Diferenças entre edições de "Atletismo 1978"

Revisão das 12h39min de 30 de agosto de 2012

O calvário de Carlos Lopes

A época começou com o regresso de Carlos Lopes ao Crosse, depois das lesões que o tinham começado a apoquentar no ano anterior, afastando-o das pistas durante vários meses.

Lopes voltou a ser Campeão Regional e Nacional de Corta-Mato, apesar do favoritismo atribuído a Fernando Mamede que estava a subir de rendimento, e o Sporting continuou a ser imbatível nesta especialidade, ganhando tudo o que havia para ganhar em Portugal e o Cross du Progrés disputado em Lyon, só faltou a Taça dos Campeões Europeus que nesse ano não se disputou, impedindo o Sporting de defender o título brilhantemente conquistado na época anterior.

Na já referida prova disputada em França, Mamede foi o melhor português classificando-se no 3º lugar, situação que se repetiu no Crosse das Amendoeiras mas com um 4º posto, em ambas as provas Aniceto Simões também ficou à frente de Carlos Lopes, que ainda denotava algumas dificuldades em recuperar a forma perdida, embora tenha conseguido ganhar o Campeonato Nacional, onde Mamede foi 2º e Aniceto 3º, o que o levou a prometer lutar pela vitória no Mundial que se avizinhava.

No entanto no Crosse das Nações disputado em Glasgow, a prestação dos atletas leoninos foi decepcionante, com Lopes e Mamede a desistirem, enquanto Aniceto Simões se quedava num modesto 45º lugar. No final da prova Carlos Lopes afirmou que agora o que lhe interessava era a Pista.

Na Estrada o Sporting ganhou as estafetas Cascais Lisboa e Lousã Coimbra, em ambos os casos com uma equipa constituída por Carlos Lopes, Fernando Mamede, Aniceto Simões, Bernardo Manuel e Carlos Cabral.

Em Junho disputou-se a Taça dos Campeões Europeus em Bochum, tendo o Sporting concluído a competição no 6º lugar, mas com quatro triunfos individuais: Fernando Mamede (1500m e 5000m), Carlos Lopes (10000m) e José Carvalho (400m barreiras).

Nesta altura Fernando Mamede começava a fazer marcas de grande nível nas corridas mais longas, e em Julho na Suécia ganhou de forma brilhante uma corrida de 3000m disputada em Vasteras, na qual bateu o famoso neo zelandes Dick Quax, para logo de seguida no Meeting de Estocolmo bater o Recorde Nacional dos 5000m com o tempo de 13,17,76m, uma das melhores marcas mundiais do ano.

José Carvalho foi outro atleta em destaque na Suécia, conseguindo bater-se de igual para igual com os grandes especialistas americanos dos 400m barreiras, e batendo o Recorde Nacional dos 400m durante os Campeonatos de Espanha, percorrendo a distância em 47s, uma marca que viria a melhorar poucos dias depois em Lisboa.

Nas competições de âmbito nacional, no sector masculino o Sporting sagrou-se Campeão Nacional pela 11º vez consecutiva, igualando o feito conseguido entre 1956 e 1966, com os atletas leoninos a ganharem 11 das 20 provas em disputa, contra 5 dos benfiquistas e 4 dos portistas, terminando com 43 pontos de avanço sobre o 2º classificado, isto apesar da ausência de Carlos Lopes que estava outra vez lesionado.

José Carvalho foi a grande figura destes Campeonatos, ao ganhar as corridas dos 110m barreiras, 200 e 400m, neste caso com a marca de 46,7s, um novo Recorde Nacional, mas Aniceto Simões também esteve em grande ao conseguir os mínimos para os Campeonatos da Europa nos 5000m.

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