O ecletismo sempre fez parte do ADN do Sporting Clube de Portugal, que na altura da sua fundação arrancou com quatro modalidades. Inicialmente o Ténis era para ser prioritário, mas a popularidade do Futebol depressa mudou essa intenção e, no ano do arranque para além dessas duas modalidades, praticava-se também Ginástica e Atletismo, onde se incluía a Luta de Tracção à Corda.
Daí para a frente o número de modalidades foi crescendo progressivamente, sendo já mais de quarenta aquelas que foram praticadas no Clube, desde as mais conhecidas e populares, no desenvolvimento das quais o Sporting desempenhou sempre um papel relevante no nosso País, até ás pequenas secções, que em casos como o Ténis de Mesa, a Natação, o Boxe, o Tiro à Bala, as Lutas Amadoras e algumas artes marciais, também atingiram uma dimensão digna de registo.
O Ciclismo foi uma das primeiras a ser introduzida, sendo de destacar a sua importância na divulgação e no crescimento do Clube, pela capacidade que tinha de levar as camisolas do Sporting a todos os cantos do País, tendo produzido alguns ídolos, com natural destaque para o grande Joaquim Agostinho.
Salazar Carreira desempenhou um papel muito importante no desenvolvimento do ecletismo leonino, sendo o responsável pela introdução de modalidades relevantes, como o Râguebi que ficou na história do Clube por ter sido a primeira a utilizar as camisolas listadas, o Voleibol e principalmente o Andebol, onde o Sporting se tornou no Clube referência da modalidade em Portugal, principalmente com a equipa que ficou conhecida como Os Sete Magníficos.
Moniz Pereira é outro nome indissociável do ecletismo do Sporting, neste caso principalmente pela sua acção no desenvolvimento do Atletismo, a modalidade que mais títulos ganhou para o Sporting, produzindo atletas de nível internacional, com natural destaque para Carlos Lopes, Fernando Mamede, Rui Silva, Francis Obikwelu e Naíde Gomes e conquistando 15 Taças dos Campeões Europeus.
No mandato do Presidente João Rocha o ecletismo do Sporting atingiu o seu auge. Nesse período o Sporting chegou a movimentar cerca de 15000 atletas em 22 modalidades, com particular destaque para a Ginástica, que atingiu os 3500 praticantes. A excelência que já tinha sido atingida no Atletismo e no Andebol, chegou também ao Basquetebol com uma equipa onde pontificava Carlos Lisboa e principalmente ao Hóquei em Patins, com a aquela que ficou para a história como a "Equipa Maravilha do Hóquei em Patins".
A profissionalização das principais modalidades tornou incomportáveis os custos do ecletismo e assim em 1995 os sócios do Sporting Clube de Portugal foram chamados a referendar uma terceira modalidade de alta competição, para se juntar ao Futebol e ao Atletismo, que eram por tradição as modalidades principais do Clube e as únicas que remontavam à sua fundação, tendo a escolha recaído no Andebol, o que levou ao encerramento de outras secções como o Basquetebol e o Voleibol, que na altura vivia o seu período áureo, com uma equipa onde brilhava Miguel Maia.
Mais tarde o Futsal juntou-se às chamadas modalidades de alto rendimento, com o Sporting a assumir uma posição dominante nesta nova modalidade, que entretanto se tornou num verdadeiro fenómeno de popularidade.
A regular participação de atletas do Sporting nos Jogos Olímpicos é também emblemática da grandeza do ecletismo leonino. Em 27 edições dos Jogos, o Sporting esteve representado em 19 e, em 2012 já tinha tido 123 Atletas Olímpicos em 16 modalidades diferentes, isto para além de 2 Atletas Paralímpicos.
Destas participações que se iniciaram em 1912 com António Stromp, resultaram a conquista de 10 medalhas olímpicas (3 de Ouro, 6 de Prata e 1 de Bronze), com natural destaque para Carlos Lopes, que ganhou duas e foi o primeiro atleta português a conquistar uma Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos.
Modalidades do Sporting Clube de Portugal
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