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Revisão das 20h40min de 24 de agosto de 2017

Chegam os "moçambicanos": A segunda Taça de Portugal

O Basquetebol do Sporting sofreu novamente uma forte renovação, o que já acontecia pela segunda época consecutiva. à partida, esta falta de estabilidade prenunciava dificuldades, mas o retorno do técnico prof. Hermínio Barreto, um histórico do Sporting e um dos maiores estudiosos nacionais do basquetebol em Portugal, foi um factor positivo.

Jogo contra o Benfica

Hermínio Barreto preparou-se para lançar as bases para uma equipa de futuro, e assim, o objectivo não foi logo vencer competições, não se incutindo um cunho competitivo logo de início. Este era o método mais benéfico para o Clube a longo prazo, mas não foi bem entendido pela massa associativa e até pela Direcção, num contexto de reestruturação da vida nacional a que os clubes não foram poupados.

Com tudo isso, o trabalho de Hermínio Barreto ficou um pouco desamparado. A secção, que era autónoma em termos de gestão financeira, sem apoio do Clube, não conseguiu ter um director que fizesse a ponte com a direcção. Na prática, Hermínio Barreto fez esse papel, comunicando directamente com o presidente João Rocha. Mesmo assim, o ginásio que tinha disponível em Alvalade foi retirado em benefício do Karaté, levando a acabar com o escalão de iniciados. O objectivo da época foi simplesmente de conseguir manter a actividade, na esperança que a situação melhorasse no futuro. Esse objectivo acabou largamente ultrapassado.

Gregg Morris, que se tinha lesionado gravemente na época anterior, não voltou, e na realidade o Sporting começou a época sem nenhum jogador norte-americano, algo já pouco comum. No entanto, vieram diversos jogadores de Moçambique, numa altura em que muitos portugueses estavam a retornar das agora ex-colónias depois do 25 de Abril e no decorrer do processo de descolonização. O primeiro foi Lobo, um jogador muito influente na equipa durante o Campeonato de Lisboa. Seguiram-se Rui Pinheiro, Mário Albuquerque e Tomané em fins de Dezembro, já com o Campeonato Nacional a decorrer. A vinda deste jogadores do Sporting Clube de Lourenço Marques marcou o início de uma nova era no basquetebol nacional.

Assim, o Sporting ganhou os quatro primeiros jogos do Campeonato Regional. Chegou ao 5º jogo em igualdade de pontos com os representantes dos bairros de Algés e de Benfica, perdendo então contra o primeiro e vencendo o segundo na 6ª jornada. Com seis vitórias e uma derrota, foi necessária uma finalíssima contra o Benfica, que o Sporting perdeu.

O início do Campeonato Nacional foi periclitante, com algumas derrotas a comprometerem a época. Com a chegada dos moçambicanos a equipa ganhou uma nova dimensão, e diversos jogadores anteriormente titulares deixaram de jogar. O Sporting foi recuperando, mas não foi o suficiente para ganhar. Isto foi em parte devido a que a adaptação dos novos jogadores à realidade continental não foi tão rápida como desejada, apesar do bom acolhimento na equipa.

A Taça de Portugal foi disputada no fim da época, como de costume, e aí o renovado Sporting mostrou toda a sua nova classe, ganhando a final frente ao Benfica. Era a segunda Taça de Portugal do basquetebol leonino, e o início de uma idade de ouro.

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