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− | Após a morte de [[Ribeiro Ferreira]] e do abandono de [[Góis Mota]], o Sporting vivia órfão de um Presidente carismático, e depois de uma serie de gerências curtas do tipo missão de serviço, o Clube perdera a hegemonia no futebol português e atravessava uma grave crise financeira, em grande parte devido à construção do [[Estádio José Alvalade]].
| + | Depois da morte de [[Ribeiro Ferreira]] e do abandono de [[Góis Mota]], o Sporting vivia órfão de um Presidente carismático, e depois de uma serie de gerências curtas do tipo missão de serviço, o Clube perdera a hegemonia no futebol português e atravessava uma grave crise financeira, em grande parte devido à construção do [[Estádio José Alvalade]]. |
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− | À crise financeira juntou-se a crise do futebol, com a equipa principal a ter uma prestação miserável, mas foi após uma derrota com o Belenenses num jogo das Reservas, que os sócios se revoltaram contra a Direcção, que se demitiu considerando intolerável o comportamento daqueles associados. | + | À crise financeira juntou-se a crise do futebol, com a equipa principal a ter uma prestação miserável, mas foi após uma derrota com o Belenenses num jogo das Reservas, que os sócios se revoltaram contra [[A Gerência 1964/65|a Direcção]], que se demitiu considerando intolerável o comportamento daqueles associados. |
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| Estávamos em Janeiro de 1965 quando o [[Conselho Geral]] reuniu de emergência, aprovando um voto de confiança à Direcção, para evitar a queda desta, mas no dia 19 do mês seguinte [[Góis Mota]] anunciou a intenção de renunciar ao cargo de Presidente da [[Assembleia Geral]], alegando razões pessoais e afazeres profissionais, para se afastar definitivamente do Sporting. No entanto, o facto de ter arrastado com ele vários membros dos Órgãos Sociais do Clube, era revelador de que algo ia mal no reino do Leão. | | Estávamos em Janeiro de 1965 quando o [[Conselho Geral]] reuniu de emergência, aprovando um voto de confiança à Direcção, para evitar a queda desta, mas no dia 19 do mês seguinte [[Góis Mota]] anunciou a intenção de renunciar ao cargo de Presidente da [[Assembleia Geral]], alegando razões pessoais e afazeres profissionais, para se afastar definitivamente do Sporting. No entanto, o facto de ter arrastado com ele vários membros dos Órgãos Sociais do Clube, era revelador de que algo ia mal no reino do Leão. |
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− | Assim após várias reuniões e sucessivos adiamentos, no dia 9 de Abril de 1965 o [[Conselho Geral]] resolveu indigitar uma nova Mesa da Assembleia-Geral presidida pelo Dr. André Navarro, que teria como vices o Dr. António Duarte Silva e o Prof. Dr. [[Salazar Leite]], que seria substituído na presidência do [[Conselho Fiscal]] pelo seu vice Moisés Ayash. Isto para além de uma profunda remodelação da Direcção, que continuava a ser presidida pelo General [[Homem de Figueiredo]]. | + | Assim após várias reuniões e sucessivos adiamentos, no dia 9 de Abril de 1965 o [[Conselho Geral]] resolveu indigitar uma nova Mesa da Assembleia-Geral presidida pelo Dr. [[André Navarro]], que teria como vices o Dr. António Duarte Silva e o Prof. Dr. [[Salazar Leite]], que seria substituído na presidência do [[Conselho Fiscal]] pelo seu vice Moisés Ayash. Isto para além de uma profunda remodelação da [[A Gerência 1964/65|Direcção]], que continuava a ser presidida pelo General [[Homem de Figueiredo]], enquanto o vice Fernando Ramos transitava para as Actividades Desportivas e João Ramos Mendes era promovido à vice presidência das Relações Exteriores, ficando o Departamento do Futebol a cargo de Cortês Figueiredo. |
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− | A Assembleia-Geral extraordinária que deveria ratificar estas alterações foi marcada para o dia 25 de Maio de 1965, mas poucos dias antes a Direcção reuniu-se com os membros indigitados para a Mesa da Assembleia-Geral e algumas individualidades convidadas, e nessa reunião o vice-presidente Fernando Ramos, na ausência do General [[Homem de Figueiredo]] que se encontrava em comissão de serviço fora do continente, informou que se não lhes dessem meios para gerir a situação financeira do Clube, a Direcção tencionava demitir-se em bloco. Foi então decidido constituir uma comissão incumbida de encontrar meios para resolver os problemas financeiros do Clube e de pôr os sócios ao corrente da situação. | + | A Assembleia-Geral extraordinária que deveria ratificar estas alterações foi marcada para o dia 25 de Maio de 1965 depois de sucessivos adiamentos, mas poucos dias antes [[A Gerência 1964/65|a Direcção]] reuniu-se com os membros indigitados para a Mesa da Assembleia-Geral e algumas individualidades convidadas, e nessa reunião o vice-presidente Fernando Ramos, na ausência do General [[Homem de Figueiredo]] que se encontrava em comissão de serviço fora do continente, informou que se não lhes dessem meios para gerir a situação financeira do Clube, [[A Gerência 1964/65|a Direcção]] tencionava demitir-se em bloco. Foi então decidido constituir uma comissão incumbida de encontrar meios para resolver os problemas financeiros do Clube e de pôr os sócios ao corrente da situação que se podia resumir nos seguintes números: 3600 contos de compromissos imediatos, a somar a cerca de 20 mil contos de encargos, 5 mil dos quais venciam no segundo semestre desse ano. |
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− | No dia 25 de Maio de 1965 reuniu-se finalmente a Assembleia-Geral extraordinária, que pela última vez foi presidida pelo Dr. [[Góis Mota]], e onde alguns sócios puseram em causa a capacidade da Direcção para resolver os problemas do Clube, pelo que aquela se demitiu em bloco, mostrando-se apenas disposta a assegurar a gestão corrente, no máximo até ao dia 5 de Julho. | + | No dia 25 de Maio de 1965 reuniu-se finalmente a Assembleia-Geral extraordinária, que pela última vez foi presidida pelo Dr. [[Góis Mota]], e onde o sócio Santos Silva chegou mesmo a sugerir a extinção do [[Conselho Geral]] e a criação de uma comissão Administrativa, sendo secundado por outros associados que puseram em causa a capacidade da [[A Gerência 1964/65|Direcção]] para resolver os problemas do Clube, pelo que aquela se demitiu em bloco, mostrando-se apenas disposta a assegurar a gestão corrente, no máximo até ao dia 5 de Julho. |
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− | Depois de algumas explicações dadas pela Direcção que tentou demonstrar a gravidade da situação, seguiu-se a intervenção do Dr. [[Valadão Chagas]], que defendeu a necessidade urgente de um corte nas despesas e do aumento das receitas, o que na sua opinião, passaria inevitavelmente pelo encerramento de algumas secções e pelo aumento das cotas dos sócios. | + | Depois de algumas explicações dadas pela [[A Gerência 1964/65|Direcção]] que tentou demonstrar a gravidade da situação, seguiu-se a intervenção do Dr. [[Valadão Chagas]], membro da comissão anteriormente referida, que defendeu a necessidade urgente de um corte nas despesas e do aumento das receitas, o que na sua opinião, passaria inevitavelmente pelo encerramento de algumas secções e pelo aumento das quotas dos sócios. |
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− | Esta agitada reunião magna terminaria com a aprovação de um voto de confiança à Direcção, proposto por [[Góis Mota]], que assim se despediu dos sócios do [[Sporting Clube de Portugal]] depois de muitos anos de inquantificaveis serviços prestados, ficando adiada a aprovação pelos sócios, dos novos membros dos Órgãos Sociais, propostos pelo [[Conselho Geral]]. | + | Esta agitada reunião magna terminaria com a aprovação de um voto de confiança à [[A Gerência 1964/65|Direcção]], proposto por [[Góis Mota]], que assim se despediu dos sócios do [[Sporting Clube de Portugal]] depois de muitos anos de inquantificáveis serviços prestados, ficando adiada a aprovação pelos sócios dos novos membros dos Órgãos Sociais, propostos pelo [[Conselho Geral]], assim como a resolução da crise, que se arrastaria até à [[A Assembleia-Geral extraordinária do dia 2 de Julho de 1965|Assembleia-Geral extraordinária do dia 2 de Julho de 1965]]. |
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Depois da morte de Ribeiro Ferreira e do abandono de Góis Mota, o Sporting vivia órfão de um Presidente carismático, e depois de uma serie de gerências curtas do tipo missão de serviço, o Clube perdera a hegemonia no futebol português e atravessava uma grave crise financeira, em grande parte devido à construção do Estádio José Alvalade.
À crise financeira juntou-se a crise do futebol, com a equipa principal a ter uma prestação miserável, mas foi após uma derrota com o Belenenses num jogo das Reservas, que os sócios se revoltaram contra a Direcção, que se demitiu considerando intolerável o comportamento daqueles associados.
Estávamos em Janeiro de 1965 quando o Conselho Geral reuniu de emergência, aprovando um voto de confiança à Direcção, para evitar a queda desta, mas no dia 19 do mês seguinte Góis Mota anunciou a intenção de renunciar ao cargo de Presidente da Assembleia Geral, alegando razões pessoais e afazeres profissionais, para se afastar definitivamente do Sporting. No entanto, o facto de ter arrastado com ele vários membros dos Órgãos Sociais do Clube, era revelador de que algo ia mal no reino do Leão.
Assim após várias reuniões e sucessivos adiamentos, no dia 9 de Abril de 1965 o Conselho Geral resolveu indigitar uma nova Mesa da Assembleia-Geral presidida pelo Dr. André Navarro, que teria como vices o Dr. António Duarte Silva e o Prof. Dr. Salazar Leite, que seria substituído na presidência do Conselho Fiscal pelo seu vice Moisés Ayash. Isto para além de uma profunda remodelação da Direcção, que continuava a ser presidida pelo General Homem de Figueiredo, enquanto o vice Fernando Ramos transitava para as Actividades Desportivas e João Ramos Mendes era promovido à vice presidência das Relações Exteriores, ficando o Departamento do Futebol a cargo de Cortês Figueiredo.
A Assembleia-Geral extraordinária que deveria ratificar estas alterações foi marcada para o dia 25 de Maio de 1965 depois de sucessivos adiamentos, mas poucos dias antes a Direcção reuniu-se com os membros indigitados para a Mesa da Assembleia-Geral e algumas individualidades convidadas, e nessa reunião o vice-presidente Fernando Ramos, na ausência do General Homem de Figueiredo que se encontrava em comissão de serviço fora do continente, informou que se não lhes dessem meios para gerir a situação financeira do Clube, a Direcção tencionava demitir-se em bloco. Foi então decidido constituir uma comissão incumbida de encontrar meios para resolver os problemas financeiros do Clube e de pôr os sócios ao corrente da situação que se podia resumir nos seguintes números: 3600 contos de compromissos imediatos, a somar a cerca de 20 mil contos de encargos, 5 mil dos quais venciam no segundo semestre desse ano.
No dia 25 de Maio de 1965 reuniu-se finalmente a Assembleia-Geral extraordinária, que pela última vez foi presidida pelo Dr. Góis Mota, e onde o sócio Santos Silva chegou mesmo a sugerir a extinção do Conselho Geral e a criação de uma comissão Administrativa, sendo secundado por outros associados que puseram em causa a capacidade da Direcção para resolver os problemas do Clube, pelo que aquela se demitiu em bloco, mostrando-se apenas disposta a assegurar a gestão corrente, no máximo até ao dia 5 de Julho.
Depois de algumas explicações dadas pela Direcção que tentou demonstrar a gravidade da situação, seguiu-se a intervenção do Dr. Valadão Chagas, membro da comissão anteriormente referida, que defendeu a necessidade urgente de um corte nas despesas e do aumento das receitas, o que na sua opinião, passaria inevitavelmente pelo encerramento de algumas secções e pelo aumento das quotas dos sócios.
Esta agitada reunião magna terminaria com a aprovação de um voto de confiança à Direcção, proposto por Góis Mota, que assim se despediu dos sócios do Sporting Clube de Portugal depois de muitos anos de inquantificáveis serviços prestados, ficando adiada a aprovação pelos sócios dos novos membros dos Órgãos Sociais, propostos pelo Conselho Geral, assim como a resolução da crise, que se arrastaria até à Assembleia-Geral extraordinária do dia 2 de Julho de 1965.
To-mane 20h04min de 7 de Outubro de 2011 (WEST)