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Dados de Jesus Correia |
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Nome |
António Jesus Correia
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Nascimento |
3 de Abril de 1924
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Naturalidade |
Paço de Arcos - Portugal -
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Posição |
Extremo direito
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Jesus Correia foi um atleta de eleição, jogando em simultâneo futebol e hóquei em patins ao mais alto nível, ao ponto de jogar em ambas modalidades pela respectiva Selecção Nacional.
No hóquei, jogou no Paço de Arcos, onde foi várias campeão nacional, somando diversas internacionalizações e os títulos de Campeão Europeu e Mundial.
No futebol foi o extremo-direito da célebre linha avançada que ficou conhecida como os Cinco Violinos, conquistando sete Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal e dois Campeonatos de Lisboa ao serviço do Sporting, onde jogou durante nove anos entre 1943 e 1952, realizando mais de trezentos jogos, 199 dos quais oficiais, com 156 golos marcados, entre os cerca de 250 que totalizou, números verdadeiramente colossais, que revelam o seu enorme poder de finalização, que aliado à sua impressionante velocidade e a uma excelente capacidade técnica, para além de uma grande generosidade e entrega ao jogo, fizeram dele um dos mais brilhantes e completos jogadores da história do futebol português.
Nasceu em Paço de Arcos e foi no clube local que começou a jogar Hóquei em Patins, mas também gostava do Belenenses pelo que tentou lá a sua sorte no futebol, no entanto foi reprovado por Augusto Amaro, que curiosamente era o seu ídolo.
Quem ficou a ganhar foi o Sporting, porque Joseph Szabo que morava perto de Paço de Arcos descobriu-o nos treinos do Hóquei, apontando-o logo como o "atleta ideal". Pouco tempo depois já o tinha sob o seu comando, apesar do Estoril se ter metido na corrida, mas a intervenção do seu chefe no Grémio dos Armazenistas de Mercearia onde trabalhava, e que era dirigente do Sporting, desviou-o para os Leões.
Recebeu 12 contos para assinar o contrato e logo na sua primeira época foi Campeão, mas só um ano depois é que se afirmou definitivamente na equipa principal, ocupando o lugar de Adolfo Mourão, outro jogador histórico do Sporting, e vivendo a sua primeira tarde de glória na Final da Taça de Portugal de 1945, quando marcou o golo com que o Sporting derrotou o Olhanense, a poucos minutos do fim de uma partida onde jogou com algum sacrifício, depois de intensos tratamentos a uma lesão de que padecia na altura.
Ficou conhecido pelo “Necas” e teve outra tarde de glória quando em Madrid marcou seis golos ao Atlético local, com os quais o Sporting ganhou esse jogo por 6-3, numa altura em que já era presença assídua na Selecção Nacional de Futebol, onde jogou 13 vezes marcando 3 golos.
Abandonou o futebol em 1952 quando tinha apenas 28 anos e foi pressionado pelo Sporting a optar entre uma das suas modalidades de eleição. Optou pelo hóquei, e pelo clube da terra que se comprometeu a ajudá-lo na compra do andar, deixando a nação leonina em estado de choque, pois ninguém acreditava que ele fosse capaz de tomar tal decisão. No entanto alegou que as exigências do Hóquei eram menores, e como já caminhava para os 30 anos ser-lhe-ia mais fácil manter o alto rendimento naquela modalidade.
A sua ligação afectiva ao Clube prolongou-se ao longo dos anos, tendo sido distinguido com o Prémio Stromp, na categoria "Saudade" em 1993 e com a Medalha de ouro do Sporting, e participando regularmente nas festas do Núcleos espalhados por todo o País, onde foi sempre uma figura querida pela sua simpatia e comportamento irrepreensível.
Morreu a 30 de Novembro de 2003, quando era o último dos Cinco Violinos ainda com vida, pouco tempo antes tinha dado o pontapé de saída no jogo de inauguração do novo Estádio José Alvalade, integrado no Complexo Alvalade XXI, no dia em que se destacou Cristiano Ronaldo, curiosamente um jogador com algumas semelhanças com ele.
Ver também
To-mane 12h14min de 19 de Março de 2009 (WET)