Derrota contra o Atlético
Em 1979/80 o Basquetebol leonino retomou o rumo das vitórias. Em 1977/78 tinha ganho a dobradinha, que tinha perdido para o Porto na época seguinte. Nesta época, acabou por ganhar a Taça de Portugal. Mas antes disso disputou o Campeonato Nacional, que se realizou em duas fases, ambas de âmbito nacional. A primeira fase correu bem, com 19 vitórias em 22 jogos e marcando em média mais de 100 pontos por jogo. Os jogos mais equilibrados foram contra o Porto, Sangalhos, e Benfica, perdendo um jogo contra cada uma destas equipas.
A fase final foi disputada em formato liga a duas voltas entre seis equipas, em jornadas duplas nas cinco semanas entre 23 de Fevereiro e 30 de Março de 1980. Um jogo que se revelou decisivo foi logo o primeiro, em que o Sporting recebeu o Porto no Pavilhão de Alvalade. Perante muito público sportinguista, a equipa leonina revelou-se em baixo de forma, o que foi fatal perante um Porto muito forte, com um ataque rápido e preciso, boa recuperação defensiva, e muito forte nas duas tabelas. O basquete superior dos azuis e brancos levou-os a vencer por 13 pontos de diferença: 66-79. O Sporting poderia ter desanimado, mas logo no dia seguinte venceu o Sangalhos por mais de 30 pontos, o que deu ânimo para o resto da primeira volta, em que ganhou todos os jogos.
A abrir a segunda volta, o Sporting foi ao Porto a 15 de Março. Para ficar em vantagem sobre o Porto, que também não tinha perdido jogo nenhum, o Sporting tinha que ganhar por mais de 13 pontos. E desta feita foi o Sporting que se revelou superior, começando na defesa, que anulou muito bem o ataque adversário. Jogou em “box and one”, com Carlos Lisboa a defender o rapidíssimo Collins e os restantes quatro jogadores a defenderem em bloco de braços bem abertos. Mark Crow esteve muito bem, e o Sporting colocou-se a ganhar por 15 pontos pertos do fim. A 11 segundos do final do jogo, uma falta muito forçada dá dois lances livres para o Porto, que concretiza ambos, conseguindo reduzir para 63-75. A bola é reposta em jogo por Carlos Lisboa, mas entretanto o banco do Porto invade o cubículo onde estava a mesa. O árbitro José Martins dá-se conta, interrompe o jogo, quando de acordo com o marcador faltavam 6 segundos para terminar o jogo. E no meio de grande burburinho manda avançar 3 segundos, alegadamente por o cronometrista se ter esquecido de meter o cronómetro a andar quando da reposição, ficando apenas 3 segundos para jogar. E a bola, que estava na posse de José Paiva do Sporting, é reposta como bola ao ar no centro. O árbitro, que entretanto tinha sido agredido apesar do dispositivo policial, disse depois que “não eram os árbitros de Setúbal que iam alterar o basquetebol português”.
E assim o Sporting ganhou por apenas 12 pontos, menos um que o necessário para empatar o campeonato. O Porto ficava virtualmente campeão por um ponto de diferença, bastando apenas ganhar os jogos restantes.
Acontece que não ganhou. No sábado seguinte o Porto foi à Figueira da Foz perder com o Ginásio Figueirense, dando a vantagem ao Sporting. O Sporting jogava em casa contra o Atlético, e começou o jogo a ganhar. Tudo parecia bem encaminhado, quando o adversário inicia a recuperação, e o Sporting acordou tarde, deixando o Atlético chegar à vantagem por um ponto: 94-95. Na ponta final do jogo o Sporting falhou vários lances livres, incluindo um que teria dado o empate e levado o jogo para prolongamento. Mais uma vez, por um ponto, o Sporting falhava o primeiro lugar, e desta vez não teria mais chances de reverter a situação.
Por um ponto se ganha e por um se perde. Nesta época, o Sporting perdeu por um ponto, por duas vezes, o que lhe custou a terceira dobradinha de Basquetebol.
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