Sporting 5 - FC Porto 4
Sobrinho comanda as operações
A época de 1976/77 ficou para a história como a melhor de sempre do Hóquei em Patins leonino, que nesse ano ganhou tudo o que havia para ganhar, com uma equipa que ficou conhecida como o Cinco Maravilha.
Mas na temporada seguinte o Sporting não conseguiu manter essa equipa, considerada como a melhor de sempre na história do Hóquei em Patins mundial, pois Júlio Rendeiro resolveu dar por encerrada a sua carreira, António Livramento foi para Itália e António Ramalhete regressou ao Benfica, e como se tudo isto não bastasse, Chana sofreu uma grave lesão logo no início da época e só regressou no último jogo do Campeonato.
Sem quatro elementos do seu cinco base, Torcato Ferreira teve de reconstruir a equipa quase do zero, com suporte na experiência de João Sobrinho que foi promovido a capitão e com as contratações de Albino, Fernando Pereira e Picas, enquanto Jorge passou a ser titular.
Com tantas mexidas a época não começou bem e o Sporting terminou a 1ª fase do Campeonato no 4º lugar a 10 pontos do Oeiras e a 9 do Benfica, tendo ficado também atrás do Parede, pelo que os Leões, embora tivessem assegurado a sua presença na fase final, nem eram apontados como candidatos ao título.
No entanto na fase final o Sporting apresentou-se mais entrosado e entrou na discussão do titulo, terminando a 1ª volta empatado com o Benfica na liderança da prova e com mais 1 ponto do que o FC Porto. Mas a 2ª volta não começou da melhor forma para os Leões, que cederam dois empates e sofreram uma inesperada derrota na Parede, pelo que foram ultrapassados pelo FC Porto, que assim se isolou na frente. Seguiu-se uma vitória sobre o Benfica pelo que o jogo da 13ª jornada frente ao FC Porto era decisivo para a atribuição do título.
O grande embate disputou-se no dia 5 de Agosto de 1978 no Pavilhão de Alvalade a rebentar pelas costuras, com cerca de 6 mil espetadores prontos para empurrar o Sporting para uma vitória que permitiria aos Leões isolarem-se no 1º lugar da classificação a uma jornada do fim do campeonato.
O jogo começou com o Sporting ao ataque e aos 7 minutos Jorge aproveitou uma defesa incompleta de Beleza e fez a recarga para o fundo da baliza, levando o pavilhão à loucura, mas pouco depois Chalupa empatou. O Sporting continuou a atacar e já perto do intervalo Picas fez o 2-1 desviando um remate de Fernando Pereira, mas mais uma vez a resposta do FC Porto foi imediata com Vale a fazer o 2-2 com que terminou a 1ª parte.
Depois do recomeço o Sporting voltou à carga, mas aos 8 minutos Cristiano aproveitou um erro de Fernando Pereira e isolado à frente de Albino não perdoou. Os Leões sentiram este golo e o FC Porto chegou ao 2-4 novamente por intermédio de Cristiano, que gelou o Pavilhão de Alvalade depois de uma excelente jogada de entendimento com Chalupa.
Faltavam sensivelmente 9 minutos para acabar e tudo parecia resolvido, mas a 4 minutos do fim Picas reduziu para 3-4 relançando o Sporting para uma reviravolta histórica, pois logo de seguida João Sobrinho fez o empate com um remate violento que não deu hipóteses a Beleza. Embalados pelo público os Leões estavam imparáveis e pouco depois Picas completou a reviravolta na recarga a um remate de Carlos Alberto ao poste, deixando o pavilhão em delírio.
Em pouco mais de 2 minutos o Sporting tinha feito aquilo que parecia impossível, mas ainda foi preciso aguentar até ao fim do jogo, o que foi feito de forma inteligente, com muita circulação de bola até ao apito final.
Mal soou a buzina rebentou festa com os espetadores a invadirem o ringue e os jogadores a fugirem para os balneários, era a alegria esfusiante da conquista do primeiro tetracampeonato da história do Hóquei em Patins leonino, que no entanto só foi confirmada no dia seguinte com uma goleada de 8-1 sobre o Carvalhos.
To-mane (discussão) 11h32min de 26 de fevereiro de 2024 (WET)