A equipa vencedora da Taça da Liga de 2017/18
Rui Costa teve de ver para crer
William Carvalho marca o penálti decisivo
A Taça da Liga era uma competição amaldiçoada pelo Sporting, depois do Clube ter marcado presença na Final das duas primeiras edições da prova, perdendo ambas nos penáltis, com destaque para aquela que foi disputada com o Benfica e que ficaria conhecida para sempre como a Taça Lucílio Batista, depois daquele árbitro de Setúbal ter visto o que mais ninguém viu, assinalando um penálti fantasma que resultaria no empate com que esse jogo terminou.
Daí para a frente os Leões desvalorizaram quase sempre esta competição e o Presidente Bruno de Carvalho chegou mesmo a afirmar que o Sporting iria apresentar-se com uma equipa de Juniores, depois de mais um episódio polémico, desta vez envolvendo uma disputa com o FC Porto, isto sem esquecer outro penálti inventado, este nos últimos instantes de um jogo com o Vitória de Setúbal, que na época de 2016/17 afastou o Sporting da fase final da prova.
Na temporada de 2017/18 o Sporting assumiu a ambição de ganhar todas as competições em que ia participar, pelo que a Taça da Liga não era exceção. Apesar disso Jorge Jesus utilizou uma equipa de segundas linhas no primeiro jogo com o Marítimo, que terminou empatado a zero e assim o treinador leonino foi logo avisando que era preciso obter um resultado volumoso na 2ª jornada frente ao União da Madeira, ao que a equipa respondeu com uma goleada de 6-0.
Com este resultado o Sporting foi ao Restelo defrontar o Belenenses numa posição confortável, e o empate a uma bola foi o suficiente para garantir aos Leões um lugar na fase final que se disputou em Braga, onde também marcaram presença Oliveirense, Vitória de Setúbal e FC Porto.
Coube ao Sporting defrontar os portistas na meia-final, num jogo que terminou empatado a zero, sendo resolvido nos pontapés da marca de penálti, onde Rui Patrício foi a grande figura ao defender os remates de Herrera e Aboubakar, embora tenha sido o poste a salvar o Sporting no penálti marcado por Brahimi, permitindo que Bryan Ruiz concretizasse o último e decisivo pontapé, levando o Sporting para a Final.
No grande jogo repetiu-se o confronto da 1ª edição da prova frente ao Vitória de Setúbal, pelo que o Sporting arrancou como o grande favorito. No entanto o jogo não foi fácil e começou mal para os Leões, que fizeram uma 1ª parte bastante fraca, muito por mérito dos setubalenses que perceberam que estavam numa final onde era preciso ganhar, surpreendendo o Sporting com uma estratégia ofensiva que ainda por cima foi premiada com um golo madrugador, mas mesmo a ganhar os sadinos não se encolheram e houve alturas em que o Sporting perdendo constantemente as segundas e terceiras bolas, não conseguia chegar lá à frente com perigo.
Jorge Jesus tinha resolvido dar algum descanso a Marcos Acuña, apostando no moralizado Bryan Ruiz, mas a troca não resultou, o que juntando ao facto da dupla William Carvalho/Bruno Fernandes também não ter funcionado, tornou o futebol do Sporting muito mole. Por outro lado a entrada de Fredy Montero para a frente de ataque também não funcionou, tal como a atuação de Rúben Ribeiro no lado direito não foi nada conseguida, o que levantou algumas questões em relação à ausência de Gelson Martins que estava lesionado.
A verdade é que com tudo isto o Sporting não se podia queixar do resultado da 1ª parte, mas obviamente que Jorge Jesus percebeu que tinha de mexer e com as entradas de Marcos Acuña e Rodrigo Battaglia deu músculo à equipa, que acelerou o jogo e encostou o Vitória lá atrás, mesmo que Costinha tenha tido uma oportunidade flagrante para fazer o 2-0, logo no início da 2ª parte.
Aos 78m Jorge Jesus lançou o seu último trunfo e Seydou Doumbia baralhou ainda mais a defesa sadina pelo que o golo do empate se adivinhava, embora às vezes a bola parecesse não querer entrar, como foi o caso da jogada que acabou no penálti que Bas Dost converteu com a eficácia do costume.
O Vitória ficou à beira do KO, mas sobreviveu até ao fim com algum anti jogo à mistura. Mesmo assim Bruno Fernandes esteve por duas vezes muito perto de consumar a reviravolta e lá fomos outra vez para os penáltis. Só que desta feita Rui Patrício não conseguiu defender nenhum, mas como Sebastián Coates e William Carvalho não falharam, quem se ficou a rir foi Jorge Jesus que foi premiado pela confiança depositada nos mesmos jogadores que tinha escolhido para marcar os penáltis na meia final, apesar de nessa altura os dois atrás referidos terem falhado.
Desta vez foi a barra que salvou o Sporting e curiosamente quem falhou o penálti que decidiu a contenda foi Podstawski, ele que já nem deveria estar em campo nessa altura, numa Final marcada pela pela estranha nomeação de Rui Costa, um árbitro com pouco jeito para estas coisas do apito, conforme Jorge Jesus muito bem referiu no final do jogo, o que de resto foi visível na dualidade de critérios usada, não só no capítulo disciplinar, mas também na forma como foi apitando ao mínimo contacto para um lado e deixando jogar para o outro.
Do que não há dúvidas é que se não fosse o VAR teríamos tido a segunda edição da Taça Lucílio Baptista, porque Rui Costa não viu aquela mão clara de Podstawski e mesmo com a ajuda do monitor, parece que teve algumas dificuldades, de tal forma que Jorge Jesus afirmou ter chegado a temer que se repetisse um episódio ocorrido em Alvalade, onde aquele árbitro mesmo depois de ver duas vezes no monitor uma rasteira a Gelson Martins, recusou-se a marcar penálti. Desta vez não teve coragem para tanto, mas mesmo assim não mostrou o correspondente cartão vermelho ao jogador do Vitória, que em cima da linha de golo travou com a mão uma bola que se dirigia para a baliza, mesmo que o guarda redes também estivesse na jogada.
No fim a festa foi comedida, mas o Sporting tinha conquistado com inteira justiça um troféu que lhe faltava, ganhando simultaneamente um ânimo acrescido para os difíceis compromissos que se seguiam.
To-mane (discussão) 16h24min de 2 de fevereiro de 2018 (WET)
Ver também: Ficha do Jogo