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Edição atual desde as 17h27min de 28 de fevereiro de 2023

Agostinho é 8º no Tour e perde a Volta por doping

A consagração de Agostinho

A época começou com Joaquim Agostinho e Leonel Miranda a fazerem um estágio em França junto da equipa da Frimatic, comandada por Jean de Gribaldy, um homem que viria a ser determinante na carreira do melhor ciclista português de todos os tempos e que percebeu logo que estava ali um diamante em bruto, conseguindo que o Sporting autorizasse o "Tino", como carinhosamente chamava o ciclista português, a participar em algumas competições pela equipa francesa.

Inicialmente a ideia era levar Joaquim Agostinho à Volta à Suíça, mas tal não foi possível pelo que a alternativa foi a Volta ao Luxemburgo, onde o português discutiu a vitória embora tenha acabado no 12º lugar, mas as indicações dadas por um ciclista sem nenhuma experiência foram mais do que suficientes para Gribaldy o levar ao Tour, uma prova onde até à data apenas dois portugueses tinham tido a possibilidade de participar.

A estreia de Joaquim Agostinho na Volta à França foi verdadeiramente espantosa. Ganhou duas etapas, brilhou no contra relógio e terminou no 8º lugar da geral, sendo na altura comparado a um cavalo selvagem que pedalava à louca e que tinha uma força que ele mesmo desconhecia, embora também tivesse algumas limitações técnicas e muita inexperiência.

A 32ª Volta a Portugal foi uma das mais discutidas de sempre, mas também uma da mais polémicas. Tudo começou com um boicote dos ciclistas que adotaram um ritmo de passeio nas primeiras etapas, até chegarem a acordo com a organização no que diz respeito aos prémios e ás médias exigidas. Assim a competição a sério só começou verdadeiramente no Porto, mas foi nas Caldas da Rainha que as posições se começaram a definir, com o benfiquista Fernando Mendes a arrebatar a Camisola Amarela, perfilando-se como o principal rival de Joaquim Agostinho que já era considerado o grande favorito, embora Joaquim Andrade do Sangalhos e Mário Silva do FC Porto, também ainda estivessem na corrida.

Na etapa da Serra da Estrela tudo ficou ainda mais baralhado, com a vitória de Mário Silva, enquanto Fernando Mendes fraquejava um bocadito, o que permitiu a Joaquim Andrade subir à liderança da prova, o que no entanto só aconteceu porque Joaquim Agostinho furou quando já ia isolado a caminho da meta e da Camisola Amarela. Mesmo assim terminou a etapa na 3ª posição e ficou no 4º lugar da geral, a apenas 33 segundos do homem do Sangalhos, pelo que a decisão final ficou marcada para o contra relógio do último dia.

Na prova da verdade Joaquim Agostinho percorreu os 35 Km ente Vila Franca de Xira e Lisboa a um ritmo alucinante, não dando nenhumas hipóteses à concorrência, deixando Andrade a 1, 19m, Mendes a 2,21m e Silva a 3,05m, sendo recebido em apoteose no Estádio José Alvalade. Poucos dias depois deu-se o golpe de teatro, com Agostinho a ser acusado de doping e o Sporting a alegar irregularidades no controle efetuado. De acordo com os regulamentos em vigor foi aplicada uma penalização de 15 minutos ao ciclista, pelo que Joaquim Agostinho caiu para a 7ª posição da Geral e o Sporting desceu ao 2º lugar da classificação por equipas.

Perante isto Firmino Bernardino acabou por ser o melhor corredor leonino na classificação final, ocupando o 4º lugar, enquanto Leonel Miranda ganhou 6 etapas e foi o grande vencedor da classificação por Pontos, numa competição onde Emiliano Dionísio venceu os três circuitos em disputa, ele que tinha ganho o Porto-Lisboa desse ano.

O resto da época não foi propriamente brilhante para a equipa do Sporting, que em muitas provas se viu amputada dos seus dois melhores ciclistas, em virtude das participações destes em diversas corridas no estrangeiro.

To-mane (discussão) 16h27min de 19 de janeiro de 2022 (WET)

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