaneamente a 5ª melhor de sempre, pelo que chegou aos Mundiais de Sevilha com fundadas expectativas. No entanto uma queda na meia-final afastou-o da corrida decisiva, onde teria seguramente uma palavra a dizer.
Em 2000 iniciou o seu domínio no Crosse Curto a nível nacional, uma especialidade que nessa época fora introduzida no calendário oficial das provas da FPA, tendo participado no Mundial desse ano, onde foi 24º classificado, mas não voltou a repetir a experiência, pois sempre preferiu o tartan à lama. Ainda nesse ano, mas na pista coberta, apostou nos 3000m e conquistou a Medalha de Prata nos Campeonatos da Europa que se disputaram em Gent na Bélgica.
Em ano de Jogos Olímpicos apontou a sua preparação para Sydney, obtendo 3,32,60m nos 1500m do Meeting de Roma, uma marca que o colocava no 12º lugar no ranking mundial do ano e foi 3º nos 800m do Meeting Internacional de Lisboa, com o tempo de 1,45,29s, a segunda melhor marca portuguesa de sempre, muito próxima do Recorde Nacional, mas chegou à Austrália debilitado por um vírus que o atacou quando recuperava de uma gripe, e foi logo eliminado na primeira ronda dos 1500m.
Em 2001 conquistou a Medalha de Ouro na corrida dos 1500m dos Campeonatos do Mundo de Pista Coberta que se disputaram em Lisboa e, ganhou os 1500m do Meeting do Mónaco, com o tempo de 3,30,36m, que era não só o novo Recorde Nacional, como constituía a 3ª melhor marca mundial do ano, o que fazia dele um dos candidatos à conquista de uma medalha nos 1500m dos Campeonatos do Mundo que nesse ano se disputaram em Edmonton. No entanto no Canadá Rui Silva não foi feliz, quedando-se pelo 7º lugar, ao deixar-se surpreender pelo ataque do marroquino El Guerrouj, que aconteceu antes do que ele estaria à espera e numa altura em que estava mal colocado no pelotão.
Em 2002 naquele que foi o seu melhor ano em termos de marcas, voltou a estar em grande nas competições internacionais, conquistando a Medalha de Ouro nos 1500m dos Europeus de Pista Coberta que se disputaram em Viena e a Medalha de Bronze, também nos 1500m, mas nos Campeonatos da Europa de Atletismo que se realizaram em Munique, numa emocionante Final decidida por "photo-finish", com a Medalha de Ouro a ser atribuída ao francês Mehdi Baala, enquanto o espanhol Reyes Estevez teve de contentar-se com a de Prata, ficando Rui Silva a apenas 18 centésimos de segundo dos dois da frente.
Em termos internacionais 2003 foi uma época decepcionante para Rui Silva, que chegou como um dos favoritos à conquista das medalhas nos 1500m dos Mundiais de Pista Coberta que se disputaram em Birmingham, mas acabou por ser afastado da Final, ao ser apenas 3º classificado na primeira eliminatória, com o tempo de 3,48,41m, ficando à espera da repescagem, uma vez que que só os dois primeiros se apuravam directamente, pelo que tinha de ter um dos três melhores tempos dos restantes, mas logo na segunda corrida o 5º classificado, o polaco Miroslav Formela, fez 3,40,85m, o que implicou de imediato a eliminação do Campeão Mundial em título.
Poucos meses depois nos Campeonatos do Mundo de Atletismo disputados em Paris, Rui Silva chegou à Final sem grandes dificuldades, ganhando a sua eliminatória e sendo 2º classificado na meia final, mas na corrida decisiva não foi além do 5º lugar.
Em 2004 voltou aos dias de glória, logo a começar nos Mundiais de Pista Coberta que se realizaram em Budapeste, onde apostou nos 3000m, sendo apenas batido pelo queniano Bernard Lagat, trazendo assim para Portugal a Medalha de Prata.
Em ano de Jogos Olímpicos, apostou forte nos 1500m, mas uma incomodativa hérnia inguinal, fê-lo atravessar uma fase de alguma irregularidade, mesmo assim fez 3,32,13m nos 1500m do Meeting de Roma, uma marca que o colocava no 5º lugar do ranking mundial do ano. Ainda em 2004, Rui Silva fez os mínimos olímpicos dos 5000m, durante o Meeting de Bergen, com a excelente marca de 13,19,20m, embora a aposta nas distâncias mais longas só estivesse programada para o ano seguinte.
Nos Jogos de Atenas Rui Silva conquistou a Medalha de Bronze dos 1500m, numa corrida onde se sabia que dificilmente poderia ir mais longe e que geriu de uma forma quase perfeita, aproveitando o andamento menos forte das duas primeiras voltas, para impor a sua poderosa ponta final.
As lesões atacaram Rui Silva no início da época de 2005 afastando-o dos Europeus de Pista Coberta. Recuperou e em Agosto no Meeting de Roma fez a sua melhor marca do ano com o registo de 3,32,91m, mostrando estar preparado para os Mundiais de Helsínquia, onde voltou a ser o herói, ao conquistar de forma brilhante a Medalha de Bronze nos 1500m, ficando a apenas 2 centésimos de segundo da Prata, numa corrida ganha pelo marroquino Rashid Ramzi.
Depois de uma longa travessia no deserto resultante das várias lesões que o atormentaram, onde apenas há a registar a surpreendente Medalha de Bronze que conquistou nos Campeonatos da Europa de Corta Mato, que se realizaram em Dezembro de 2007, em Toro na Espanha, Rui Silva regressou em grande em 2009, quando nos Europeus de Atletismo de Pista Coberta, que se disputaram em Turim na Itália, voltou a subir ao lugar mais alto do pódio, sagrando-se Campeão Europeu dos 1500m em pista coberta pela 3ª vez, 7 anos depois do último título conquistado em Viena. Foi uma vitória categórica, obtida com a autoridade de quem conhecia todos os segredos destas corridas, depois de já ter ganho a meia final, numa demonstração de força e classe.
Ainda nesse ano iniciou uma nova serie de vitórias no Campeonato Nacional de Crosse Curto e conquistou a Medalha de Prata nos 800m da 2ª edição dos Jogos da Lusofonia, que se realizaram em Lisboa, obtendo durante a época algumas excelentes marcas nos 1500m.
Assim voltou a ser apontado como um dos favoritos à conquista de uma medalha, numa grande competição internacional. No entanto falhou nos Mundiais de Berlim, onde depois de passar uma eliminatória dos 1500m, foi afastado na meia final, numa corrida em que não conseguiu acompanhar a mudança de velocidade na fase decisiva da prova, deixando-se afundar para o 11º lugar.
Entre 1998 e 2011, representou Portugal em 11 edições da Taça da Europa/Europeu de Selecções, somando com 4 vitórias nos 1500m e 6 nos 3000m.
Quadro de Medalhas
Época
|
Medalha
|
Competição
|
Prova
|
Marca
|
1998 |
Ouro |
Europeu de Pista Coberta |
1500m |
3,44,57m
|
1998 |
Prata |
Campeonato da Europa |
1500m |
3,41,84m
|
1998 |
Prata |
Taça do Mundo |
1500m |
3,40,95m
|
1999 |
Ouro |
Europeu de sub-23 |
1500m |
3,44,29m
|
2000 |
Prata |
Europeu de Pista Coberta |
3000m |
7,49,70m
|
2001 |
Ouro |
Mundial de Pista Coberta |
1500m |
3,51,06m
|
2002 |
Ouro |
Europeu de Pista Coberta |
1500m |
3,49,93m
|
2002 |
Bronze |
Campeonatos da Europa |
1500m |
3,45,493m
|
2004 |
Prata |
Mundial de Pista Coberta |
3000m |
7,57,08m
|
2004 |
Bronze |
Jogos Olímpicos |
1500m |
3,34,68m
|
2005 |
Bronze |
Campeonatos do Mundo |
1500m |
3,38,02m
|
2007 |
Bronze |
Campeonatos da Europa |
Corta Mato |
31,58m
|
2009 |
Ouro |
Europeu de Pista Coberta |
1500m |
3,44,38m
|
2009 |
Prata |
Jogos da Lusofonia |
800m |
1,49,03m
|
Lesões e mais lesões
Na época de 2006 iniciou-se o pior período da sua carreira, quando as lesões não o largavam, numa altura em que tinha programado apostar nos 5000m, uma corrida onde conseguiu obter os mínimos para os Europeus de Gotemburgo, com a marca de 13,31,13m obtida em Gijón na Espanha. No entanto as lesões afastaram-no dessa grande competição que se realizou na Suécia, tal como já o tinham arredado dos Mundiais de Pista Coberta disputados em Moscovo.
No ano seguinte falhou os Europeus de Pista Coberta em Birmingham e os Mundiais de Osaka no Japão. Em Dezembro de 2007 ainda deu sinais de vida nos Campeonatos da Europa de Corta Mato, porém as lesões comprometeram a sua preparação para os Jogos Olímpicos de 2008, levando o atleta a assumir publicamente que preferia ficar em Portugal caso não estivesse em condições de discutir uma das três medalhas e foi o que fez, não marcando presença em Pequim.
Aos 30 anos, muitos davam-no como perdido para o Atletismo já que as lesões não paravam de o atormentar. Foi então que resolveu mudar radicalmente a sua vida, abandonando os negócios ligados à construção civil e dedicando-se a 100% ao treino, tendo passado a trabalhar sob a supervisão de João Campos, o técnico que tinha levado Fernanda Ribeiro ao ouro olímpico em Atlanta 96. Mudou-se com a família para a Maia e abandonou os habituais locais de treino nas planícies ribatejanas e nas pistas de Lisboa e do Jamor. Os resultados não foram imediatos, mas não tardaram a aparecer, no entanto as lesões também continuaram a ser uma constante na sua carreira.
A aposta nas distâncias mais longas na fase final da sua carreira
Em 2010 apontou definitivamente a sua preparação para os 5000m, começando por ganhar uma corrida integrada no Troféu Ibérico que se disputou em Castellon, onde fez 13,41,90m, uma boa marca para um quase principiante naquela prova. Voltou a correr os 5000m abaixo dos 14 minutos durante a Taça dos Campeões Europeus de Atletismo, onde foi 2º classificado, mas depois decidiu parar para corrigir um desequilíbrio de postura que estava na origem de alguns problemas físicos que o voltavam a apoquentar, abdicando assim da sua participação nos Europeus de Barcelona.
Na época de 2011 Rui Silva voltou a estar presente nos Europeus de Pista Coberta, desta vez apostando nos 3000m. Chegou à Final mas ficou-se pelo 6º lugar, pagando o preço de já estar a trabalhar para distâncias mais longas, ele que poucos dias antes tinha estabelecido o Recorde Nacional dos 5000m em pista coberta e, que em Outubro de 2010 já se tinha estreado na Meia Maratona, obtendo o 7º lugar no Porto, sendo o melhor não africano, numa prova dominada pelos quenianos.
Ainda em 2011 nos Mundiais de Daegu na Coreia do Sul, Rui Silva teve a sua primeira experiência ao mais alto nível nas corridas de fundo, mas não conseguiu chegar à Final dos 5000m e foi apenas 11º na Final directa dos 10000m, com um tempo muito modesto.
Em Março de 2012 venceu a 1ª Meia-Maratona de Santander que contou à partida com mais de 2000 atletas, numa altura em que o seu objectivo era estar presente na Maratona dos Jogos Olímpicos de Londres, estando para tal efeito prevista a sua estreia na mais dura prova do Atletismo em Roterdão, mas as lesões voltaram a estragar-lhe os planos.
Gorado o sonho de participar na Maratona Olímpica, os 10000m passaram a ser a sua opção para marcar presença em Londres, mas mais uma vez foi atraiçoado pelas lesões e, depois de ter optado por não participar nos Europeus de Helsínquia, também ficou de fora dos Jogos Olímpicos de Londres.
Cumprindo uma esperança há muito acalentada, no dia 29 de Setembro de 2013 em Berlim, Rui Silva estreou-se finalmente na Maratona, com o registo de 2,12,16h, tendo ficado em 9º lugar e sido o melhor europeu, numa prova onde Wilson Kipsang, alcançou a melhor marca mundial de sempre, ao fazer 2,03,23h.
Nesta fase final da sua carreira as provas de Estrada ganharam outro peso, tendo então somado inúmeras vitórias ao seu riquíssimo palmarés, sendo naturalmente de referir aqui o triunfo na 2ª edição da Corrida Sporting e o Campeonato Nacional de Estrada de 2016.
Fez parte da equipa do Sporting Clube de Portugal que ganhou o Campeonato Nacional de Corta Mato, na época de 2016, fechando o grupo no 10º lugar.
Em 2015 Rui Silva foi distinguido pelo Presidente da República, com o título de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
To-mane 08h12min de 14 de Outubro de 2014 (WEST)