A equipa masculina de Ténis de Mesa do Sporting Clube de Portugal, que ainda há poucos anos dominava a modalidade em Portugal, tinha desde há dois ou três anos um problema, cujo nome era Alberto Ló. Com efeito, o jogador macaense do Benfica era quase imbatível, e assim garantia a vitória da sua equipa em todas as partidas que disputava. Nos campeonato de Lisboa e Nacional, disputado com jogos às cinco melhores partidas de nove, tornava-se quase impossível vencer. Na Taça de Portugal, disputada com jogos às duas melhores de três, já era possível: bastava ganhar o jogo de pares, porque normalmente, se Ló ganhava os seus jogos, António Horta Osório e Sebastião de Carvalho também ganhavam os seus, e quem ganhasse a partida de pares triunfava então por 3-2.
Ainda por cima, o Sporting tinha um novo jogador de grande categoria, o ex-júnior João Campos, e em 1959/60 Ló estava a atravessar uma fase menos boa, por excesso de competições em que participava. Assim, o Sporting conseguiu vencer o Campeonato de Lisboa, algo que há sete anos escapava, ao inesperadamente vencer uma finalíssima. O mesmo não aconteceu no Campeonato Nacional, em que Ló impôs a sua lei.
Sobrava a Taça de Portugal, que desta feita foi disputada em moldes diferentes. Foram organizadas duas zonal, Sul e Norte, que apuravam cada uma um representante na final nacional. Em cada zona, os clubes eram eliminados ao fim não de uma, mas sim duas derrotas. Por acaso dos sorteios, o Benfica e o Sporting chegaram ao fim sem se terem defrontado, e só com vitórias. Seriam necessários pelo menos dois jogos no Pavilhão dos Desportos para decidir quem iria à Figueira da Foz. No primeiro jogo o Sporting ganhou o jogo de pares, mas no segundo perdeu-o. Foi assim necessário um terceiro jogo, correspondente à 10ª eliminatória da Zona Sul, realizado a 19 de Maio de 1960. O jogo foi emotivo, mas muito menos espectacular do que se esperava. A partida de pares começou já à meia-noite, e o Sporting venceu. A partir desse momento, a vitória leonina era esperada, mas acabou por só acontecer às 2h45 da madrugada, porque o último jogo, entre Sebastião de Carvalho e o histórico Oliveira Ramos, durou uma hora e meia, arrastando-se monotonamente, com Sebastião a jogar pelo seguro até ganhar em cinco sets. Em qualquer dos casos, o maior obstáculo estava ultrapassado.
A final foi contra o Porto, no Casino do Parque nas Caldas da Rainha, disputada a 24 de Julho de 1960, o mesmo local e dia em que se realizou a final da Taça de Portugal feminina, entre as mesmas equipas. A equipa do Sporting, constituída pelos seus três melhores jogadores, venceu por 3-0, mostrando a sua superioridade, com António Horta Osório em grande forma. A equipa portuense deu excelente réplica, especialmente na partida de pares em que perdeu por margem mínima.
Era a quarta Taça de Portugal do Ténis de Mesa do Sporting.