Salazar promete, Salazar cumpre!
Esta era a frase da moda que se ouvia por todo o País, por altura da inauguração do Estádio Nacional, uma obra emblemática do Estado Novo.
Situado no Vale do Jamor, o Estádio Nacional foi inaugurado a 10 de Junho de 1944 em clima de festa e com um teor marcadamente político, que contou com a presença do Presidente do Conselho Oliveira Salazar e uma grande multidão que assistiu aos desfiles, discursos e, é claro, ao grande jogo entre os dois rivais da capital, o Sporting Clube de Portugal, Campeão Nacional em título, e o Sport Lisboa e Benfica, vencedor da Taça de Portugal.
Em disputa estavam duas Taças: a Taça Império, instituída pela Federação Portuguesa de Futebol e que foi uma espécie de primeira Supertaça do futebol português, e a Taça Estádio, oferecida pelo Governo de Salazar para comemorar a ocasião.
As equipas alinharam da seguinte forma:
SPORTING – João Azevedo; Álvaro Cardoso e Manecas; Carlos Canário, Octávio Barrosa e Eliseu Cavalheiro; Adolfo Mourão, António Marques, Peyroteo, João Cruz e Albano.
Benfica – Martins; César Ferreira e Carvalho; Jacinto, Albino e Francisco Ferreira; Espírito Santo, Arsénio, Julinho, Jaime e Rogério.
O jogo inaugural do Jamor
Peyroteo voltou a entrar para a história ao marcar o primeiro golo da longa vida do Jamor, quando iam decorridos 10 minutos da 2ª parte, mas Espírito Santo empataria aos 77m, levando o jogo para o prolongamento.
Dois minutos depois do recomeço da partida, Peyroteo voltou a marcar e, no início da 2ª parte do prolongamento, Eliseu Cavalheiro fez o 3-1, cabendo a Júlio a obtenção do golo que fixou o resultado final em 3-2.
No final do jogo soube-se que António Marques tinha jogado apesar de não comer nem dormir há quase 24 horas, devido à morte da sua mãe. Para este herói não houve motivo para festejos.
To-mane 12h29min de 17 de Outubro de 2008 (WEST)