Símbolo da Secção de Motorismo do Sporting
Entrega de prémios do Rali de Monte Carlo 1951. Conde de Monte Real e Manuel Palma no seu Ford V8 100cv a melhor classificação de sempre de uma equipa portuguesa, 2º lugar à geral
Rodrigo Gallego no seu March 761
O monolugar do Sporting na Superleague Fórmula
Rafael Cardeira com o seu Renault Clio RS R3T em 2021
Os primeiros registos de actividade automobilistica no Sporting Clube de Portugal datam de 08 de Outubro de 1911 quando João d'Aguiar venceu uma corrida de 17 km em estrada com o tempo de 1h02m30s, um excelente tempo para a época, considerando o mau estado das estradas e as condições meteorológicas adversas.
Oficialmente a Secção de Automobilismo foi criada em Abril de 1922, começando então a haver várias referências à sua atividade, mormente a partir de 1933 com a criação da Secção de Motociclismo, que teve atividade regular até à suspensão durante a 2ª Guerra Mundial por falta de condições.
Em dezembro de 1949 foi criada a secção de Motorismo com as sub-secções Motociclismo e Automobilismo, encabeçada por Fernando Basílio de Oliveira, capitão da antiga. secção de Motociclismo aquando da sua suspensão Foi com essa profunda reestruturação que a partir do início da década de 1950 a Secção passou a ter uma actividade regular, com vários pilotos do Clube a destacarem-se desde logo, nomeadamente na participação no Rali de Monte Carlo de 1951, onde o Conde de Monte Real e Manuel Palma terminaram a prova num brilhante segundo lugar absoluto.
Ainda em 1951, o Conde de Monte Real sagra-se Campeão Nacional de Rampa, com quatro vitórias nas cinco rampas disputadas - Arrábida, Gradil, Falperra, Santa Luzia e Pena - só não vencendo na Pena.
Em 1952 o Conde de Monte Real sagra-se novamente Campeão Nacional de Rampa, com três vitórias nas três primeiras provas do campeonato, numa altura em que Joaquim Filipe Nogueira foi outro piloto em grande destaque, somando vitórias em diversas provas entre as quais há a destacar o Rali Internacional de Lisboa em 1952.
Ainda em 1952 Filipe Nogueira e João Gagliardini Graça foram os melhores estrangeiros na Volta à França em Automóvel, classificando-se respetivamente em 14º e 16º lugares entre 110 concorrentes que alinharam à partida.
Em 1954 Fernando Pereira foi Campeão Nacional de Regularidade.
Em 1958 o Engº Abreu Valente venceu a IX Volta a Portugal, uma organização do Clube 100 à Hora. Foi também em 1958 que o Sporting organizou o seu 1º Grande Rali. Ainda em 1958 com as vitórias de Ruy Martins da Silva na classe Turismo Normal e do Engº Abreu Valente em GT Normal, o Sporting vence o Campeonato Nacional de Condutores por Equipas.
Em 1959 repete-se o feito, com o Engº Abreu Valente e o Sporting a sagrarem-se Campeões Nacionais de Condutores.
Outro grande marco da modalidade no Sporting dá-se em Junho de 1961, quando António Fernando Peixinho no seu Alfa Romeo Giulietta vence à geral o Rali Ilha da Madeira, na terceira edição da mítica prova organizada pelo Sports Club da Madeira.
Em 1962, destaque para a vitória de Fernando Basílio dos Santos na XIII Volta a Portugal, mais uma vez organizada pelo Clube "100 À Hora" e no final da época para mais um título de Campeão Nacional de Condutores por equipas para o Sporting, por sinal o terceiro em quatro anos, ficando a faltar desde 1959 apenas 1960.
Em 1963, nova vitória na Volta a Portugal desta feita por Manuel Lopes Gião ao volante do seu Austin-Cooper S, tendo o Sporting vencido por equipas.
Em 1964 vitória no VI Rali Ilha da Madeira através de Fernando Basílio dos Santos ao volante do seu Porsche 356 SC, vitória na XV Volta a Portugal por César Torres em Austin-Cooper e mais um título de Campeão Nacional de Condutores por equipas, o quarto consecutivo e o sexto no total.
Fruto da reestruturação no Clube a secção ressentiu-se e em 1966 dos principais pilotos apenas Manuel Lopes Gião permanecia no Clube. Mas mesmo assim esta foi uma época marcante e uma das mais importantes da modalidade no Sporting pois Manuel Lopes Gião começou por vencer o Rali das Camélias logo a abrir a temporada, manteve o registo vencedor noutras provas, como o Rali do Académico, Rali 1000Km do Benfica, Rali TAP ou o Rali de Inverno e sagrou-se Campeão Nacional de Ralis.
Em 1969 a equipa do Sporting volta a integrar um excelente leque de pilotos e os resultados não se fazem esperar, com a conquista dos três primeiros lugares no Rali das Camélias, por Américo Silva Nunes, Luís Neto e César Torres e no final da época com Luís Neto a sagrar-se Campeão Nacional na classe Turismo e Américo Silva Nunes Campeão Nacional na classe Grande Turismo e Desporto depois de vencer entre outros o Rali Vinho Madeira.
Em 1970 assiste-se a uma das melhores épocas do automobilismo leonino onde o Sporting dominou por inteiro o campeonato nacional de ralis, conquistando o título por equipas e os primeiros lugares em cada uma das três classes, assim em Grande Turismo e Desporto (Grupo 4) venceu Américo Silva Nunes, em Turismo Especial (Grupo 2) José Carpinteiro Albino e em Turismo de Série (Grupo 1) Jorge Nascimento.
Mas se 1970 é um ano para recordar, onde ao titulo de ralis se juntou o nacional de Formula Ford, o que dizer de 1971, ano em que o Sporting vence tudo o que havia para ganhar sagrando-se Campeão Nacional de Ralis e Campeão Nacional de Velocidade, por Equipas.
Em 1972 a equipa do Sporting, com Bernardo de Sá Nogueira em Alfa Romeo 2000 GTV, Mário Araújo Cabral em BMW 2800 CS e BMW 2002 TII e Christian Melville em BMW 2002 TII e BMW 2800 GS, sagrou-se novamente campeã nacional de velocidade, revalidando o título conquistado em 1971.
Na década de 1960 e início da de 1970 o Sporting liderou de facto a modalidade em Portugal, tendo passado pela sua equipa nomes míticos do automobilismo nacional, como César Torres, Manuel Lopes Gião, Américo Silva Nunes, Carpinteiro Albino ou Mário Araújo Cabral, entre outros.
Fruto de uma profissionalização cada vez maior e do surgimento das equipas de fábrica, a modalidade foi perdendo o fulgor dos anos iniciais em Alvalade, com cada vez menos pilotos a correrem com as cores do Sporting, e em 1974, também por efeito do 25 de Abril, já não se encontram notícias da modalidade no Sporting. Estas continuaram a aparecer de forma esporádica, e o Rally Noturno do Sporting continuou a ser organizado pelo menos até 1978, ano em que se passou a denominar também "Rallye Internacional de Aveiro", cidade onde a prova teve nesse ano o seu centro de operação.
Mais tarde, na década de 2000 o automobilismo volta a ter um forte incremento no Clube, com as cores do Sporting a estarem representadas em várias categorias.
Em 2003 César Campaniço participa no Campeonato Europeu de Fórmula 3, tendo no final da temporada ficado em 16º lugar entre 39 participantes. O carro era um Dallara com motor Opel 2000 e 250 HP e o melhor registo foi o quarto lugar na terceira corrida do campeonato, disputada em Adria na Itália.
Em 2004 Rodrigo Gallego sagra-se Campeão do Mundo FIA de Fórmula 1 - Hitóricos ao volante de um March 761 e em 2006, 2007 e 2008 torna-se Campeão na sua classe.
Em 2009 o Sporting adere à Superleague Fórmula, uma competição automóvel internacional de clubes de futebol, onde se apresentou com o jovem piloto português Pedro Petiz que, depois de alguns resultados menos conseguidos, conquistou de forma categórica a vitória no histórico Circuito de Monza, numa corrida disputada no dia 4 de Outubro de 2009.
Entretanto o Sporting Clube de Portugal estendeu a sua actividade ao Karting, com Diogo Alexandre Costa Pinto, que em 2011 foi Campeão Nacional de Cadetes e em 2014 Campeão Nacional de Juvenis, para além de ter vencido a Taça de Portugal também de Juvenis em 2013 e 2014.
A 13 de Abril de 2017 o Sporting inicia uma parceria com o piloto Manuel Gião, para competir no TCR Ibérico de velocidade, em representação dos Leões. O experiente piloto, a cumprir então a 34ª temporada da sua carreira, é filho da antiga glória leonina Manuel Lopes Gião.
No dia 04 de Junho de 2018 o Sporting anuncia que volta a contar com um piloto de ralis na Secção de Automobilismo, com a chegada de Rafael Cardeira a Alvalade. Piloto natural da Marinha Grande ostentando no currículo um titulo de vice-campeão de Portugal de ralis em juniores (2013) e dois de campeão nacional de ralis RC5 (2015 e 2017).
Com as cores do Sporting, Rafael Cardeira com André Couceiro como navegador, venceu o Campeonato de Portugal de Ralis RC5 em 2018 e conquistou o segundo lugar na classe RC3 do Campeonato de Portugal de Ralis em 2019.
Em 2019 o Sporting retoma ao Karting, tendo por piloto Henrique Cruz que foi progredindo na modalidade até atingir a categoria X30 Sénior, onde se sagrou Campeão Nacional na temporada de 2022.
Palmarés
- 1 Campeonato do Mundo FIA - Fórmula 1 Históricos
- 4 Campeonatos Nacionais de Ralis por Equipas
- 3 Campeonatos Nacionais de Velocidade por Equipas
- 8 Campeonatos Nacionais de Condutores por Equipas
- 1958, 1959, 1961, 1962, 1963, 1964, 1965 e 1970
- 1 Campeonato Regional de Perícia em Pista por Equipas
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