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Em 1985/86 o Ténis de Mesa leonino estava a atravessar uma fase muito boa. A secção era estável, com José Augusto Folga da Silva solidamente ao comando e Humberto Gaspar como treinador, e com um "Trio Maravilha" extraordinário de jogadores muito jovens, com uma idade média de 19 anos: Humberto Gaspar, Pedro Miguel, João Portela e Nuno Dias, que era o capitão, até porque era o único que sempre tinha ficado no Sporting. A época anterior tinha sido excelente, com a conquista da dobradinha de Seniores, pela primeira vez para este trio. Mas isso era só o começo de um longo período de hegemonia total do Ténis de Mesa masculino por parte do Sporting.

O Campeonato Nacional não foi um passeio apenas porque os jogadores leoninos souberam respeitar os adversários, sem nunca facilitar. Começou logo à primeira jornada da Zona Sul da fase inicial com uma vitória sobre o Benfica por 5-2. Era uma vitória particularmente saborosa porque todos os jogadores da equipa principal do rival eram antigos jogadores do Sporting, muito experientes, e dois deles tinham até ganho o Campeonato Nacional Absoluto de verde branco e com o Leão Rompante ao peito. Quando a juventude do Sporting não dava a hipóteses a jogadores dessa craveira, era claramente porque se estava perante um fenómeno do Ténis de Mesa. A superioridade leonina era tal que a equipa pôde utilizar várias vezes jogadores Juniores ou das Reservas, como Carlos Agrela, Paulo Dionísio e Ricardo Sedas. Na segunda volta, o Sporting ganhou ao Benfica por 5-0, um resultado pouco comum e impensável apenas dois anos antes. Assim, o Sporting qualificou-se para a fase final apenas com vitórias, muitas delas por 5-0. O adversário mais complicado na fase final foi o Estrela da Amadora, que se apurou a competir na Zona Centro. Isto, apesar de ter perdido contra os leões por 5-0 na primeira volta, porque ganhou todos os restantes jogos. Assim, na segunda volta era necessário ganhar outra vez, e aliás a vitória assegurava a conquista do título. Desta feita não foi tão fácil, e apesar de o Sporting apresentar o melhor trio, foi o jogo mais renhido do campeonato, acabando por 5-3 a favor do Sporting. Estava-se a 27 de Maio de 1986, mas a formalização do título foi no dia seguinte, com o jogo da 10ª jornada contra o Sporting Clube das Caldas.

A Taça de Portugal, essa sim foi praticamente um passeio. A equipa do Sporting era normalmente constituída por Pedro Miguel, bicampeão nacional absoluto, e João Portela, campeão nacional de Seniores. Nuno Dias também jogou nalguns jogos. Em qualquer dos casos, na fase associativa de Lisboa, em que os clubes eram eliminados à segunda derrota, o Sporting ganhou todos os jogos por 3-0, incluindo duas vezes contra o Benfica e outras duas contra o Estrela da Amadora. A final realizou-se a 21 de Junho de 1986 no pavilhão do Ginásio Clube de Águeda. O adversário era o Clube de Propaganda da Natação, representante do Porto, e foram Pedro Miguel e João Portela que jogaram. As partidas individuais traduziram-se em vitórias por 3-0. Só a partida de pares é que apresentou dificuldades, com o duo leonino a vencer por 3-2. Em qualquer dos casos, o resultado final de 3-0 era claríssimo.

Estes dois títulos nacionais eram o 14º Campeonato Nacional e a 14ª Taça de Portugal da modalidade no escalão Sénior masculino. Eram ainda a 8ª dobradinha, e a segunda seguida conquistada pelo Sporting, o que aliás acontecia pela quarta vez: já tinham havido dobradinhas em 1955/56/1956/57, 1965/66/1966/67, e 1979/80/1980/81.