No dia 2 de Setembro de 1942 foi eleita uma nova Direcção, com a seguinte constituição:
Salazar Carreira discursa na inauguração da efígie de Francisco Stromp
O jovem eloquente advogado Amado de Aguilar aceitou o desafio de suceder a Joaquim Oliveira Duarte, e começou por dizer que não sabia bem o que queria, nem para onde ia, mas que havia de ir para onde o Sporting o levasse e de querer o que o Sporting quisesse.
Um ano depois na hora da despedida, não se coibiu de afirmar que lhe tinham deixado um Sporting que ele considerava estar doente. Uma doença resultante do desterro da Sede para uma zona pouco conveniente e do impasse no projecto de construção do novo estádio, que teriam contribuído para as dificuldades financeiras que o Clube atravessava e para a redução do número de associados.
Durante a sua Gerência Amado de Aguilar reorganizou o Clube de uma forma rigorosa e cuidadosamente estudada, requalificando e regulamentando os Serviços, e enquanto defensor do ecletismo, que já era uma marca do Sporting Clube de Portugal, conseguiu manter a secção do Ciclismo em funcionamento, e reactivou o Hóquei em Patins, mas neste caso sem sucesso, pelo que um ano depois a secção foi novamente encerrada.
Na área desportiva, Salazar Carreira foi nomeado Capitão Geral de todas as secções excepto o Futebol, onde o Sporting com uma equipa em fim de ciclo, apenas ganhou o Campeonato de Lisboa, pelo que se deu inicio à renovação do plantel, assegurando-se a contratação de vários jogadores, entre os quais se destacaram Jesus Correia e principalmente Albano, que por ter custado 20 contos, causou alguma polémica, numa secção onde só em ordenados e prémios dos futebolistas, se pagou cerca de 280 contos.
Nas restantes modalidades, o Atletismo voltou a ter uma época positiva, com as vitórias nos Campeonatos Nacionais de Corta Mato e de Pista, mantendo o domínio no sector feminino e para além disso o Ciclismo também continuou a somar vitórias, numa altura em que as competições mais emblemáticas como a Volta a Portugal e o Porto-Lisboa não se disputaram. Quanto ao resto, os resultados foram no geral fracos e até no Andebol de 11 apenas se conseguiu ganhar o Campeonato Regional de 2ª categoria, naquela que foi a pior época de sempre do Clube, nesta modalidade.
No Estádio do Lumiar foram realizadas várias obras de melhoramento, com destaque para a restauração e construção das pistas de Ciclismo e de Atletismo, duas modalidades de grande importância para o Clube e foi também possível arranjar o campo de Voleibol.
Esta Gerência ficou também assinalada pela inauguração de um bronze de autoria do escultor Leopoldo de Almeida, com a efígie de Francisco Stromp, que ocorreu durante as comemorações do 37º aniversario do Sporting Clube de Portugal, que no dia 30 de Junho de 1943 tinha 4998 sócios.
O grande feito desta Direcção foi a venda por 900 contos, da Sede da Rua Rosa Araújo que tinha sido comprada por 385, o que permitiu ao Clube não só pagar tudo o que devia, como depositar 500 contos à ordem, na Caixa Geral de Depósitos, instalando-se provisoriamente na Rua de São José.
Assim no balanço final deste mandato, Amado de Aguilar apresentou um saldo positivo de 113472$40, que considerou ser um resultado sem precedentes no Clube, cujo activo avaliado por baixo, andaria na altura pelos 800 contos.
Foi pois sem surpresa, que no dia 13 de Agosto de 1943 a Direcção de Amado de Aguilar, foi reeleita por aclamação, com ligeiras alterações na sua constituição:
Esta nova Gerência durou pouco, pois a Direcção demitiu-se, após ter defendido corajosamente os interesses do Sporting Clube de Portugal, entrando em colisão com D.G.D. e com o Ministro da Educação Nacional, que então nomeou uma Comissão Administrativa liderada pelo Presidente da Assembleia Geral do Clube, Dr. Diogo Alves Furtado, que entrou em funções no dia 26 de Outubro de 1943, para garantir a gestão corrente até se encontrar uma nova Direcção.
To-mane 16h28min de 25 de Outubro de 2011 (WEST)