Em 1985/86 o Ténis de Mesa do Sporting tinha tido poucas jogadoras Seniores, das quais só Mónica Salgado assegurava vitórias nas suas partidas, e também poucas Juniores já capazes de subirem de escalão em condições de competir com as melhores jogadoras nacionais. Assim, em 1986/87 não formou equipas femininas de Ténis de Mesa em nenhum escalão. Em 1987/88 a secção, liderada por José Augusto Folga da Silva, decidiu inverter a situação e apostou forte na equipa Sénior feminina, mesmo sem formar equipas nos escalões de formação. O Clube foi buscar as suas antigas jogadoras Seniores Ana Plácido e Anabela Fernandes, ambas com um palmarés impressionante, a sua antiga Júnior Margarida Lopes, e ainda Luísa Lopes. Era uma equipa muito jovem, com uma média de idades inferior a 19 anos, mas que tinha a ambição de vencer todas as provas em disputa. Ambição não era o mesmo que favoritismo, porque o Estrela da Amadora tinha também uma equipa fortíssima, constituída por Mónica Salgado, Cristina Alves, Odete Cardoso e Maria Alexandra.
Na realidade, não havia no país equipa capaz de ganhar a nenhuma destas duas, e assim as principais competições iam decidir-se entre os dois clubes. No Campeonato Regional de Lisboa, as leoas levaram a melhor, mas foi preciso disputar uma finalíssima dado que tinham chegado ao fim do campeonato empatadas. O resultado da finalíssima foi 5-4 para o Sporting, o que mostrava bem o equilíbrio quase completo que havia entre as duas equipas. O Campeonato Nacional era disputado num único fim de semana. No primeiro dia disputavam-se duas séries, cujos vencedores decidiam o título numa final. Com Anabela Fernandes lesionada e sem poder dar o seu contributo, desta feita foi o Estrela que esteve melhor e levou o título para a Amadora.
Faltava então decidir quem ficava com a Taça de Portugal, que se disputava em duas fases. Na fase associativa, os clubes da Associação de Ténis de Mesa de Lisboa disputavam o direito de estar presentes na final nacional. Claramente, quem vencesse em Lisboa seria quase de certeza o vencedor da competição. Na fase associativa os clubes eram eliminados à segunda derrota, e era claro que os dois clubes se iam defrontar pelo menos duas vezes. O primeiro jogo correu mal para o Sporting, que apresentou uma equipa constituída por Margarida Lopes e Luísa Lopes. Luísa ganhou a primeira partida, mas as adversárias ganharam as partidas seguintes por 3-0, 3-1 e 3-0, o que colocou o resultado em 1-3 contra o Sporting, Com jogos às três melhores partidas de cinco, estava o jogo perdido. Depois de eliminar o Casa Pia, o Sporting voltou a defrontar o Estrela, a 7 de Junho de 1988. A derrota levaria à eliminação imediata. O jogo começou bem, com Luísa a ganhar de novo, mas as adversárias reagiram e colocaram o resultado em 1-2. Mais uma partida perdida e era o fim. Luísa Lopes defrontou Odete Cardoso, e ganhou com dificuldade por 3-1. Com o resultado empatado, a decisão ficou para a partida entre Margarida Lopes e Cristina Alves. Com uma vitória por 3-2, o Sporting ganhou o jogo. Com as duas equipas já com uma derrota, a finalíssima disputou-se uma semana depois. E aconteceu exactamente o mesmo, sem tirar nem pôr, com a mesma sucessão de resultados entre as mesmas jogadoras. O Sporting ficou assim apurado para a final nacional.
A final disputou-se dias depois, a 17 de Junho de 1988, em Paredes. O adversário foi o Ídolos da Praça. Desta feita Ana Plácido também jogou, ganhando a primeira partida por 3-0. Finalmente, Luísa e Margarida Lopes jogaram em pares, vencendo por 3-0 e acabando o jogo. Era a 11ª Taça de Portugal conquistada pelo Ténis de Mesa feminino do Sporting, prémio merecido para uma época brilhante a que só faltou o Campeonato Nacional.
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