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Dados de Francisco Stromp |
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Nome |
Francisco dos Reis Stromp
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Nascimento |
21 de Maio de 1892
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Naturalidade |
Lisboa - Portugal
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Posição |
Fundador, Futebolista (médio ou avançado), Treinador e Dirigente
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Francisco Stromp nasceu no dia 21 de Maio de 1892, no Largo do Intendente em Lisboa, e foi o primeiro grande símbolo do Sporting.
Com três anos Francisco adoeceu e os médicos amigos e colegas de profissão do pai, aconselharam a família a sair de Lisboa, pois o menino precisava de ar livre. Mudaram-se para o Lumiar, que nessa época ficava fora da cidade. Foi lá que conheceu José Alvalade com o qual fundaria o Sporting Clube de Portugal em 1906, sendo um dos dissidentes do Campo Grande Football Club.
Em 1908, Francisco Stromp tinha 16 anos quando se estreou na equipa principal do Sporting, na qual se manteve até à época de 1923/24. Ao longo da sua carreira disputou mais de cem jogos na categoria de honra, e capitaneou a equipa vários anos, durante os quais foi quatro vezes Campeão de Lisboa e Campeão de Portugal na temporada de 1922/23, neste caso também como treinador, isto depois de Augusto Sabbo se ter demitido e do o Conselho Técnico ter entregue aos Capitães da 1ª e 2ª categorias a responsabilidade de orientarem os treinos das equipas do Sporting.
Antes, numa altura em que a figura do treinador ainda não existia, era o Capitão que orientava a equipa e tomava as decisões necessárias dentro do campo. Pode-se pois dizer que Francisco Stromp foi o primeiro treinador Campeão no Sporting, sendo o responsável pelo primeiro Campeonato de Lisboa conquistado na época de 1914/15.
Dentro de campo ocupou as posições de médio-direito e avançado-centro, destacando-se pela sua entrega tendo representado as diversas Seleções de Lisboa desse tempo, incluindo a primeira a jogar no estrangeiro, que no dia 27 de Agosto de 1910, ganhou em Espanha ao Huelva por 4-0, com 2 golos de sua autoria, e a que se deslocou ao Brasil em 1913.
Apesar de não ser um atleta ecléctico como o seu irmão António, foi campeão no Lançamento de Disco e na estafeta dos 3x100m, tendo também praticado Ténis, Cricket e Râguebi.
Também foi árbitro de Futebol, numa altura em que eram os jogadores que desempenhavam essas funções. Para além disso era um cavalheiro, sendo respeitado e admirado por adversários e rivais.
Assistindo a um pontapé de saída simbólico
Francisco Stromp viveu quase exclusivamente para o Sporting, nem namoradas, nem política, nem estudos, nem nada, o clube era a sua grande e única paixão, chegando ao ponto de chorar nas preleções, ou no intervalo dos jogos, quando se dirigia aos colegas de equipa, apelando ao seu Sportinguismo para chegarem às vitórias. Apesar de tudo chegou ao 1º ano do curso de engenharia no Instituto Superior Técnico, fez o curso de Oficiais Milicianos sendo graduado como Alferes na arma de Artilharia e foi funcionário do Banco Nacional Ultramarino.
Desempenhou também várias funções como dirigente do Clube, começando por integrar a Mesa da Assembleia Geral presidida pelo Visconde de Alvalade. Mais tarde fez parte das Gerências de Queirós dos Santos, e da Direção de Soares Júnior na Gerência de 1918, chegando a ocupar a Vice-presidência da Direção, entre 19 de Fevereiro de 1925 e 23 de Fevereiro de 1926.
Também fez parte da primeira e da terceira Comissão Administrativa do Sporting Clube de Portugal, assumindo as suas responsabilidades nos momentos difíceis da vida do Clube, e terminou a sua participação nas lides diretivas, como Vogal da Direção presidida por Sanches Navarro, na Gerência de 1927.
Fez parte do Agrupamento Leonino.
A 1 de Julho de 1930 faleceu por vontade própria, na agonia de uma doença grave, escolhendo o dia em que o Sporting festejava o seu 24º aniversário, e ficou perpetuadamente como o sócio nº. 3, número que possuía na altura.
A 26 de junho de 1943, pelas comemorações do 37º aniversario do Sporting Clube de Portugal, foi inaugurado no Stadium de Lisboa um bronze de autoria do escultor Leopoldo de Almeida com a efígie de Francisco Stromp. Salazar Carreira proferiu então um discurso sobre Stromp:
- "Compete aos homens das gerações intermediárias assegurar a continuidade no conhecimento dos vultos representativos do passado, daqueles cujo exemplo encerra uma lição preciosa e cujo caráter ascende ao simbolismo duma ideologia que se procura manter nas camadas vindouras pela catequese de princípios morais onde falta, muita vez, o reforço convincente da prova prática."
- "Francisco Stromp não é apenas nosso; pertence ao desporto português. Junto do seu ataúde vi lágrimas sinceras em olhos de adversários; porque a sua intransigência sportinguista pode haver-lhe proporcionado antagonistas, mas a lealdade do seu proceder e o idealismo da sua paixão fizeram destes, amigos ou admiradores."
- "Em qualquer parte onde os "leões" lutem pela glória da sua bandeira, onde palpite ou sofra a alma clubista, onde corram ou joguem os homens da camisola verde-branca, façamos na consciência o apelo ao chefe desaparecido, porque o seu exemplo estará sempre ali, a nosso lado."
A 18 de Dezembro de 1962 um grupo de ilustres sportinguistas decidiu constituir-se de forma a promover iniciativas que dentro do "espírito leonino", servissem para engrandecer e prestigiar o Sporting. Francisco Silva, um dos promotores do movimento, sugeriu perante a aceitação unânime, que o nome de Francisco Stromp servisse de patrono ao grupo.
Foi assim que nasceu o Grupo Stromp, considerado a "reserva moral do Sporting", cuja mais significativa das iniciativas, é a atribuição anual dos Prémios Stromp, que visam distinguir todos os que mais se destacam anualmente, ao serviço do Clube nas suas diversas áreas.
A 26 de Outubro de 1990 foi-lhe concedida, a título póstumo, a Medalha de Mérito Desportivo.
A Câmara Municipal de Lisboa atribuiu o seu nome a uma rua na zona do Estádio José Alvalade, onde foi colocado um busto evocativo deste símbolo eterno do Sporting Clube de Portugal.
to-mane 19h07min de 21 de Dezembro de 2007 (CET)