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José Travaços nasceu na Quinta do Lumiar perto de dois famosos campos de futebol e de uma carreira de tiro, onde chegou a trabalhar, pelo que é fácil perceber as origens das suas duas grandes paixões: a caça e o futebol.
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José Travaços (por vezes escrito Travassos) nasceu na Quinta do Lumiar perto de dois famosos campos de futebol e de uma carreira de tiro, onde chegou a trabalhar, pelo que é fácil perceber as origens das suas duas grandes paixões: a caça e o futebol.
  
 
Com 13 anos começou a trabalhar numa oficina de torneiro, mas o seu sonho era jogar no Sporting, onde foi tentar a sua sorte. Como era muito franzino, [[Joseph Szabo]] mandou-o comer bacalhau com batatas.
 
Com 13 anos começou a trabalhar numa oficina de torneiro, mas o seu sonho era jogar no Sporting, onde foi tentar a sua sorte. Como era muito franzino, [[Joseph Szabo]] mandou-o comer bacalhau com batatas.

Revisão das 14h23min de 17 de abril de 2010

Dados de Travassos Travaços.jpg
Nome José António Barreto Travaços
Nascimento 22 de Fevereiro de 1926
Naturalidade Lisboa - Portugal - 
Posição Médio de ataque ou avançado
Escalão Época Clube Jogos Golos Titulos Internacionalizações
JUV JUN ESP BB AA Golos
Seniores 1944/45 CUF
Seniores 1945/46 CUF
Seniores 1946/47 Sporting 32 18 Campeonato Nacional
Campeonato de Lisboa
5 2
Seniores 1947/48 Sporting 28 16 Campeonato Nacional
Taça de Portugal
3 0
Seniores 1948/49 Sporting 27 16 Campeonato Nacional 4 0
Seniores 1949/50 Sporting 14 4 4 2
Seniores 1950/51 Sporting 29 11 Campeonato Nacional 4 0
Seniores 1951/52 Sporting 34 13 Campeonato Nacional 1 0
Seniores 1952/53 Sporting 13 4 Campeonato Nacional 1 1
Seniores 1953/54 Sporting 28 15 Campeonato Nacional
Taça de Portugal
2 0
Seniores 1954/55 Sporting 30 6 4 1
Seniores 1955/56 Sporting 21 3 4 0
Seniores 1956/57 Sporting 15 3 2 0
Seniores 1957/58 Sporting 24 9 Campeonato Nacional 1 0
Seniores 1958/59 Sporting 17 4
Total = 312 122 35 6
José Travaços

José Travaços (por vezes escrito Travassos) nasceu na Quinta do Lumiar perto de dois famosos campos de futebol e de uma carreira de tiro, onde chegou a trabalhar, pelo que é fácil perceber as origens das suas duas grandes paixões: a caça e o futebol.

Com 13 anos começou a trabalhar numa oficina de torneiro, mas o seu sonho era jogar no Sporting, onde foi tentar a sua sorte. Como era muito franzino, Joseph Szabo mandou-o comer bacalhau com batatas.

Aos 16 anos de idade conseguiu um emprego na CUF, que dava prioridade aos jogadores de futebol, e foi lá que se começou a destacar despertando o interesse dos grandes clubes.

A sua vinda para o Sporting foi precedida de alguns episódios rocambolescos, com o FC Porto a perder a corrida apenas porque falou mais alto o sportinguismo do jogador.

Estávamos em 1946 quando um emissário do FC Porto contactou José Travaços, com o qual chegou a um acordo de principio. Ao tomar conhecimento da situação Sporting escondeu o jogador em Torres Vedras, enquanto tentava o acordo com a CUF, mas uma distracção quase fatal permitiu que os portistas raptassem o craque e o levassem para o norte. Enquanto aguardava o desenlace da situação Travaços respondeu aos apelos do seu coração e resolveu informar os dirigentes leoninos da sua localização, e assim poucos dias depois recebeu um telegrama que o convocava para a inspecção militar, mas que não era mais do que uma forma de o fazer regressar a Lisboa, onde em vez de ir para a tropa foi para o Sporting.

Assinou então um contrato com os Leões a troco de 20 contos e de um ordenado de 700 escudos por mês, e como a CUF para o libertar o tinha despedido, arranjaram-lhe outro emprego. Mais tarde, em 1950 o Sporting financiaria o lançamento de uma empresa de frigoríficos, que Travaços abriu em sociedade com o seu amigo Vasques.

Logo na sua primeira época de Leão ao peito justificou completamente a contratação, e entrou para a história dos derbys ao marcar três golos ao Benfica, num jogo do Campeonato em que o Sporting goleou o seu grande rival por 6-1. Foi também por essa altura que chegou à Selecção Nacional, onde contabiliza 35 presenças e 6 golos marcados.

Jogador completo de grande regularidade e eficácia, era um trabalhador incansável e tornou-se no “motor” da célebre linha avançada que ficou conhecida como os Cinco Violinos, conquistando oito Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal e um Campeonato de Lisboa ao serviço do Clube onde jogou até 1959, realizando cerca de 450 jogos, 312 dos quais oficiais, em que marcou 122 golos, que no total foram quase 200. Números verdadeiramente impressionantes para um jogador que era mais um médio ofensivo do que um avançado propriamente dito, e que teve várias lesões graves ao longo da sua carreira, que o deixaram sem três meniscos.

O Zé da Europa

Tornou-se no primeiro jogador português a actuar numa Selecção da Europa, quando, a 13 Agosto de 1955 em Belfast, participou no jogo comemorativo dos 75 anos da Federação Irlandesa, numa altura em que este tipo de eventos eram raros. A partir desse dia, ficou conhecido como o “Zé da Europa”.

Quando recebeu a convocatória já estava de férias na Costa da Caparica, retomando então os treinos por conta própria, e levando muito a sério o jogo, onde foi considerado um dos melhores em campo, tendo tido influência directa em dois golos com que a sua equipa ganhou por 4-1 à Inglaterra, o que motivou um agradecimento especial da UEFA, dirigido a FPF.

No Sporting chegou a Capitão da equipa após o abandono de Passos, funções que já desempenhava quando o madeirense não jogava, e encerrou a sua carreira em 1959, após 13 temporadas ao serviço do Clube, passando então a treinar os juniores, tarefa que acabou por abandonar para se poder dedicar à caça, a sua outra grande paixão. Assim se perdeu aquele que poderia ter sido também um grande treinador.

Faleceu a 12 de Fevereiro de 2002 à beira dos 76 anos.

To-mane 16h53min de 18 de Março de 2009 (WET)