A Taça da Liga da época 2020/21 ficou marcada pela pandemia covid 19 que obrigou à redução do formato da prova, que desta vez não teve fase de grupos, ficando limitada à participação de 8 clubes (os 6 primeiros classificados da 1ª Liga e os 2 primeiros da 2ª Liga, no momento da seleção).
Como o Sporting na altura liderava a classificação da 1ª Liga coube-lhe defrontar o Mafra que era 2º classificado na 2ª Liga, num jogo disputado em Alvalade onde os Leões ganharam sem grandes dificuldades, apesar de Rúben Amorim ter aproveitado para rodar alguns dos jogadores menos utilizados do plantel.
A final a quatro disputou-se em Janeiro de 2021 em Leiria, cabendo ao Sporting defrontar nas meias finais o FC Porto, numa altura em que se tinham verificado dois falsos positivos nos testes covid efetuados a Nuno Mendes e Andraz Sporar, que assim tinham ficado impedidos de jogar na jornada anterior do Campeonato, mas que agora eram dados como aptos na sequência das conclusões resultantes dos novos testes efetuados e reconhecidas pela Autoridade Regional de Saúde e pelo laboratório responsável pelos testes, conforme o Sporting demonstrou com a divulgação dos e-mails trocados com estas duas entidades.
Foi então que o FC Porto, secundado pelo Sp. Braga, veio a terreiro acusando o Sporting de estar a cometer um crime de saúde pública e chegando mesmo a ameaçar não comparecer ao jogo se os dois jogadores fossem dados como aptos, pressionando assim para que eles não pudessem ser utilizados, o que realmente se verificou, pois a DGS deu um passo atrás e exigiu uma declaração do laboratório em causa que estranhamente não chegou em tempo útil.
O Sporting foi a jogo sob protesto, num confronto onde os portistas tiveram algum ascendente na 1ª parte, embora só a pouco mais de 10 minutos do fim conseguissem chegar ao golo por intermédio de Marega, num remate enrolado que apanhou António Adán em contrapé, numa altura em que já se começava a pensar nos penáltis.
Parecia que estava tudo decidido mas o recém entrado Jovane Cabral operou a reviravolta com dois grandes golos, castigando assim um clube que tinha tentado tirar vantagens desportivas de uma situação que prejudicava injustificadamente o seu adversário, o que de nada serviu e deixou os portistas a engolir em seco uma dolorosa derrota, mesmo que o seu treinador se tenha tentado desculpar de uma forma patética com uma arbitragem que no geral foi considerada muito positiva.
Na outra meia final o Sp. Braga derrotou o Benfica e assim o Sporting teve de defrontar outro clube que se tentara aproveitar dos tais falsos positivos, mas desta feita Nuno Mendes e Andraz Sporar já podiam jogar, pois tinham voltado a testar negativo e os 10 dias de quarentena obrigatória já estavam cumpridos.
A Final foi prejudicada pelo mau estado do relvado numa noite de muita chuva, pelo que se lutou mais do que se jogou, mas o Sporting chegou ao intervalo a ganhar por 1-0, graças a um golo de Pedro Porro aos 41m, e até poderia ter aumentado a sua vantagem por intermédio Pedro Gonçalves, numa bela jogada individual que o guarda redes minhoto parou, um duelo que se repetiu com o mesmo desfecho já na 2ª parte.
O Braga tentou reagir à desvantagem e com a entrada de Iuri Medeiros o Sporting passou por alguns calafrios, embora Andraz Sporar tivesse tido uma excelente oportunidade para matar um jogo que à medida que se ia aproximando do fim ia sendo inclinado para a baliza de António Adán por uma arbitragem habilidosa, que culminou na expulsão de Pedro Gonçalves.
No fim a festa foi verde e branca e 20 anos depois do lateral direito Pedro Silva ter sido a figura central de uma competição que ficou tristemente conhecida como a Taça Lucílio Baptista, foi a vez de Pedro Porro, outro jogador da mesma posição, ser decisivo, desta feita para castigar aqueles que não olham a meios para atingirem os seus objetivos desportivos, mas mesmo assim a Taça dos falsos positivos foi para o Museu Sporting.
To-mane (discussão) 17h15min de 24 de janeiro de 2021 (WET)
Ver também: Ficha do Jogo