A segunda Gerência de João Rocha tinha-se prolongado para além do que era expectável, numa altura em que as questões relacionadas com os apoios governamentais e com os financiamentos para Sociedade de Construções e Planeamento e para as obras da Cidade Desportiva, já se arrastavam há muito tempo, quando no dia 27 de Outubro de 1978 foram eleitos os Presidentes e vice presidentes dos Órgãos Sociais do Sporting Clube de Portugal que só viriam a tomar posse no dia 23 de Janeiro de 1979, com uma Direção com a seguinte constituição:
Cargo
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Nome
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Observações
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Presidente |
João António dos Anjos Rocha |
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Vice Presidente para as Relações Externas |
José Nunes dos Santos |
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Vice Presidente para as Actividades Administrativas |
Abílio Serra Martins |
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Vice Presidente para Gestão Financeira |
João Amado de Freitas |
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Vice Presidente para as Relações com Entidades Desportivas |
José Manuel Torcato |
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Vice Presidente para as Actividades Desportivas Profissionais |
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Este cargo não chegou a ser preenchido
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Vice Presidente para as Actividades Desportivas Amadoras |
Mário Alberto Freire Moniz Pereira |
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Vice Presidente para o Jornal |
João José Pinho Xara Brasil |
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Vice Presidente para Secretariado Geral |
Mário José da Silva Garcia |
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Director das Instalações Desportivas |
Joaquim Augusto Ferreira Canais |
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Director adjunto para as Instalações Desportivas |
Orlando Coelho Naia |
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Director adjunto para as Instalações Desportivas |
António Correia |
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Director adjunto para Secretariado Geral |
Alberto Lourenço |
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Director adjunto para as Actividades Desportivas Profissionais |
Artur de Sousa Marques |
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Director de Obras e Melhoramentos |
Manuel da Luz Aranha |
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Director Contabilista |
Eugénio Silva Ribeiro |
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Director de Pelouro |
Manolo Vidal |
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Director de Pelouro |
Durvalino Neto |
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Director de Pelouro |
José Fidalgo |
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Director de Pelouro |
Garcia Alvarez |
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Director de Pelouro |
Fiel Farinha |
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Director de Pelouro |
Nuno Delgado |
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Director de Pelouro |
Nuno Moniz Pereira |
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Director de Pelouro |
Mário Casquilho |
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A Assembleia Geral eleitoral de 1978
João Rocha expõe as razões do Sporting no caso Tea Men
A inauguração da pista de tartan
João Rocha discursa no 73º aniversário do Clube
A Assembleia Geral de Julho de 1979
Na Assembleia Geral eleitoral de Outubro de 1978 que teve a presença de cerca de 2 mil sócios, João Rocha reiterou que só tinha aceite continuar à frente do Clube na esperança que finalmente fossem concretizadas as promessas sucessivamente adiadas, afirmando que o Sporting não estava a mendigar nada, mas apenas a exigir justiça de forma a permitir a realização dos seus projetos, que depois de terem sido recebidos com entusiasmo, facilidades e felicitações, acabaram travados por sucessivas reservas e inesperados obstáculos.
Mesmo assim o Presidente enumerava a obra feita: 3 pavilhões, 8 ginásios, a sala de aquecimento para o Futebol, as torres de iluminação do estádio, as salas para a Luta e o Taekwondo e o complexo para o Ténis de Mesa, isto para além dos títulos europeus e mundiais, das medalhas olímpicas e dos muitos campeonatos conquistados pelos cerca de 8 mil atletas que o Clube movimentava, ao mesmo tempo que se queixava do tratamento dado por uma imprensa tendenciosa e subserviente a um clube rival, uma situação que se alastrava à banca que fechava as torneiras ao Sporting, ao mesmo tempo que sustentava e apoiava atividades parasitárias e até às entidades oficiais, que só a muito custo tinham assinado as escrituras dos terrenos há 12 anos devidos ao Sporting e mesmo assim em proporção diferente daqueles que foram dados a outro clube, isto sem esquecer o Futebol que vivia no mundo das trevas.
Em Novembro de 1978 o Sporting inaugurou o seu no Bastú, um dos melhores do País com uma zona seca que englobava a receção, sala de estar, bar e vestiários e uma zona molhada com balneários, caixa de sauna, tanque de imersão, câmara de banho escocês e balneários.
No início de 1979 foi reativada a secção de Natação, onde se projetava dar início a um trabalho de profundidade idêntico ao que estava em curso na Ginástica onde já se falava em atingir os 15 mil praticantes.
Em Fevereiro de 1979 o Sporting assinou um acordo de cooperação com o New England Tea Men, que previa que Artur Correia e Salif Keita representassem aquele clube de Boston entre Abril e Agosto e Manuel Fernandes e Jordão, apenas no decurso do defeso em Portugal. Em contrapartida os americanos asseguravam os custos da reabilitação de Da Costa numa clinica privada e a Lipton Unilever, empresa subsidiária do Tea Men, comprometia-se a colaborar na construção da Cidade Desportiva do Sporting, que por sua vez garantia um estágio em Alvalade a alguns jogadores do Clube americano que poderiam vir a representar o Clube português. Benfica e FC Porto tentaram boicotar este acordo, invocando que ele violava as regras estabelecidas na Portaria que regulamentava as transferências de jogadores portugueses para o estrangeiro, isto apesar de qualquer um deles já ter transacionado futebolistas seus em idênticas circunstâncias. No fim apenas os dois primeiros jogadores foram para os Estados Unidos e o Sporting acabou por arrecadar apenas 550 mil dólares, o equivalente ao 26 mil contos ao câmbio da altura, em vez dos cerca de 40 mil previstos inicialmente.
Esta "guerra" com o Benfica tinha começado quando os encarnados se intrometeram na transferência de Jordão do Zaragoza para o Sporting, ao que os Leões responderam com a contratação de Artur Correia, culminou com a vinda para o Sporting de Fidalgo e Eurico, com João Laranjeira e Botelho a fazerem o percurso inverso.
Em Março de 1979 foram devolvidos ao Sporting por ordem judicial, os terrenos que estavam ocupados pelo restaurante Frou-Frou, que ficavam no ângulo entre o Campo Grande e a Avenida das Forças Armadas.
No dia 2 de Junho de 1979 o Sporting inaugurou a sua pista de tartan numa altura em que teve a honra de organizar a Taça do Campeões Europeus de Atletismo.
Esta foi uma Gerência curta, onde os primeiros sinais de instabilidade se começaram a manifestar em Fevereiro de 1979, com a demissão do vice-presidente Nunes dos Santos.
Em Julho por altura das comemorações do 73º aniversário do Clube, João Rocha voltou a ser corrosivo afirmando que se fosse preciso não hesitaria em mudar pessoas e práticas para atingir os objetivos a que se propora, voltando a agitar a possibilidade de abandonar o Sporting. Poucos dias depois o Presidente leonino concedeu uma entrevista ao jornal do Clube, onde depois de confrontado com as acusações de que era alvo de não investir o suficiente no Futebol e de centralizar todo o poder em si próprio, defendeu-se, reafirmando que a aposta nas estruturas era fundamental para a que o Clube continuasse a ser grande como potência desportiva e prestador de serviços, ao mesmo tempo que prometia reforçar a atenção dada ao Futebol, sublinhando a necessidade de se avançar para a profissionalização do departamento, o que justificava o facto de ainda não ter nomeado o Vice Presidente para as Actividades Desportivas Profissionais, prometendo também seguir o mesmo caminho nas quatro modalidades de alta competição do Clube, que eram o Hóquei em Patins, o Andebol, o Basquetebol e o Atletismo. Para além disso João Rocha alertou para o facto de haver demasiados diretores, nem sempre suficientemente comprometidos com as necessidades do Clube o que levou a que toda a Direção colocasse os seus cargos à disposição do Presidente.
No dia 27 de Julho de 1979 realizou-se a Assembleia Geral ordinária para aprovação do Relatório e Contas, em clima de grande efervescência que motivou a presença cerca de 3500 sócios, com João Rocha a anunciar que estava a ser preparado um plano de alteração da estrutura organizativa do Clube, que brevemente seria sujeito à aprovação por parte dos sócios para depois ser ratificada numa revisão dos estatutos, que previa a redução do número de vice presidentes para 6 e a profissionalização do Departamento de Futebol.
Nas últimas cinco épocas o Sporting no Futebol tinha ganho apenas uma Taça de Portugal, o que o colocava nesse período atrás de um clube como o Boavista, pelo que a contestação já era evidente, ao que João Rocha se defendia afirmando que não sacrificaria o futebol a obras, mas também não sacrificaria ao futebol a construção das estruturas consideradas necessárias para a atividade desportiva do Clube, nem as modalidades consideradas viáveis, agitando com a obra feita nos 6 anos de gerência em que tornara o Sporting grande e eclético e dotado de estruturas, em vez de apostar na lotaria do futebol, onde estava instalado um clima de favoritismo aos nossos principais adversários.
O Presidente leonino queixou-se também da falta de apoios das entidades governativas no que diz respeito às obras efetuadas, considerando que o Sporting era por elas olhado como um filho bastardo, ao mesmo tempo que em relação à Sociedade de Construções e Planeamento, que finalmente tinha todas as condições legais para arrancar, informava que se deparara com a intransigência da banca que recusara um financiamento de 20 0000 contos, mesmo com garantias superiores a 100 000 contos, chegando ao ponto de perguntar ao serviço de quem estaria aquela banca.
A 7 de Agosto de 1979 João Rocha informou o Conselho Leonino da sua intenção de se demitir da Presidência do Sporting Clube de Portugal, despoletando uma grave crise diretiva, que se arrastou durante um ano.
Desportivamente esta Gerência festejou a conquista da sua segunda Taça dos Campeões Europeus de Corta-Mato, e de mais um Campeonato Nacional de Andebol.
To-mane 15h35min de 16 de Novembro de 2011 (WET)