Diferenças entre edições de "Atletismo 1988"

Revisão das 19h43min de 8 de dezembro de 2012

Um ano difícil

1988 foi um ano particularmente difícil para o Atletismo do Sporting, numa altura em que o Clube atravessava um período conturbado e de grandes dificuldades financeiras, o que levou inclusivamente à paragem de alguns atletas devido ao atraso no pagamento dos subsídios, uma situação que infelizmente não melhorou depois das eleições que se realizaram em Junho de 1988.

Os Castro lideram a equipa na vitória nos Nacionais de Corta Mato

Mesmo assim a época começou com alguns resultados animadores, como foram as vitórias dos Gémeos Castro no Crosse Internacional de Venta de Baños, onde Domingos foi 1º e Dionísio 2º e no Crosse Itálica, onde mais uma vez a equipa do Sporting conseguiu bater uma Selecção do Quénia.

A Taça dos Campeões Europeus de Corta Mato realizou-se novamente em Clusone na Itália, onde em condições muito difíceis devido à chuva que tornou o terreno muito pesado, os italianos do Pró Pátria Milan renovaram o título que tinham conquistado na época anterior, embora desta vez a competição tenha sido mais equilibrada.

O Sporting Clube de Portugal terminou no 2º lugar com 54 pontos, a sua pior pontuação de sempre, mas mesmo assim ficou a sensação de que a equipa poderia ter feito melhor, principalmente da parte de Dionísio Castro que valia seguramente mais do que o 15º lugar que obteve, isto já para não falar no veterano Fernando Mamede, que noutras condições também poderia ter contribuído para uma classificação melhor.

A nível interno, nos Campeonatos Regionais o Sporting apresentou uma equipa muito desfalcada, que não deu para mais do que um 2º lugar, que de resto também foi a classificação obtida por Joaquim Pinheiro, que foi o melhor atleta leonino nesta prova.

Mas no Campeonato Nacional tudo voltou à normalidade com o Sporting Clube de Portugal a vencer a competição pela 7ª vez consecutiva, e de uma forma categórica, metendo 6 atletas entre o 3º e o 9º lugares, não dando assim qualquer hipótese à concorrência, que teve de se contentar com a vitória individual de Ezequiel Canário do Imortal de Albufeira.

A temporada de Crosse terminou com a realização do Campeonato do Mundo, onde Portugal ficou num decepcionante 9º lugar, mas mesmo assim os nossos melhores atletas foram os Leões Domingos Castro (16º) e Joaquim Pinheiro (26º).

Na Estrada o Sporting Clube de Portugal voltou a vencer a estafeta Cascais-Lisboa, com uma equipa formada por Mário Silva, Joaquim Pinheiro, Dionísio Castro, Domingos Castro e Fernando Mamede.

Na pista esta foi uma época de altos e baixos, onde o Sporting regressou à Taça dos Campeões Europeus de Atletismo, obtendo um 6º lugar, que podia ser considerado uma classificação dentro das expectativas, com Dionísio Castro a ser o único vencedor, ao ganhar a corrida dos 10000m, mas houve outros atletas com prestações positivas.

O momento mais alto talvez tenha sido a renovação do título de Campeão Nacional de Clubes no sector masculino, com os atletas leoninos a ganharem 14 das 21 provas em disputa, numa demonstração de grande superioridade, que no entanto foi facilitada pela ausência do Benfica.

No Campeonatos Regionais, mais uma vez marcados por muitas ausências, o Sporting ficou no 2º lugar, com 8 vitórias dos seus atletas, com destaque para Luís Marto que ganhou os concursos do Salto em Altura e do Triplo Salto.

Os Campeonatos de Portugal individuais começaram como de costume com a prova dos 10000m, onde Joaquim Pinheiro conseguiu os mínimos para os Jogos Olímpicos, mas foi apenas 4º classificado, com um tempo que o colocava no 7º lugar do ranking nacional do ano, insuficiente portanto para lhe garantir o passaporte para Seul.

Em Agosto realizaram-se as restantes provas, e os atletas leoninos conquistaram 6 títulos, com João Lima a ser Campeão pela 7ª vez nos 110m barreiras, Paulo Santos a obter o seu 5º titulo no Lançamento do Disco e Carlos Cunha a sagrar-se Campeão pela 4ª vez no Lançamento do Dardo.

Mas o grande destaque foi para as excelentes marcas dos velocistas Luís Barroso (20,66s nos 200m) e Pedro Agostinho (10,50s nos 100m), infelizmente com o vento acima do regulamentar. Já antes nos Campeonatos Ibero Americanos disputados no México, Barroso tinha feito 20,51s nos 200m, uma marca que também não foi homologada.

No entanto os Recordes Nacionais dos 100 e 200m viriam a cair ainda antes dos Jogos Olímpicos, com Pedro Agostinho a fazer 10,36s nos 100m e Luís Barroso a conseguir 20,81 nos 200m.

No sector feminino esta foi uma temporada relativamente pobre, com o Sporting a participar pela primeira vez na Taça dos Campeões Europeus de Atletismo, que se realizou no Estádio Nacional pois a organização tinha sido atribuída ao Benfica, que assim apesar de não ser o Campeão de Portugal, também participou na competição.

A prestação das atletas leoninas foi muito modesta, com a equipa a terminar no 15º lugar, apenas à frente dos representantes da Turquia e do Chipre, e com Teresa Machado a ser a única atleta a obter um lugar de honra, ao classificar-se no 3º lugar do concurso do Lançamento do Disco.

De resto esta foi uma época onde a jovem lançadora do Sporting continuou a evoluir, melhorando os seus Recordes Nacionais de Juniores e estabelecendo um novo Recorde Nacional absoluto do Lançamento do Peso em pista coberta, ultrapassando por duas vezes o velho Recorde de Adília Silvério que já durava à 13 anos.

No Lançamento do Disco Teresa Machado conseguiu um magnifico arremesso a 51,76m durante o Grande Prémio Correio da Manhã, uma marca que superava o velho Recorde Nacional de Adília Silvério que datava de 1979, mas nessa mesma competição Elisa Costa já tinha surpreendentemente feito ainda melhor. No entanto a passagem desse Recorde para as mãos de Teresa Machado seria apenas uma questão de meses.

Nos Campeonatos Nacionais o Sporting não foi além do 3º lugar, atrás do Benfica e do Braga, com as atletas leoninas a vencerem apenas 4 provas, 2 das quais à conta de Teresa Machado, que também ganhou pela primeira vez nesse ano os títulos de Campeã de Portugal dos lançamentos do Peso e do Disco.

Ainda nos Campeonatos de Portugal, Emília Tavares renovou o seu título dos 100m barreiras, e na corrida dos 1500m Fernanda Marques repetiu a vitória, que tinha obtido nos Nacionais, onde Sandra Barreiro foi a outra atleta leonina a ganhar uma prova, ao vencer os 100m barreiras, repetindo a vitória conseguida nos Campeonatos Regionais, onde o Sporting ficou em 2º lugar, atrás do Benfica, com apenas dois triunfos individuais, muito por culpa da ausência de Teresa Machado.

Vitórias do Clube

Taça dos Campeões Europeus de Corta Mato

Classificação por equipas

Classificação individual

Taça dos Campeões Europeus de Pista

Classificação por equipas (masculinos)

Classificações individuais (masculinos)

Classificação por equipas (femininos)

Classificações individuais (femininos)

Atletas Campeões Nacionais

Recordes Nacionais

Atletas em competições internacionais