No dia 14 de Agosto de 1940 a Direcção de Joaquim Oliveira Duarte foi reeleita, com profundas mudanças na sua constituição, tendo sofrido ligeiras alterações em 18 de Março de 1941:
Cargo
|
Nome
|
Observações
|
Presidente |
Joaquim Guerreiro de Oliveira Duarte |
|
Vice Presidente |
António Morais Sarmento |
Até 18 de Março de 1941
|
Vice Presidente |
António Maria Monteiro Júnior |
Desde 18 de Março de 1941
|
Tesoureiro |
Filipe Joaquim Conrado |
|
Secretário Geral |
António Duarte Silva |
|
Secretário Adjunto |
Augusto Vilaça de Sousa |
|
Vogal Efectivo |
Francisco Gonçalves Franco |
|
Vogal Efectivo |
Alfredo Colaço Dias |
Falecido em 1941
|
Vogal Efectivo |
Joel Azevedo da Silva Pascoal |
Desde 18 de Março de 1941
|
Vogal Suplente |
José Nobre |
|
Vogal Suplente |
Júlio Pereira Dias |
|
O desenho do projecto da fachada da nova Sede
Esta foi uma das gerências mais ricas da história do Clube em termos desportivos, logo a começar no Futebol, onde apesar da contestação de que Joseph Szabo já era alvo, o Presidente Joaquim Oliveira Duarte resolveu segurar o seu treinador e, em boa hora o fez, pois nesta temporada o Sporting “limpou” tudo o que havia para ganhar, conquistando um inédito pleno, ao vencer o Campeonato de Lisboa, o Campeonato Nacional e a Taça de Portugal, havendo ainda a registar a vitória no regional de 2ª categoria.
Mas não foi só o Futebol que esteve em grande. No Ciclismo José Albuquerque ganhou a Volta a Portugal de 1940, competição que o Sporting também ganhou colectivamente. Esta dupla vitória seria repetida um ano depois, e ainda durante esta Gerência, mas desta vez o vencedor foi Francisco Inácio.
O Atletismo também regressou aos seus melhores dias, com o Sporting a ter uma época recheada de vitórias, primeiro no Corta Mato e depois na Pista, onde os Leões foram pela primeira vez Campeões Nacionais de Clubes.
Nas restantes modalidades, destaque para o Ténis de Mesa, onde o Sporting foi finalmente Campeão de Lisboa, e logo acumulando o titulo masculino com o feminino, continuando a registar-se uma grande preocupação com a Ginástica, que implicava encargos salariais com três professores.
Apenas no aspecto financeiro as coisas não correram da melhor forma, terminando o exercício com um saldo negativo de quase 10 contos, isto apesar de no Futebol as despesas terem diminuído significativamente, com Joseph Szabo a contribuir ao aceitar baixar o seu gordo ordenado. Mas as receitas tiveram um decréscimo substancial, que atingiu os 50% no que diz respeito aos jogos do Campeonato Nacional, uma situação que a Direcção explicou, não só com a crise, mas principalmente devido ao azar com o mau tempo. Havia também a registar um investimento de 29 contos na contratação de novos jogadores.
Apesar destes resultados não serem preocupantes, a Direcção recomendava a contenção de custos nas modalidades, das quais as mais dispendiosas continuavam a ser o Ciclismo, que já ultrapassara os 39 contos e o Atletismo, que quase atingira os 17 contos.
O número de sócios baixou para 4470, mas a cotização atingiu os 335 contos, o que até significava um ligeiro acréscimo em relação ao ano anterior, uma situação que se explicava com uma maior eficácia na cobrança de todas as obrigações dos associados.
Em Novembro de 1940 foram inaugurados os novos campos de Ténis do Sporting Clube de Portugal, que passaram a ser os melhores do País, ficando situados na faixa de terreno entre as traseiras dos prédios da Alameda de Linhas de Torres e o Estádio do Lumiar, cerca de 10000m2 que permitiram a construção de quatro cortes, arruamentos e um edifício para vestiários, estando ainda prevista a edificação de bancadas no campo principal. Para além disso, também foram construídos campos para Basquetebol e Voleibol e realizados alguns melhoramentos no Estádio do Lumiar.
Em Março de 1941 realizou-se uma Assembleia Geral extraordinária, onde foi extinta a Comissão Executiva do Estádio do Sporting (CEES) e criada a Comissão Executiva da Sede (CES), transitando os saldos da primeira para a segunda, com o objectivo de financiar as obras na nova Sede.
Foi nesta gerência que se consumou a compra por cerca 358 contos, do prédio sito à Rua Rosa Araújo nº 53, que posteriormente foi vendido com elevados lucros para o Sporting, pois o Clube foi forçado a abandonar a sua Sede no Palácio da Foz, que fora comprado pelo Governo e, que ainda ocupou parcialmente até Junho de 1941, altura em que se concretizou a mudança, depois de se realizarem algumas adaptações que permitiram que o prédio passasse a funcionar como Sede, enquanto se aguardava o licenciamento das obras, que seriam financiadas por um empréstimo interno, que atingiu os 50 contos.
A nova Sede compunha-se de amplas salas que se adaptavam perfeitamente aos objectivos sociais do Clube, o que seria complementado com a construção no terreno anexo, de grandes salões destinados à prática de Ping Pong e de Bilhar e da edificação de mais um andar, onde seria instalado o Ginásio. Parte do financiamento deste negócio foi suportado por um empréstimo de 225 contos à banca, pelo qual o Sporting ficou com encargos significativamente inferiores à renda que pagava pela ocupação do Palácio da Foz.
No final desta Gerência, que terminou em 2 de Setembro de 1941, o Presidente Joaquim Oliveira Duarte foi declarado Sócio Honorário do Sporting Clube de Portugal.
To-mane 17h56min de 24 de Outubro de 2011 (WEST)