História
A conjuntura que antecedeu a formação das claques em Portugal transmitia a ideia generalizada de ser o Brasil o "país das Torcidas", a única realidade conhecida no nosso país em termos de claques organizadas. No próprio Sporting da década de 70, o grupo impulsionador "Vapores do Rego" conhecia origens "sambistas".
A Torcida Verde apareceu no panorama leonino em 1983, tendo nessa altura aceitado um convite da Juventude Leonina para se unirem, devido ao grande número de grupos de apoio existentes no Clube. Porém, a experiência fracassou e o mesmo viria a acontecer posteriormente quando a Torcida se juntou à Força Verde.
Assim, a 11 de Novembro de 1984, nasceu a Torcida Verde como grupo autónomo, inspirada nos valores do Sporting Clube de Portugal, instituição desportiva verdadeiramente ecléctica que supera largamente o conceito de "clube de futebol".
Sem apoios mas com uma atitude positiva, conquistaram o seu espaço próprio e demonstraram a sua fidelidade ao Sporting, marcando sempre presença em diferentes actividades como voleibol, basquetebol, andebol, atletismo e futebol. Através destas iniciativas, o Sporting Clube de Portugal reconheceu em 1988 a Torcida Verde como Núcleo do Clube. Em 1994, a Torcida Verde constituiu-se como Associação e inaugurou a sua sede.
Uma Torcida interventiva
Nesse contexto, a Torcida procurou alargar a sua área de intervenção e diversificar as suas actividades, desenvolvendo uma acção construtiva na vida associativa do seu Clube e, simultaneamente, potenciando as suas forças para áreas de intervenção social.
A 4 de Dezembro de 1991, a Torcida iniciou e desenvolveu o protocolo protagonizado pelo Sporting Clube de Portugal e o Projecto Vida, no combate profilático à toxicodependência. Esta iniciativa envolveu cerca de 5000 jovens do distrito de Lisboa que, nos anos de 1992 e 1993, tiveram oportunidade de conhecer a prática desportiva nas instalações desportivas do Clube.
Mas muitas outras acções foram desenvolvidas pela Torcida Verde:
- Em 1989, colaboração na construção da Biblioteca do Sporting;
- Em 1990, ajuda na organização de concertos efectuados no Estádio José Alvalade: Rolling Stones, Tina Turner, David Bowie, Bryan Adams, Bon Jovi, Guns'n'Roses e muitos outros;
- Em 1991, pintura das bancadas do Estádio José Alvalade a verde e branco, a titulo voluntário (num total de 15000m2);
- Em 1994, colaboração na construção do Museu do Sporting;
- Desde 1993, organização de eventos desportivos como forma de solidificar a coesão do grupo.
Contra o "sistema"
Em 1994/95, e quando ainda ninguém falava do "sistema", a Torcida efectuou uma coreografia no jogo contra o Tirsense, apresentando as faixas "O futebol em Portugal é um bacanal" e "Fuck The System", expondo a corrupção e hipocrisia existentes nas instituições do futebol português. A acompanhar, alguns estandartes elucidativos das relações menos próprias entre os principais dirigentes do futebol nacional na altura.
Nos anos seguinte, foram realizadas diversas coreografias sobre o mesmo tema, tendo a faixa FTS (Fuck The System) corrido todos os estádios nacionais.
Solidariedade leonina
Em 1996, nasceu o núcleo "Timor Livre", uma forma de mostrar a solidariedade com o povo timorense contra a opressão indonésia.
Em Julho de 1997, foi assinado um protocolo com a Renetil, Ogetil (grupos de jovens timorenses) e Frente Anti-Racista, com a finalidade de integrar a comunidade timorense em Portugal e lutar contra o racismo em eventos desportivos.
Nos últimos anos, a Torcida Verde tem colaborado na iniciativa "Correr com o Racismo", juntamente com a Interjovem, a Câmara Municipal da Lisboa e outras associações.
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