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Dados de Salazar Carreira |
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Nome |
José Salazar Carreira
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Nascimento |
2 de Novembro de 1894
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Naturalidade |
Lisboa - Portugal
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Posição |
Atleta e Presidente
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Médico de profissão,
José Salazar Carreira iniciou-se como atleta no Ginásio Clube Português, onde começou a praticar Ginástica com 9 anos de idade, antes de se dedicar ao Atletismo, tendo em 1911 participado no primeiro Corta Mato que se disputou em Portugal.
O facto de ser muito amigo dos irmãos Augusto e Amadeu Barros, dois Sportinguistas convictos, trouxe-o ao Sporting Clube de Portugal onde foi admitido como sócio do a 2 de Fevereiro de 1912, destacando-se ao serviço do Clube como atleta, treinador e dirigente, e quando chegou a Presidente do Sporting, ainda era o Campeão Nacional dos 400m barreiras.
Atleta ecléctico praticou Andebol, Natação, Râguebi, Ténis, Polo Aquático e Tiro, mas foi no Atletismo que mais se notabilizou nas disciplinas de velocidade, tendo representado o Sporting nos Jogos Olímpicos Nacionais de 1914, onde venceu os 100m, 200m, 400m e 800m, numa altura em que já era evidente que estávamos na presença de um enorme atleta.
De resto o seu brilhante palmarés só não é mais rico, porque a I Guerra Mundial interrompeu durante alguns anos as competições oficiais por toda a Europa e só em 1922 é que os Campeonatos de Portugal de Atletismo foram retomados.
A sua grande especialidade era os 400m barreiras, na qual foi Campeão de Portugal três vezes e Recordista Nacional desde 1922, melhorando a sua marca por duas vezes e fixando o Recorde que perduraria até 1927, em 64,6s.
Foi também três vezes Campeão de Portugal na estafeta de 4x400, e integrou a equipa do Sporting que em 1922 fixou o Recorde Nacional desta especialidade em 3,52,2m, uma marca que perduraria cerca de 4 anos.
Antes tinha feito parte da equipa do Sporting Clube de Portugal que em 1912 ganhou pela primeira vez na história do Clube, o Campeonato Nacional de Corta Mato, classificando-se no 14º lugar dessa competição.
Salazar Carreira lançou a semente do Atletismo no Clube
Salazar Carreira envergou a camisola do Sporting durante 25 anos, o que lhe valeu uma Medalha única, "Um quarto de século de actividade atlética", competindo nas pistas quando já era Presidente e ajudando o Clube sempre que era necessário completar a equipa, em especialidades tão diversas como os lançamentos e os saltos, para além da velocidade e das barreiras.
Esta versatilidade permitiu-lhe também fazer excelentes resultados no Pentatlo, concurso em que foi Campeão Regional, título que também conseguiu conquistar nos 110m barreiras e nos 400m barreiras.
Assim foi durante muitos anos o Capitão Geral da secção de Atletismo do Sporting Clube de Portugal e sua paixão pela modalidade estendeu-se à sua filha, Margarida Salazar Carreira, que viria também a ser atleta do Clube.
Ao longo desses anos, foi o responsável pela introdução no Sporting do Voleibol, do Andebol e do Râguebi, sendo que foi nesta modalidade e por sua iniciativa, que se adoptaram as camisolas listadas que ele tinha visto em França, e que mais tarde se tornaram no equipamento oficial do Clube.
Fez parte da equipa do Sporting que ganhou o primeiro Campeonato de Lisboa de Andebol de 11 e foi várias vezes Campeão Regional de Râguebi, uma modalidade onde para além de praticante foi treinador.
Enquanto dirigente do Sporting fez parte do Conselho Técnico a que presidiu, do Conselho Fiscal da Gerência 1923/24, do Agrupamento Leonino e Conselho Geral. Desempenhou também várias funções na Direcção, começando por ocupar o cargo de Vogal, em 8 de Outubro de 1921, mas pouco tempo depois ascenderia a Vice-presidente, função para que foi eleito em 14 de Julho de 1922 e que voltaria a desempenhar na Gerência 1924/25, em ambos os casos sob a Presidência de Júlio de Araújo, que viria a substituir em 19 de Fevereiro de 1925, sendo reconduzido no cargo de Presidente do Sporting Clube de Portugal, a 30 de Julho de 1925, mas não concluiu o seu mandato, demitindo-se em 23 de Fevereiro de 1926, altura em que passou a integrar a terceira Comissão Administrativa da história do Sporting, liderada por Sanches Navarro, quando o Clube atravessava uma crise de crescimento.
Durante a sua Presidência o Clube sagrou-se Campeão de Lisboa em Futebol pela 5ª vez, e consolidou a sua posição de dominador no Atletismo.
Em 1926 foi declarado Sócio Benemérito, sendo agraciado com a Medalha de Mérito e Dedicação a 4 de Julho de 1931 e com o Prémio Stromp na categoria "Dedicação", em 1967.
Entre 1924 e 1931 foi Director e o principal dinamizador do Boletim do Sporting, que mais tarde, se transformaria em Jornal Sporting, tendo sido nessa altura que escreveu "Os dez mandamentos do Sportinguista". De resto foi um exímio jornalista na área do desporto, principalmente do Atletismo escrevendo não só artigos de carácter técnico como também crónicas e balanços de eventos desportivos, honrando com os seus artigos jornais importantes como Os Sports e o Mundo Desportivo, entre outros.
Foi ainda Presidente da Associação de Atletismo de Lisboa, da Federação Portuguesa de Atletismo, da Associação de Râguebi de Lisboa e da Federação Portuguesa de Futebol, e Inspector Geral dos Desportos, terminando o seu mandato em 1964 quando tinha quase 70 anos de idade, altura em que foi homenageado pelas Federações e agraciado pelo Governo de Espanha com a Medalha de Mérito Desportivo. Fez também parte do Comité Olímpico Português e foi vice-Presidente do Federação Internacional de Voleibol.
Em 1965 presidiu à Comissão de Técnica e Política Desportiva nomeada pela Direcção do Sporting para gerir a área desportiva do Clube depois da demissão do Vice Presidente para as Actividades Desportivas.
Em 1929 foi agraciado pelo Governo da República com o Grau de Oficial da Ordem da Instrução Pública, tendo posteriormente sido distinguido com a Ordem de Cristo e a Medalha de Mérito Desportivo pelo Governo português, entre outras distinções de França, do Brasil e de Espanha.
Faleceu a 7 de Dezembro de 1974, com 80 anos.
To-mane 15:51, 9 Julho 2008 (WEST)