No dia 21 de Julho de 1923 foi eleita uma nova Direcção, com a seguinte constituição:
A nova Direção liderada por Pedro Sanches Navarro, apresentava uma constituição quase totalmente renovada, mas assumia a herança do passado recente, propondo-se a continuar a obra desenhada por Júlio de Araújo, que passou a presidir ao Agrupamento Leonino, enquanto Salazar Carreira assumiu a direção do Boletim do Sporting.
O incremento das provas internas para selecionar os componentes das equipas de competição, o suporte das despesas do Clube com as receitas das cotas, o empréstimo para a pista de Atletismo, a criação de uma escola de Natação, a atribuição de medalhas e diplomas aos atletas e a comercialização de emblemas do Clube, eram os principais itens do programa desta Direção, que para além disso pôs em atividade a secção de Automobilismo.
Um dos pontos altos desta Gerência aconteceu quando o Presidente da Republica, Teixeira Gomes, que já tinha visitado as instalações do Sporting Clube de Portugal por duas vezes, convidou a Direção leonina para um almoço que se realizou no Palácio de Belém no dia 5 de Abril de 1924, onde estiveram presentes Pedro Sanches Navarro, Joaquim Oliveira Duarte e Salazar Carreira, que na oportunidade convidaram o Chefe de Estado a tornar-se sócio honorário do Sporting, o que foi aceite e posteriormente aprovado em Assembleia Geral do Clube. Era o reconhecimento oficial da grandeza que o Sporting atingira.
Após um ano excecional em termos desportivos, desta feita os resultados ficaram aquém do que era desejado, pois apenas no Atletismo se poderá dizer que o nível se manteve e mesmo assim depois das vitórias obtidas no Verão de 1923, no ano seguinte a equipa apareceu muito enfraquecida, principalmente em virtude da saída de Albano Martins, que optara pelo Boxe profissional. Para além disso foram suspensas as aulas de Ginástica em virtude da pouca adesão às mesmas.
De resto há a registar algumas vitórias menores da secção náutica e o triunfo no Campeonato de Lisboa de Futebol na 3ª categoria, numa época onde o Sporting deixou escapar de forma surpreendente o título no escalão principal, apesar de ser reconhecidamente a melhor equipa portuguesa, como de resto ficou demonstrado nos confrontos internacionais que se realizaram nesta temporada, especialmente num histórico jogo com o Sparta de Praga.
Em Maio de 1924 a equipa de Futebol do Sporting deslocou-se pela primeira vez à Madeira, onde foi recebida com grande entusiasmo e somou 4 vitórias em 4 jogos, noutra manifestação de grandeza.
Durante esta Gerência o Clube tornou-se proprietário das instalações do Campo Grande, reembolsando Mário Pistacchini das verbas por ele adiantadas para a realização das obras feitas em 1917.
Nesta altura no Agrupamento Leonino, Júlio de Araújo colocava em cima da mesa a discussão sobre a necessidade do Sporting construir um estádio novo, de forma a manter a tradição de ter as melhores instalações desportivas do País, tendo para o efeito sido realizada em 8 de Março de 1924 uma Assembleia Geral extraordinária, onde foi autorizada a constituição da Comissão Executiva das Novas Instalações, que iniciou as negociações com a família Pinto da Cunha, para a compra dos terrenos onde o Clube tinha construído as suas instalações.
Nessa reunião magna foi chumbada outra proposta de Júlio de Araújo, que defendia que deveria ser estabelecido um limite máximo de sócios, argumentando que daí resultaria uma maior fixação dos associados e uma seleção pela positiva, ao mesmo tempo que se valorizaria essa filiação.
Na verdade o crescimento do Clube era notório e no final deste mandato que terminou em 26 de Julho de 1924, o Sporting tinha 3688 sócios contribuintes e 43 correspondentes, pelo que já não tinha capacidade receber e dar resposta a todos eles.
Neste período juntaram-se ao Sporting mais 4 Filiais, que assim já perfaziam um total de 12.
To-mane 15h13min de 20 de Outubro de 2011 (WEST)