Se a Assembleia Geral é considerada como o Órgão máximo do Sporting Clube de Portugal, porque é nela que devem ser discutidas e decididas todas as grandes directrizes da vida do Clube, é à Direcção que cabe colocar em prática essas decisões e fazer a gestão corrente, pelo que na verdade é este o Órgão com maior visibilidade e impacto na actividade do Clube e junto dos Sócios.
Nos primeiros Estatutos do Sporting Clube de Portugal, previa-se que a Direcção fosse formada por 5 Sócios e estabeleciam-se as normas de funcionamento deste Órgão, ao qual eram atribuídas as respectivas competências, no Artº 23, do Capitulo VIII.
Assim a primeira Direcção do Sporting Clube de Portugal foi eleita a 8 de Maio de 1906, durante a primeira Assembleia Geral do Clube, onde o Visconde de Alvalade se tornou Presidente, tendo como Vice-Presidente o seu neto José Alvalade, que seria o real impulsionador destes primeiros anos do Sporting. Os restantes elementos desta Direcção eram: Frederico Seguro Ferreira - Tesoureiro; José Gavazzo - 1º Secretário e Henrique Leite Júnior - 2º Secretário.
Ao longo dos anos as normas sobre a composição da Direcção, sofreram diversas alterações, no que diz respeito ao numero e à denominação dos cargos dos membros que a compunham, e as suas competências também foram sendo alteradas, conforme as exigências que os novos tempos iam trazendo, mas o espírito deste Órgão, que a partir da revisão estatutária de 1996, passou a ser denominado como Conselho Directivo, continuou a ser o mesmo, conforme se pode verificar no na Secção III dos Estatutos de 2011, apesar do aparecimento da SAD, ter retirado à Direcção, os poderes directos da gestão corrente do futebol profissional.
Inicialmente a Direcção era eleita directamente na Assembleia Geral, mas a partir de 1947, com a criação do Conselho Geral, este passou a ter a competência de indicar os Presidentes dos Órgãos Sociais do Clube, que escolhiam os restantes membros da sua equipa, que posteriormente eram ratificados pelos sócios, em reunião magna convocada para o efeito.
Esta situação manteve-se durante muitos anos, e apesar de algumas ligeiras alterações, limitou o aparecimento de listas alternativas às propostas pelo Conselho Geral, e mais tarde Conselho Leonino, embora os estatutos previssem a licitude dos sócios efectivos e maiores de 21 anos, no gozo dos seus direitos e dispondo de um mínimo de 500 votos, organizarem listas candidatas aos Órgãos Sociais do Clube, o que na verdade só aconteceu pela primeira vez em 1984.
Só em 1989 o Conselho Leonino passou a ser um Órgão meramente consultivo, deixando de ter o privilegio de indigitar listas candidatas às eleições para os Órgãos Sociais do Clube, abrindo-se assim o caminho para uma maior democratização da vida do Sporting, que passou então a ter eleições efectivamente concorridas, em que os candidatos à Presidência da Direcção, eram os verdadeiros cabeças de cartaz.
Durante os seus mais de 100 anos de vida, o Sporting Clube de Portugal atravessou alguns períodos difíceis, em que na ausência de uma Direcção, foi gerido por Comissões Directivas, mas muitos mais foram os momentos de grande fulgor e outros momentos decisivos, quase sempre marcados por Presidentes carismáticos, desde José Alvalade, que apesar de não ter sido o primeiro Presidente do Clube, foi quem geriu de facto o Sporting nos seus primeiros anos de vida, passando por Júlio de Araújo que nos anos vinte lançou definitivamente o Clube para uma dimensão nacional, posição que seria cimentada por grandes lideres como Joaquim Oliveira Duarte, Ribeiro Ferreira e Góis Mota, que tornaram o Sporting no maior Clube do País e num dos grandes da Europa.
Isto sem esquecer Brás Medeiros e principalmente João Rocha, que foram fundamentais para o relançamento do Sporting, depois de alguns momentos difíceis que se seguiram ao período áureo atrás referido, enquanto José Roquete foi um Presidente marcante, numa fase em que o Clube avançou para uma nova era, e que ficou conhecida como o "Projecto Roquete".
To-mane 16h56min de 17 de Outubro de 2011 (WEST)
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