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Dados de Sousa Cintra Scintra.jpg
Nome José de Sousa Cintra
Nascimento 26 de Outubro de 1944
Naturalidade Raposeira - Portugal - 
Posição Presidente

José Sousa Cintra nasceu no seio de uma família humilde da aldeia da Raposeira, no Algarve, e cedo começou a trabalhar, nomeadamente a vender caracóis. Com apenas 15 anos foi trabalhar para Lisboa como ascensorista no Hotel Tivoli, emprego que acumulou com o de venda de aguarelas, actividade que lhe permitiu ganhar muito dinheiro. Nessa altura entrou como voluntário para a Marinha, que serviu durante quatro anos.

A seguir à Revolução de Abril de 1974 foram-lhe expropriados alguns bens, mas Sousa Cintra graças à sua capacidade empreendedora, tornou-se num empresário de sucesso, principalmente no ramo das águas.

Foi eleito Presidente do Sporting Clube de Portugal a 23 de Junho de 1989, quando na sequência da maior crise da história do Clube, e apesar de só ter feito seis dias de campanha, concorreu e ganhou uma das mais participadas eleições de sempre, recebendo 64,3% dos votos dos sócios leoninos e derrotando assim de uma forma clara os outros três concorrentes, entre os quais estava Jorge Gonçalves, o seu antecessor.

Seria reeleito em 1991 e 1993, em ambos os casos sem oposição, prolongando assim o seu mandato até 2 de Junho de 1995. Foram seis anos que ficaram marcados pelo seu estilo popular e muito diferente daquilo que tinha sido a matriz habitual dos dirigentes do Sporting até aí, o que se compreende atendendo às raízes deste Presidente, que nada tinham a ver com a tradicional linha aristocrática do Clube.

Começou por segurar os jovens Figo e Peixe, que ao que se dizia estavam a caminho do Benfica, e apostou na contratação de alguns grandes jogadores, tentando tudo para que o Sporting voltasse a ser Campeão Nacional de futebol, e escolhendo treinadores de prestigio como Marinho Peres que levou o Clube a uma meia-final da Taça UEFA, Bobby Robson que seria despedido após uma decepcionante derrota na Áustria, uma decisão que mais tarde Sousa Cintra considerou como o seu maior erro, e Carlos Queirós que colocou a equipa a jogar um grande futebol, mas falhou nos grandes momentos.

Nas modalidades conseguiu parcialmente estancar o êxodo dos principais atletas do Clube, e na sua gerência o Sporting ganhou pela terceira vez a Taça das Taças de Hóquei em Patins, e recuperou a hegemonia no Corta-Mato, ganhando pela segunda vez seis Taças dos Campeões Europeus desta especialidade, consecutivas, numa altura em que os Gémeos Castro eram as grandes figuras do Atletismo leonino. Isto para além de um tri-Campeonato Nacional em Voleibol.

Mas a verdade é que nunca conseguiu atingir os desejados sucessos no futebol, e em 1995 quando a sua imagem já estava algo desgastada junto dos sócios, depois de muitas batalhas perdidas, resolveu não se recandidatar à Presidência do Clube, abrindo assim caminho para a entrada no Sporting de uma nova geração de dirigentes, que ficou conhecida como o "Projecto Roquete".

Assim acabou por assistir à conquista da Taça de Portugal de 1995, poucos dias depois de ter abandonado a Presidência, mas não foi esquecido na hora da festa.

Foi distinguido por duas vezes com o Prémio Stromp na categoria Dirigente, em 1990 e 1993.

Voltou então a dedicar-se em exclusivo à actividade de empresário, agora no ramo das cervejas e apostando no Brasil.


To-mane 09h37min de 26 de Setembro de 2008 (UTC)