Depois da "dobradinha" de 1973/74, o Sporting estava há três épocas sem ganhar nada e o Campeonato de 1977/78 tinha corrido muito mal, embora na ponta final da época a equipa tivesse encarreirado com 9 vitórias e 1 empate, acabando por terminar no 3º lugar a 9 pontos dos dois da frente e por conseguir apurar-se para a Final da Taça de Portugal, que era assim a última hipótese que os Sportinguistas tinham de festejar alguma coisa nesta temporada.
O Sporting tinha eliminado sucessivamente o Sp. Espinho, o Salgueiros, o U. Coimbra, o Famalicão e o Benfica, o que acontecia pelo terceiro ano consecutivo e nas meias finais derrotara o Varzim, apurando-se assim para a festa do Jamor, onde ia defrontar o já campeão FC Porto, que nessa época pôs fim a um longo jejum de 19 anos sem ganhar o Campeonato.
A Final disputou-se no dia 17 de Junho de 1978 e ficou marcada por uma arbitragem verdadeiramente desastrada de Francisco Lobo, que não agradou nem a gregos nem a troianos. O Sporting ficou a queixar-se de dois penaltis claros que terão ficado por marcar, enquanto o FC Porto não se conformou com o penalti assinalado pelo fiscal de linha Arlindo Rodrigues por um derrube de Fonseca a Keita que eles alegavam ter sido fora da área, o que deixou os portistas de cabeça perdida, de tal forma que houve insultos, empurrões, cuspidelas e alguns jogadores tiveram de ser agarrados para evitar males maiores, mas mesmo assim Gabriel Mendes despiu a sua camisola e tentou enfiá-la na cabeça do fiscal de linha, que por sua vezfoi acusado de ter insultado Octávio Machado.
Tudo acabou com uns cartõezinhos amarelos por aquilo que o árbitro considerou terem sido umas "reações chatas", mesmo que já no fim do prolongamento Ademir tenha sido expulso depois de agredir Artur Correia, repetindo o que já antes Freitas tinha feito perante a complacência de um lobo transformado em cordeirinho. No fim ficou tudo empatado e o Sporting teve de adiar a sua digressão à China para disputar a Finalíssima marcada para o fim de semana seguinte.
No dia 24 de Junho de 1978 o Estádio Nacional teve bem menos gente do que os cerca de 40 mil que tinham marcado presença na semana anterior, pois em tempo de crise os bilhetes eram muito caros e ainda por cima estava a chover, isto sem esquecer que era dia de São João e que o triste espetáculo do primeiro jogo também não ajudou o cartaz. Assim foram cerca de 25 mil os presentes no Jamor que assistiram a uma vitória sem espinhas do Sporting, num jogo em que o FC Porto se apresentou desfalcado dos lesionados Murça e António Oliveira e dos castigados Freitas e Ademir, enquanto do outro lado apenas Francisco Barão fora penalizado, mas convinha não esquecer as ausências de longa data de Jordão, Fraguito, Baltasar e Manaca.
Com tantos nomes sonantes na lista dos impedimentos, o jogo foi fraco, principalmente na sonolenta 1ª parte, mas depois do intervalo o Sporting reentrou com outra atitude e fez três golos de rajada, embora o primeiro tenha sido anulado. Daí para a frente o Sporting foi gerindo o resultado, embora o golo de Seninho a 10 minutos do fim tenha gerado alguma ansiedade desnecessária, que no entanto não foi suficiente para pôr a vitória dos Leões em causa. Vítor Gomes terá sido a grande figura desta Final ao marcar o primeiro golo, aproveitando um ressalto para se isolar e ultrapassar Fonseca, que poucos minutos depois voltou a ser impotente para travar um forte remate de Manuel Fernandes que colocou o resultado em 2-0.
No entanto, no fim a generalidade da critica considerou o árbitro Mário Luís como o melhor em campo, em parte também devido à desastrosa atuação de Francisco Lobo no jogo anterior. Apesar disso o nome do juiz de Santarém passou a ser muitas vez injustamente citado em vão, pelo facto de no final do jogo ter sido convidado por Vasco Resende da Associação Democrática da Amizade Portugal-China, para acompanhar o Sporting na sua digressão à China.