Agostinho em 2º lugar na Vuelta
Depois dos problemas com o doping que tinham retirado a Joaquim Agostinho a vitória na Volta a Portugal do ano anterior, esta temporada começou envolta em polémica, pois Aristides Martins, o novo Diretor do Ciclismo leonino, não gostou que o melhor ciclista português de todos os tempos se recusasse a treinar com os seus companheiros de equipa, alegando que necessitava outro tipo de preparação para as grandes competições internacionais em que iria participar.
Assim, ainda em Janeiro Aristides Martins demitiu-se, sendo substituído por Mário de Carvalho que recuperou Manuel Graça, para ocupar o cargo de Diretor Técnico, mantendo-se Paulino Domingos como treinador, ele que tinha sido olhado com algumas reservas por Joaquim Agostinho, que entretanto se reunira com o Presidente João Rocha a quem jurara fidelidade, numa altura em que já se dizia que ele não queria correr mais em Portugal.
Desta forma Joaquim Agostinho prosseguiu a sua preparação integrado na equipa espanhola da BIC e começou por ficar em 3º lugar na Semana Catalã, chegando à Volta à Espanha em excelente forma. No entanto na fase inicial teve de trabalhar para Luís Ocaña que era o chefe de fila, um erro estratégico fatal para a equipa, pois Luisito não atravessava um bom momento e deixou-se atrasar irremediavelmente em relação a José Manuel Fuente da KAS.
Foi já na ponta final da competição que Joaquim Agostinho, perante a incapacidade de reação de Ocaña, resolveu atacar e ganhou a 14ª etapa Oviedo - Cangas de Onis, subindo ao 3º lugar, a 2,41m do Camisola Amarela e a 33s do 2º classificado, Miguel Maria Lasa. A Vuelta de 1974 terminou com um contra relógio em San Sebastian, onde Joaquim Agostinho deu um autêntico festival, ganhando mais de 1 minuto a todos os concorrentes e ficando apenas a uns míseros 11 segundos de conseguir anular o atraso que tinha em relação a José Manuel Fuente, terminando assim num inglório 2º lugar, naquela que acabou por ser a sua melhor classificação de sempre numa grande competição, embora os 3ºs lugares posteriormente obtidos no Tour, tenham tido ainda mais impacto.
Seguiu-se a Volta ao Luxemburgo onde Joaquim Agostinho desistiu devido a uma constipação, numa prova que no entanto era apenas de preparação para o Tour, onde na ausência de Ocaña, o português assumiu a liderança da BIC e era apontado como o principal rival de Eddy Merckx. Desta vez Agostinho não se deixou atrasar nos primeiros dias e quando chegaram os Alpes subiu ao 2º lugar da geral, no entanto depois ressentiu-se das dificuldades respiratórias que ainda o assolavam e terminou no 6º lugar, o que atendendo às altas expetativas criadas, acabou por ser um resultado dececionante.
Nessa altura Joaquim Agostinho informou o Sporting que não iria correr a Volta a Portugal, ele que recebia 10 contos por mês com o compromisso de participar na principal prova do calendário português e no Campeonato Nacional de Fundo, ao qual tinha faltado alegando estar doente. Em resultado disto o Sporting suspendeu o seu ciclista e entrou com um processo na UCI para o impedir de participar em competições no estrangeiro, onde Joaquim Agostinho planeava continuar a ganhar bom dinheiro.
Assim a equipa leonina apresentou-se debilitada na competição mais importante do calendário velocipédico português, que sem Agostinho passou a ter um vencedor incerto. Firmino Bernardino que tinha estado suspenso devido a ter faltado à fase inicial da preparação da equipa, foi promovido à condição de chefe de fila, apoiado por Vítor Rocha e Leonel Miranda e por dois reforços de valor como eram Fernando Ferreira e Manuel Gomes.
A prova não começou bem para o Sporting, mas à medida que se foi avançando Firmino Bernardino começou a aproximar-se do grupo da frente, especialmente a Fernando Mendes que era apontado como o favorito. No entanto nas ultimas etapas o ciclista leonino não resistiu aos fortes ataques do Benfica que tinha vários ciclistas bem colocados e quando se chegou ao contra relógio final já era muito difícil recuperar o atraso, pelo que o melhor que Firmino Bernardino conseguiu foi um 2º lugar na etapa da verdade e um 4º lugar na Geral.
Por equipas o Sporting foi 3º classificado. Terminava assim de forma modesta uma época muito atribulada pela questão Agostinho, agravada pela instabilidade diretiva com Mário de Carvalho a sofrer um acidente de viação que o mandou para o hospital, entre outras questões disciplinares, isto numa altura em que João Rocha falava em fazer uma equipa para participar nas grandes competições internacionais.
To-mane (discussão) 17h42min de 25 de janeiro de 2023 (WET)
Secção do Ciclismo
Vitórias do Clube
Competição
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Escalão
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Prova
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Observações
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Campeonato Nacional de Fundo |
Amadores |
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Prémio Malandrão |
Profissionais |
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XXXVI Volta A Portugal
Classificação por equipas
Posição
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Clube
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Tempo
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1º |
Benfica |
165,45,40h
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2º |
Tavira |
164,10,43h
|
3º |
SPORTING |
164,14,03h
|
Classificação Geral Individual
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