|
|
Linha 20: |
Linha 20: |
| [[Utilizador:To-mane|To-mane]] 10h37min de 14 de Julho de 2012 (WEST) | | [[Utilizador:To-mane|To-mane]] 10h37min de 14 de Julho de 2012 (WEST) |
| | | |
− | [[Categoria:Momentos Desportivos]] | + | [[Categoria:Momentos Desportivos do Atletismo]] |
| [[Categoria:Grandes Feitos do Atletismo]] | | [[Categoria:Grandes Feitos do Atletismo]] |
Revisão das 07h21min de 27 de fevereiro de 2016
Depois da vitória no Campeonato Mundial de Corta Mato, Carlos Lopes virou-se para a época de Pista, tendo como principal objectivo os Jogos Olímpicos de Montreal.
O Prof. Moniz Pereira pusera a cabeça no cepo ao fazer pequenas exigências para a preparação da equipa de Atletismo, que alguns consideraram como excessivas, numa altura em que o País vivia na ressaca do 25 de Abril, pelo que era fundamental apresentar resultados, isto apesar de não terem sido prometidas Medalhas.
Só na recta final Lasse Viren conseguiu passar Carlos Lopes.
Em Maio Carlos Lopes foi à Alemanha, onde começou por bater o Recorde Nacional dos 5000m no Meeting de Colónia, tornando-se no primeiro português a percorrer a distância em menos de 13,30m, o que já era uma marca de nível internacional, para logo na semana seguinte participar como convidado num encontro entre as selecções da RFA e da URSS, onde fez a melhor marca do ano nos 10000m, com o tempo de 27,45,71m, que passou a ser a 8ª melhor marca de sempre naquela distância, constituindo uma melhoria de quase 45 segundos em relação ao anterior Recorde Nacional, tornando-se assim no primeiro português a correr os 10000m em menos de 28 minutos.
Em Junho Carlos Lopes melhorou o seu Recorde dos 5000m, percorrendo a distância em 13,24,0m, mas nos Jogos Olímpicos apostou nos 10000m, uma corrida mais longa onde teria maiores hipóteses de afastar a concorrência, para evitar uma ponta final ao sprint, onde não era muito forte.
Em Montreal Lopes venceu a sua eliminatória sem dificuldades e o Prof. Moniz Pereira assegurou que se a Final fosse directa ele ganharia uma Medalha, adiantando que a táctica para a corrida decisiva só poderia ser forçar o andamento até aos limites: "ou rebenta ele, ou rebentam os outros".
E de facto assim foi. Na Final disputada no dia 26 de Julho de 1976, Carlos Lopes impôs um ritmo forte, que o levou inclusivamente a melhorar o seu Recorde Nacional com o tempo de 27,45,17m, e só não conseguiu rebentar com o finlandês Lasse Viren, um policia dotado de uma rápida ponta final, e que era apenas o Campeão Olímpico em título dos 5000 e 10000 metros, feito que repetiu nos Jogos de Montreal, para desconsolo do nosso atleta, que depois de comandar toda a corrida se viu ultrapassado na recta final, ficando a menos de 5 segundos do vencedor.
Apesar da alegria que constituiu a conquista da primeira Medalha Olímpica do Atletismo português, ficou no ar a sensação de que teria sido possível chegar ao Ouro, principalmente devido às suspeitas que se levantaram em relação à possibilidade do "finlandês voador" recorrer a transfusões de sangue para melhorar as suas prestações, e o que é certo é que os resultados de Lasse Viren melhoravam substancialmente nos anos olímpicos.
No final Moniz Pereira voltou à carga, afirmando que aquela era a Medalha mais barata dos Jogos, enquanto Carlos Lopes exigia melhores condições de treino e um pouco mais de reconhecimento, pois afinal vivia apenas do seu ordenado no Banco, um pouco mais de 7 contos por mês.
O tempo daria razão a ambos, com melhores condições e um investimento maior, seria possível chegar ainda mais longe.
To-mane 10h37min de 14 de Julho de 2012 (WEST)