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Manuel de Oliveira. Se procura o futebolista
Manuel Oliveira (1950-1956), consulte
Manuel Oliveira.
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Dados de Manuel de Oliveira |
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Nome |
Manuel Figueiredo de Oliveira
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Nascimento |
20 de Outubro de 1940
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Naturalidade |
Mangualde - Portugal -
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Posição |
Atleta (crosse, e meio fundo)
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Manuel de Oliveira chegou ao Sporting Clube de Portugal em Outubro de 1959, com 19 anos de idade. Queria ser ciclista mas como não levava bicicleta, acabou por experimentar o Atletismo. Inscreveram-no nos 700 metros do torneio "Primeiro Passo", uma competição organizada pelo Sporting com o objectivo de descobrir novos atletas, e ele não só ganhou a corrida, como bateu o recorde da prova.
Os dirigentes do Sporting resolveram logo arranjar-lhe um emprego em Lisboa, para que pudesse treinar com o Professor Moniz Pereira, e os resultados não se fizeram esperar. Poucos meses depois foi Campeão Nacional de Juniores em Corta Mato e bateu o Recorde Nacional de Juniores, dos 5000 metros, com a marca de 14,23,8m, ficando a poucos segundos do Recorde absoluto que pertencia a Manuel Faria, a quem viria a suceder como a grande figura do Atletismo português.
Logo de seguida participou em mais uma conquista do Sporting na Estafeta Cascais-Lisboa, na primeira das 8 participações vitoriosas que teve nesta prova, até 1969.
Ainda em 1960 foi Campeão de Portugal dos 1500 e 5000m, e nesta última distância conseguiu os mínimos para os Jogos Olímpicos de Roma, onde bateu o Recorde Nacional com a marca de 14,15,6m, ficando à beira de se apurar para a Final.
Para fechar a sua primeira época em beleza, Manuel de Oliveira conquistou a Medalha de Bronze na corrida dos 5000m dos Jogos Ibero-Americanos, disputados em Santiago do Chile. Tudo isto em menos de um ano.
Manuel de Oliveira o melhor atleta português dos anos 60
Em 1961 começou por tentar seguir as pisadas de Manuel Faria na Corrida de São Silvestre de São Paulo, mas conseguiu apenas igualar o 4º lugar que este tinha obtido no ano anterior. Voltaria a tentar várias vezes, obtendo como melhores resultados, um 2º lugar em 1963 e um 3º no ano seguinte.
Ainda em 1961, ganhou os clássicos 5000m de Paceambu no Brasil, e conquistou o troféu "Horreo de Plata", numa prova de 5000m disputada em Vigo, onde bateu os melhores atletas espanhóis, para posteriormente renovar os três títulos que tinha conquistado na época anterior, no caso dos 1500m, com um novo Recorde Nacional, percorrendo a distância em 3,51,1m.
Encerrou a época novamente em beleza, quando num torneio realizado no Estádio José Alvalade, bateu o Recorde Nacional dos 10000m, com a marca de 30,33,0m, na primeira vez em que correu esta distância, que estava longe de ser a sua preferida.
Na época de 1962 conquistou o primeiro dos seus 5 títulos de Campeão Nacional de Corta Mato, uma variante que passou dominar com grande à vontade em Portugal, apesar de alguma resistência oferecida pelo seu colega e depois adversário, Manuel Marques.
Para além disso renovou os seus dois títulos de Campeão de Portugal, melhorando por duas vezes o Recorde Nacional dos 1500m, a última das quais durante os Campeonatos da Europa disputados em Belgrado, com a marca de 3,48,8m, um Recorde que perdurou quase 6 anos.
Voltou a encerrar a época em beleza, primeiro melhorando o seu Recorde Nacional dos 5000m, durante o Meeting de Hamburgo, e finalmente conquistando a Medalha de Ouro na corrida dos 1500m nos Jogos Ibero Americanos disputados em Madrid, onde também ganhou as medalhas de Prata nos 5000m e 3000m obstáculos.
Ainda em 1962, fez parte de uma equipa do Sporting que bateu o Recorde Nacional da estafeta dos 4x800m, com a marca de 7,48,6m.
Depois de um ano onde as lesões não o deixaram, voltou em grande em 1964, recuperando os “seus títulos”, no Corta Mato, 1500 e 5000m, batendo novamente o Recorde Nacional desta última distância, e descobrindo na corrida dos 3000m obstáculos, uma nova especialidade onde brilhou ao mais alto nível, batendo o Recorde Nacional da distância por 5 vezes, as duas últimas durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, onde ganhou a sua eliminatória e terminou no 4º lugar na Final, ficando assim muito perto (a pouco mais de 2 segundos) de conquistar a primeira medalha olímpica do Atletismo nacional, e tornando-se no primeiro atleta português a percorrer a distancia abaixo dos 9m, fixando o Recorde Nacional em 8,36,2m, uma marca que perdurou quase 15 anos.
Assim foi sem surpresa que no final do ano foi distinguido com o Prémio Stromp, na categoria Atleta Amador.
Em 1965 voltou a ser Campeão Nacional de Corta Mato e dos 5000m, conquistando também o Campeonato de Portugal dos 10000m, e durante a 1º edição da Taça da Europa, onde também participou nas corridas dos 1500 e 5000m, recuperou o seu Recorde Nacional dos 10000m que tinha acabado de ser batido por Armando Aldegalega.
1966 voltou a ser um ano muito irregular para Manuel de Oliveira, que só apareceu na Pista, quando em Junho no Meeting de Saint Maur, conseguiu uma marca que na altura foi considerada como um dos melhores resultados de sempre do Atletismo português, estabelecendo um novo Recorde Nacional dos 3000m, com o tempo de 8,02,2m, naquela que já era a 4ª vez que melhorava esse Recorde desde 1961.
De resto também foi Recordista Nacional de outras distâncias não olímpicas, como os 1000m (2,26,1m em 1961), os 2000m (5,14,6m em 1964), a Milha (4,04,6m em 1965) e as 2 Milhas (8,57,0m em 1966).
Manuel de Oliveira ultrapassando a vala
Ainda na época de 1966, foi Campeão de Portugal nos 3000m obstáculos, conquistando assim o único título que lhe faltava nas corridas de meio fundo, totalizando então 11 Campeonatos de Portugal (5 nos 5000m, 4 nos 1500, 1 nos 10000 e outro nos 3000m obstáculos).
No final dessa temporada foi o único representante do Atletismo português nos Campeonatos da Europa da modalidade, disputados em Budapeste, participando em 3 provas. As maiores expectativas estavam concentradas na corrida dos 3000m obstáculos, onde Oliveira ficou em 6º lugar na serie mais rápida, acabando ingloriamente afastado da Final, apesar de ter o 6º melhor tempo entre os 26 concorrentes.
Compensou a desfeita nos 5000m, apurando-se para a Final com um novo Recorde Nacional, tornando-se no primeiro atleta português a percorrer a distância abaixo dos 14 minutos, com o tempo de 13,51,4m, mas depois na corrida decisiva, ficou no 9º lugar.
Iniciou o ano de 1967 com uma vitória na Corrida de São Silvestre de Luanda, que terá levado às ruas da capital angolana várias dezenas de milhares de pessoas, que aplaudiram entusiasticamente aquele que já era um grande ídolo do desporto nacional.
Poucas semanas depois regressou às vitórias no Campeonato Nacional de Corta Mato, mas voltou a lesionar-se, e esteve 8 meses afastado das competições, perdendo toda a temporada de Pista, o que acabou por contribuir para as prestações menos conseguidas do Sporting, nos Campeonatos Regionais e Nacionais de equipas, que o Clube perdeu, depois de 11 anos consecutivos de vitórias em ambas as competições.
No entanto ainda recuperou, e no ano seguinte, para além de ganhar pela 5º vez o Campeonato Nacional de Corta Mato, conseguiu recuperar o Recorde Nacional dos 10000m, fixando-o em 30,03,6m, e melhorou o seu Recorde dos 5000m, fixando-o em 13,50,8m, uma marca que só seria superada quase 4 anos depois, por Carlos Lopes.
Concluiu a época com a sua 3ª presença nos Jogos Olímpicos, que desta vez se realizaram no México, onde não passou das eliminatórias na prova dos 3000m obstáculos, queixando-se da altitude, mas na realidade já entrara na fase descendente da sua brilhante carreira, muito por culpa de uma arreliadora lesão no tendão de Aquiles.
Também fez parte das equipas do Sporting que entre 1962 e 1968, melhoraram por 4 vezes o Recorde Nacional da estafeta dos 4x1500m, até o fixarem em 15,51,6m.
To-mane 08h05min de 19 de Abril de 2012 (WEST)