João Roque a caminho da Amarela no contra relógio de Loulé
A XXVI Volta a Portugal realizou-se entre 31 de Julho e 15 de Agosto de 1963, contando com 19 etapas num total de 2394 km, e com a participação de 124 corredores divididos por 14 equipas.
Logo na primeira etapa de estrada verificou-se uma fuga de sucesso, com 10 ciclistas a chegarem à meta com cerca de 4 minutos de vantagem sobre o pelotão, entre os quais se encontrava o sportinguista Manuel Castro que assim se colocou nos primeiros lugares da geral, enquanto João Roque ficou a 5 minutos do Camisola Amarela. No entanto o chefe de fila leonino foi logo avisando que as primeiras tiradas eram muito curtas para ele e que só depois do contra relógio de Monção é que a corrida ia começar.
Dito e feito, João Roque foi 2º em Monção e logo aí subiu ao 6º lugar da Geral a 1,13m de Valério Chocolateiro do Tavira, que nesse dia assumiu a liderança da prova, numa altura em que os favoritos, à excepção de Mário Silva, já se acotovelavam na frente da classificação. Dois dias depois o Camisola Amarela teve de desistir e assim o seu companheiro de equipa Jorge Corvo passou para a frente da corrida, com João Roque a apenas 2 segundos e o benfiquista Peixoto Alves a 29 segundos, pelo que a vitória final passou a ser um assunto a três.
João Roque ciente da sua condição de grande contrarologista, aguentou os ataques do Benfica até Tavira, onde Jorge Corvo ainda ganhou 4s no Circuito da Cidade, mas no momento da verdade o ciclista leonino arrasou, fazendo os 60Km entre Tavira e Loulé a uma média de 43km/h, um andamento de nível internacional que lhe permitiu ganhar 31 segundos a Corvo e mais de 2 minutos e meio a Alves, arrebatando a Camisola Amarela.
Faltavam apenas duas etapas pelo que João Roque não teve dificuldades em segurar os 25s de vantagem que dispunha, apesar da última tirada envolver o circuito de Torres Vedras disputado por grupos, onde Jorge Corvo ganhou 11s ao Camisola Amarela e foi com essa vantagem que o algarvio partiu para Lisboa, mas bastou um quilometro para que João Roque apoiado fervorosamente pelo seu público, apanhasse o grupo da frente numa demonstração de força que deitou por terra todas as esperanças dos seus adversários.
No final da etapa João Roque foi recebido em apoteose no Estádio José Alvalade com o Peão literalmente cheios e as bancadas muito bem compostas. 22 anos depois um ciclista do Sporting ganhava a Volta a Portugal, naquela que foi a quarta vitória leonina na prova.
António Pedro Júnior fez uma corrida em crescendo e terminou no 5º lugar, enquanto José Pedro Carvalho acabou na 9ª posição da geral, o que mesmo assim não foi suficiente para ganhar por equipas, pois o Benfica apresentou um grupo de ciclistas muito equilibrado e regular e venceu a competição colectiva.
To-mane (discussão) 17h01min de 4 de setembro de 2020 (WEST)
Classificação por equipas
Posição
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Clube
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Tempo
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1º |
Benfica |
187,45,52h
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2º |
SPORTING |
187,58,40h
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3º |
Tavira |
188,03,00
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Classificação Geral Individual
Classificação
|
Ciclista
|
Tempo
|
Observações
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1º |
João Roque |
62,31,54h |
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2º |
Jorge Corvo (Tavira) |
a 25s |
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3º |
Peixoto Alves (Benfica) |
a 3,33m |
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4º |
Azevedo Maia (FC Porto) |
a 9,50m |
|
5º |
António Pedro Júnior |
a 11,00m |
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9º |
José Pedro Carvalho |
a 18,01m |
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23º |
Manuel Castro |
a 31,01m |
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37º |
Ventura Cristóvão |
a 57,39m |
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39º |
João Rosa |
a 1,00,02h |
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Luís Birrento Gonçalves |
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Desistiu na 14ª etapa
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Lino Marques |
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Desistiu na 13ª etapa
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Francisco Luís |
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Desistiu na 11ª etapa
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Daniel Ferreira |
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Desistiu na 8ª etapa
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Vitórias em etapas
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