Diferenças entre edições de "Atletismo 1992"

Revisão das 09h47min de 28 de outubro de 2015

Campeões Europeus de Corta Mato pela 12ª vez

Campeões Europeus de Corta Mato pela 12ª vez

A época de 1992 marcou uma viragem na política de investimento no Atletismo do Sporting, com uma clara aposta no reforço das equipas leoninas, com o objectivo de voltar a ganhar tudo e não apenas as competições do Corta-Mato.

Já na temporada anterior tinha sido possível assegurar o concurso de Filipe Lombá e João Junqueira dois atletas que vieram do Benfica, e desta vez o Sporting garantiu o regresso de Carlos Monteiro e reforçou a equipa feminina com jovens de qualidade como Carla Sacramento, Marina Bastos e Mónica Sousa, entre outras.

No entanto os resultados não foram os esperados e a época acabou por ser decepcionante, mesmo no Corta-Mato, apesar de ter começado com uma vitória no Crosse de Matos Velhos e da conquista da 12ª Taça dos Campeões Europeus que se disputou em Alicante na Espanha.

Para além disso Carlos Monteiro e Domingos Castro tiveram boas prestações no estrangeiro, onde o primeiro ganhou o Crosse de Nice e foi 3º no Crosse de Sin le Noble, ambos disputados em França e foi o 4º classificado e o melhor europeu no Crosse da Constituição nos arredores de Madrid, no Crosse Quinta de Parayas em Santander e no Crosse Itálica, onde Domingos Castro foi 6º classificado, ele que depois obteve um 4º lugar no Crosse Internacional de Llodio e um 2º lugar no Memorial Juan Muguerza em Espanha, numa altura em que estas provas eram completamente dominadas pelos atletas africanos.

A nível interno o Sporting apresentou-se nos Campeonatos Regionais com uma equipa de 2ª linha, pelo que não foi além de um 3º lugar, com António Monteiro a ser o melhor atleta leonino, ao terminar a prova na 5ª posição.

As senhoras pelo contrário conseguiram um saboroso triunfo nestes Regionais, conquistando um título que já escapava ao Sporting à 12 temporadas, e que era fruto do reforço da equipa feminina.

Nos Campeonatos Nacionais a equipa do Sporting que se apresentou desfalcada pela ausência de Carlos Monteiro, teve um dia mau com as desistências de Eduardo Henriques e dos Gémeos Castro, que a relegaram para um pouco habitual 3º lugar da classificação colectiva.

Individualmente o jovem Paulo Guerra foi o melhor atleta do Sporting, terminando a prova em 7º lugar, enquanto Alberto Maravilha (10º), Carlos Patrício (13º), João Junqueira (16º) e Alfredo Brás (17º), foram os restantes elementos da equipa que concluíram os 12 quilómetros da prova, que se realizou na Quinta dos Jós em Navarra, perto de Braga.

Uma lesão afastou Carlos Monteiro dos Mundiais de Corta Mato que se disputaram em Boston, onde Domingos Castro foi o melhor atleta português e o 3º melhor europeu, ao concluir a prova no 11º lugar, um resultado positivo numa corrida que terminou com 7 africanos entre os 10 primeiros classificados.

Na pista coberta os atletas leoninos apenas conquistaram 4 títulos, todos no sector feminino, com natural destaque para Carla Sacramento que para além de se ter sagrado Campeã de Portugal nos 800 e 1500m, esteve presente nos Campeonatos da Europa onde foi 4ª classificada na corrida dos 800m, com um novo Recorde Nacional. Eram os primeiros sinais daquela que seria uma grande época para esta atleta, que no final do ano foi justamente distinguida com o Prémio Stromp.

Para além disso Teresa Machado continuou a pulverizar o Recorde Nacional do Lançamento do Peso, especialidade onde foi mais uma vez Campeã de Portugal garantindo um lugar nos Campeonatos da Europa de pista coberta, onde António Monteiro também marcou presença.

Na Estrada a época começou com uma vitória de Dionísio Castro no Grande Prémio de Pevidém, seguindo-se novos triunfos no Grande Prémio do Natal, onde Carla Sacramento foi a vencedora da corrida feminina, enquanto a bielorrussa Ekaterina Khramenkova ganhou a Meia Maratona de Vila Franca de Xira, a São Silvestre de Alcântara, o Grande Prémio dos Reis e o Grande Prémio BNU, onde Dionísio Castro foi o vencedor da corrida masculina.

O Campeonato Nacional de Estrada não se realizou, pelo que a tradicional Estafeta Cascais-Lisboa voltou a ser a prova principal do calendário nacional e que nesta época foi alargada ao sector feminino, com o Sporting Clube de Portugal a ganhar esta primeira edição, com uma equipa formada por Marina Bastos, Lassalette Mineiro, Ekaterina Khramenkova, Teresa Nunes e Carla Sacramento, o mesmo acontecendo com os homens que somaram mais uma vitória nesta competição, com uma equipa constituída por Paulo Estiveira, Raimundo Santos, Domingos Castro, João Junqueira e António Monteiro.

Em Maio Carlos Patrício, Dionísio Castro, Alberto Maravilha, Carlos Monteiro e Domingos Castro, juntamente com o benfiquista Juvenal Ribeiro, formaram a Selecçao Nacional que ficou no 2º lugar da 1ª edição do Campeonato Mundial de Estafetas, que se disputou no Funchal, onde naturalmente o Quénia foi Campeão.

A época de Pista começou com vitórias da equipa feminina dos 4x100m nos Campeonatos de Portugal de Estafetas e de Domingos Castro no Campeonato Ibérico dos 10000m, mas nas provas colectivas verificou-se que o esforço para reforçar as equipas, ainda não fora o suficiente para ganhar ao Benfica.

Nos Campeonatos Regionais o Sporting ficou em 2º lugar nas duas competições, tendo no sector masculino obtido apenas dois títulos, por intermédio de António Peixoto no Lançamento do Martelo e Rui Barros no Salto em Comprimento, o mesmo acontecendo no sector feminino, com as vitórias a caberem a Sandra Barreiro nos 100m barreiras e Lucinete Sousa nos 10000m.

Nos Campeonatos Nacionais houve um maior equilíbrio, mas mesmo assim no sector masculino o Benfica ganhou com uma vantagem de 30 pontos, conquistando 13 vitórias contra 5 dos atletas leoninos, obtidas por António Monteiro nos 5000m, Carlos Patrício nos 10000m, João Junqueira nos 3000m obstáculos, António Peixoto no Lançamento do Martelo e Rui Barros no Salto em Comprimento.

No sector feminino a discussão foi taco a taco, com o Benfica a ganhar com 5 pontos de vantagem, mas o Sporting teria sido o vencedor não fosse um azar de Sandra Barreiro, que foi desclassificada ao derrubar uma barreira numa prova em que normalmente seria a vencedora, mas assim não pontuou.

Carla Sacramento (800m e 1500m) e Teresa Machado (Peso e Disco) foram as grandes figuras da equipa, com duas vitórias para cada uma, mas Marina Amoroso nos 3000m e Rita Silva nos 3 Km marcha, também foram as vencedoras nas suas especialidades.

Nos Campeonatos de Portugal os atletas do Sporting conquistaram 3 títulos no sector masculino e 4 no sector feminino, com destaque para Sandra Barreiro que igualou pela segunda vez nesta temporada o Recorde Nacional dos 100m barreiras e para Teresa Machado que voltou a ganhar dois títulos, que no caso do Lançamento do Disco era a 4ª vez, enquanto no Lançamento do Peso já ia na sua 5ª vitória consecutiva.

Em ano de Jogos Olímpicos o Atletismo leonino conseguiu colocar 7 atletas em Barcelona, onde naturalmente que os Gémeos Castro eram as principais figuras da delegação portuguesa.

Dionísio tinha resolvido apostar na Maratona depois de na sua estreia em Roterdão ter obtido um 5º lugar, com a excelente marca de 2,11,54h, mas em Barcelona desistiu.

Domingos que tinha uma das melhores marcas mundiais do ano nos 10000m, com o tempo de 27,39,03m, obtido no Meeting de Oslo, também começou mal desistindo logo na eliminatória, o que o levou a apostar nos 5000m, prova em que conseguiu chegar à Final, onde não foi além de um 11º lugar.

Igualmente decepcionante foi a prestação de Teresa Machado, que no Disco conseguiu apenas um lançamento e abaixo dos 50 metros, dando uma pálida imagem do seu valor, ela que nessa época tinha fixado o Recorde Nacional da especialidade em 63,48m.

João Junqueira, Carlos Monteiro e Raimundo Santos tiveram prestações que podem ser consideradas normais para atletas de quem não se esperavam grandes feitos.

Em destaque esteve Carla Sacramento que melhorou os Recordes Nacionais dos 800 e 1500m, de que se tinha apossado nessa temporada, chegando às meias finais de ambas as corridas, confirmando-se assim como uma atleta de grande futuro, ela que poucos dias depois dos Jogos conseguiu melhorar o seu Recorde dos 1500m, no Meeting do Mónaco.

No Mundial de Juniores Cristina Morujão também teve uma prestação meritória, classificando-se no 5º lugar do concurso do Salto em Comprimento, ela que tinha sido 4ª na fase de qualificação, com um salto de 6,26m, que lhe teria dado a Medalha de Bronze na Final.

To-mane 17h57min de 10 de Janeiro de 2013 (WET)

Vitórias do Clube

Taça dos Campeões Europeus de Corta Mato

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