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| Assim foi suspenso e acabou por ser cedido ao Atlético, mas depois voltou a emigrar quando se envolveu numa história rocambolesca, que meteu uma condenação por alegada violação, que refutou acusando os dirigentes do Sporting de lhe terem armado uma cilada, e uma fuga para Espanha e depois para Marrocos, onde adquiriu o estatuto de exilado político e ainda jogou e brilhou em Tânger, ao ponto de ser convidado por emissários do Rei a converter-se muçulmano e a mudar de nome e nacionalidade, o que não aceitou. | | Assim foi suspenso e acabou por ser cedido ao Atlético, mas depois voltou a emigrar quando se envolveu numa história rocambolesca, que meteu uma condenação por alegada violação, que refutou acusando os dirigentes do Sporting de lhe terem armado uma cilada, e uma fuga para Espanha e depois para Marrocos, onde adquiriu o estatuto de exilado político e ainda jogou e brilhou em Tânger, ao ponto de ser convidado por emissários do Rei a converter-se muçulmano e a mudar de nome e nacionalidade, o que não aceitou. |
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− | [[Image:Carlos Gomes_1.jpg|thumb|right| <center>Com [[João Morais]] e [[Hilário]]</center>]] | + | [[Image:Carlos Gomes_1.jpg|thumb|right| <center>Com [[João Morais]] e [[Hilário Conceição|Hilário]]</center>]] |
| Actuava quase sempre de preto e um dia explicou porquê a um jornalista espanhol: «Visto-me de preto, pois enquanto o futebol português estiver nas mãos dos doutores, está de luto.» | | Actuava quase sempre de preto e um dia explicou porquê a um jornalista espanhol: «Visto-me de preto, pois enquanto o futebol português estiver nas mãos dos doutores, está de luto.» |
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Edição atual desde as 08h38min de 13 de dezembro de 2020
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Dados de Carlos Gomes |
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Nome |
Carlos António do Carmo Costa Gomes
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Nascimento |
18 de Janeiro de 1932
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Naturalidade |
Barreiro - Portugal
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Posição |
Futebolista (guarda-redes)
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Escalão
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Época
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Clube
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Jogos
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Golos
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Titulos
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Internacionalizações
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JUV |
JUN |
ESP |
BB |
AA |
Golos
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2ª Divisão |
1949/50 |
Barreirense |
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1ª Divisão |
1950/51 |
SPORTING |
7 |
-7 |
Campeonato Nacional |
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1ª Divisão |
1951/52 |
SPORTING |
34 |
-48 |
Campeonato Nacional |
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1ª Divisão |
1952/53 |
SPORTING |
31 |
-30 |
Campeonato Nacional |
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1ª Divisão |
1953/54 |
SPORTING |
34 |
-40 |
Campeonato Nacional Taça de Portugal |
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3 |
-1
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1ª Divisão |
1954/55 |
SPORTING |
30 |
-32 |
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3 |
?
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1ª Divisão |
1955/56 |
SPORTING |
28 |
-36 |
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3 |
?
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1ª Divisão |
1956/57 |
SPORTING |
29 |
-32 |
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6 |
-10
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1ª Divisão |
1957/58 |
SPORTING |
27 |
-20 |
Campeonato Nacional |
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3 |
-6
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1ª Divisão |
1958/59 |
Granada |
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1ª Divisão |
1959/60 |
Oviedo |
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1ª Divisão |
1960/61 |
Oviedo |
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1ª Divisão |
1961/62 |
Atlético |
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1962/63 |
Ittihad de Tanger |
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1963/64 |
Ittihad de Tanger |
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1964/65 |
Ittihad de Tanger |
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Total = |
220 |
-245 |
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18 |
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Genial e polémico são os dois adjectivos que mais vezes encontramos associados a Carlos Gomes, para muitos o melhor guarda-redes português de todos os tempos.
Um atleta de eleição ao serviço do Sporting
Oriundo do Barreirense onde se apaixonou pelo "oficio" a ver as defesas de Francisco Silva o suplente de João Azevedo na Selecção Nacional, foi contratado pelo Sporting quando tinha apenas 18 anos, demonstrando logo aí toda a sua irreverência, ao contestar o facto de lhe colocarem a transferência como um dado adquirido, exigindo mais dinheiro e acabando assim por receber 50 contos em vez dos 10 que lhe propunham.
Chegado ao Sporting foi suplente do grande João João Azevedo durante um ano, mas aos 19 anos a camisola número 1 já era sua. Durante os oito anos que esteve no Clube conquistou 5 Campeonatos Nacionais e uma Taça de Portugal, tornando-se numa das principais figuras da equipa.
Chegou à Selecção Nacional em 1953, estreando no Jamor em jogo particular no qual Portugal derrotou a África do Sul por 3-1, sucedendo a Barrigana na baliza portuguesa, da qual passou a ser o dono apesar da concorrência de Costa Pereira, totalizando 18 internacionalizações que poderiam ter sido muitas mais se não tivesse saído do Sporting.
Num dos seus voos lendários
Homem polémico, rebelde, irreverente e contestatário à ditadura vigente na altura em Portugal, o que lhe custou alguns dissabores, acabou por sair do Sporting em 1958 quando tinha apenas 26 anos, na sequência de novas exigências financeiras que os dirigentes leoninos, alguns deles ligados ao regime e já fartos de o aturar, não satisfizeram.
Transferiu-se então para o Granada a troco de 300 contos e um jogo a disputar no Estádio José Alvalade, assinando na altura um documento onde se comprometia a só jogar no Sporting em caso de regresso a Portugal.
Um ano depois transferiu-se para o Oviedo numa altura em que se chegou mesmo a falar no interesse do Real Madrid, do Barcelona e até de clubes italianos.
O seu regresso a Alvalade esteve várias vezes em cima da mesa, principalmente depois do Sporting ter perdido um campeonato num jogo onde Octávio de Sá foi particularmente infeliz. Nessa altura chegou mesmo a vir a Lisboa e a disputar um jogo particular na baliza dos Leões, mas não houve acordo, nem com o Oviedo que exigia 1,2 milhões de pesetas para o libertar, nem com o jogador que terá pedido 100 contos por ano e uma festa de despedida e assim a transferência gorou-se. Pouco depois esteve para ir para o Salgueiros, mas suspeitando que o Benfica estaria por de trás da história, o Sporting fez prevalecer os seus direitos e assim Carlos Gomes ficou no Oviedo.
Em Junho de 1961 chegou a acordo com o Sporting para regressar a Alvalade, assinando um contrato válido por 3 temporadas, mas chegou com peso a mais e cometeu algumas infracções disciplinares, ao mesmo tempo que acusou o Clube de não cumprir a clausula contratual que previa a realização de um jogo de homenagem cuja receita reverteria a seu favor.
Assim foi suspenso e acabou por ser cedido ao Atlético, mas depois voltou a emigrar quando se envolveu numa história rocambolesca, que meteu uma condenação por alegada violação, que refutou acusando os dirigentes do Sporting de lhe terem armado uma cilada, e uma fuga para Espanha e depois para Marrocos, onde adquiriu o estatuto de exilado político e ainda jogou e brilhou em Tânger, ao ponto de ser convidado por emissários do Rei a converter-se muçulmano e a mudar de nome e nacionalidade, o que não aceitou.
Actuava quase sempre de preto e um dia explicou porquê a um jornalista espanhol: «Visto-me de preto, pois enquanto o futebol português estiver nas mãos dos doutores, está de luto.»
Só em 1963 ficou livre do contrato com o Sporting, mas condenado a 11 anos de prisão, manteve-se pelo norte de África tornando-se treinador dois anos depois, passando também pela Argélia e pela Tunísia.
Mais tarde radicou-se em Espanha onde possuía negócios, regressando a Portugal em 1983.
Faleceu a 17 de Outubro 2005 com 73 anos.
To-mane 15h11min de 11 de Março de 2009 (WET)