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(O Projecto Roquete: pequena correcção)
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Revisão das 17h16min de 21 de junho de 2011

A Assembleia Geral é o órgão máximo do Sporting Clube de Portugal sendo composta por todos os sócios efectivos no pleno gozo dos seus direitos e admitidos há pelo menos doze meses, e é nela que devem ser discutidas e decididas todas as grandes directrizes da vida do Clube.

As Assembleias-Gerais reúnem-se ordinariamente nos períodos estabelecidos pelos Estatutos, para se aprovarem os orçamentos e relatórios de contas, ou para a realização de eleições para os Órgãos Sociais do Clube, ou extraordinariamente sempre que se cumpram os pressupostos previstos nos Estatutos para tal efeito, sendo que em ambos os casos podem ser comuns ou eleitorais.

Conheça todas as directivas pelas quais a Assembleia Geral se rege: Os Estatutos de 1996.

Os primeiros anos

No dia 8 de Maio de 1906 reuniu-se a primeira Assembleia Geral do Clube, onde foi eleita a Direcção presidida pelo Visconde de Alvalade, e foram instituídas as primeiras normas clubísticas, atribuídos privilégios aos dez sócios fundadores principais, e formulado o histórico voto "Queremos um Clube tão grande como os maiores da Europa".

Inicialmente o Clube era para se chamar Campo Grande Sporting Clube, mas na Assembleia Geral de 1 de Julho de 1906, por sugestão de António Félix da Costa Júnior, tomou o nome de Sporting Clube de Portugal.

Os primeiros Estatutos do Sporting Clube de Portugal, foram aprovados pelo Governo Civil de Lisboa no dia 22 de Agosto de 1907, e no seu Capitulo X, entre outras disposições estabelecia-se a composição da Mesa, e já se previam as Assembleias Gerais ordinárias e extraordinárias, sendo que as primeiras deveriam realizar-se anualmente, servindo para a Direcção apresentar o relatório e as contas da sua gerência e para se elegerem os Órgãos Sociais do Clube para o ano seguinte.

No entanto apenas no dia 4 de Janeiro de 1910, data em que foi empossada a nova Direcção, foi também eleita a primeira Mesa da Assembleia Geral, simultaneamente com o primeiro Conselho Fiscal e o primeiro Conselho Técnico do Clube.

Assim o Visconde de Alvalade que já tinha sido o primeiro Presidente do Sporting Clube de Portugal, tornou-se também no primeiro Presidente da Mesa da Assembleia Geral, que era composta ainda pelo vice-presidente: Dr. Pedro de Lacerda e pelos 1º secretário: António Dinis e 2.° secretário: Eduardo Quintela de Mendonça.

O poder dos Conselhos

Durante cerca de 40 anos a Assembleia-Geral do Sporting Clube de Portugal funcionou sem grandes alterações em relação ao inicialmente instituído, mas crescimento do Clube com o significativo aumento do numero de sócios, as alterações politicas e sociais entretanto ocorridas no País e na Europa, e as tradições marcadamente elitistas do Sporting, influenciaram decisivamente os novos Estatutos aprovados em 29 de Outubro de 1947, com destaque para a introdução do Conselho Geral, que passava a ter a competência de indicar os Presidentes da Assembleia Geral, da Direcção e do Conselho de Fiscalização, Contencioso e Sindicância, que só posteriormente eram ratificados pelos sócios, em reunião magna convocada para o efeito.

Em 1968 foram aprovados novos estatutos, onde se introduziram importantes alterações, extinguindo-se o Conselho Geral e Conselho dos Presidentes, que entretanto tinha sido criado, surgindo então o Conselho Leonino, que herdou a competência de indicar os Presidentes da Assembleia Geral, da Direcção e do Conselho Fiscal. Nestes estatutos foi também criado um regime de diferenciação entre os sócios efectivos, em função do tipo de quota que pagavam, ao mesmo tempo que se admitia a licitude de sócios efectivos e maiores de 21 anos, no gozo dos seus direitos e dispondo de um mínimo de 500 votos, organizarem listas candidatas aos Órgãos Sociais do Clube, que passaram a ter mandatos com a duração de dois anos.

Depois do 25 de Abril

Apesar da Revolução do 25 de Abril de 1974 que trouxe a Democracia a Portugal, o Sporting atravessou esse atribulado período da história do nosso País, de uma forma relativamente tranquila, beneficiando do "estado de graça" de um Presidente carismático como foi João Rocha, e apenas no dia 11 de Setembro de 1981, foi aprovada uma alteração estatutária que implicava que para além dos candidatos à Presidência dos Órgãos Sociais do Clube, indigitados pelo Conselho Leonino, todos os outros membros propostos para integrarem esses Órgãos, fossem sujeitos individualmente à aprovação dos sócios, na Assembleia Geral ordinária que acontecia bienualmente para esse efeito, sendo que as referidas atribuições do Conselho Leonino continuavam a não ser impeditivas de que sócios efectivos e agora maiores de 18 anos, no gozo dos seus direitos e dispondo de um mínimo de 1000 votos, organizassem listas diferentes para submeter à Assembleia-Geral.

Assim no dia 26 de Fevereiro de 1982 mais de 800 sócios do Sporting Clube de Portugal elegeram pela primeira vez os Órgãos Sociais do Clube, de acordo com a revisão estatutária aprovada no ano anterior. Os Presidentes da Assembleia-Geral: Emídio Pinheiro, da Direcção: João Rocha e do Conselho Fiscal: Nunes dos Santos, foram reeleitos, assim como todos os restantes membros propostos pelo Conselho Leonino, mantendo-se a tradição da ausência de candidaturas alternativas.

As eleições de 1984

Na Assembleia Geral de 9 de Março de 1984 foram aprovados os décimos Estatutos do Sporting Clube de Portugal, que definem novas categorias de sócios, atribuindo aos sócios efectivos, por cada decénio de inscrição ininterrupta, mais três votos, para efeitos de votação nas Assembleias Gerais, de requerimento da sua convocação e de propositura de candidaturas.

Antiguidade N.º Votos
Até 1 ano 0
1 a 9 anos 1
10 a 19 anos 4
20 a 29 anos 7
30 a 39 anos 10
40 a 49 anos 13
50 a 59 anos 16
60 a 69 anos 19
70 a 79 anos 22
80 a 89 anos 25

No dia 5 de Junho de 1984 a Mesa da Assembleia-Geral anunciou em comunicado, que pela primeira vez fora apresentada uma candidatura para todos os corpos gerentes, diversa das listas que no exercício das funções estatutariamente consagradas, iriam ser submetidas a sufrágio pelo Conselho Leonino.

Assim a 29 de Junho de 1984 pela primeira vez há mais do que uma lista a concorrer às eleições para os órgãos sociais do Sporting Clube de Portugal, e o Presidente João Rocha é reeleito, derrotando de forma clara o candidato da oposição Marcelino Brito, numa Assembleia-Geral eleitoral na qual votaram 10422 sócios.

As eleições de 1986

Dois anos depois retomou-se a tradição da lista única proposta pelo Conselho Leonino, com Amado de Freitas a ser eleito Presidente do Sporting Clube de Portugal, numa Assembleia-Geral eleitoral realizada no dia 26 de Setembro de 1986, na qual votaram 8754 sócios.

As eleições de 1988

Órfãos de um líder carismático como tinha sido João Rocha e descontentes com o rumo que o Clube tinha tomado, os sócios do Sporting Clube de Portugal mobilizaram-se de uma forma nunca antes vista, para disputa eleitoral de 1988, onde para além do candidato proposto pelo Conselho Leonino, o Coronel António Figueiredo, concorreram António Simões, um gestor da firma Brás&Brás, que prometia um milhão de contos para investir no futebol, e Jorge Gonçalves, o popular "bigodes", que poucos meses antes tinha trazido Frank Rijkaard para o Sporting, e que agora garantia ter mais "unhas" para o Leão, prometendo reforçar fortemente a equipa de futebol do Sporting, para além de se propor a transformar o Conselho Leonino num mero órgão consultivo, reduzindo-lhe o numero de membros e retirando-lhe o poder de indigitar listas candidatas às eleições para os Órgãos Sociais do Clube.

Os resultados destas eleições foram reveladores da ânsia de mudança dos sócios leoninos, que deram a vitória a Jorge Gonçalves com 63,4% dos votos, contra 21,6% de António Simões e apenas 14,9% para António Figueiredo, numa Assembleia-Geral eleitoral realizada no dia 24 de Junho de 1988, na qual votaram 17093 sócios.

A redução dos poderes do Conselho Leonino

No dia 18 de Fevereiro de 1989 os sócios do Sporting Clube de Portugal aprovaram em Assembleia-Geral convocada para o efeito, uma importante alteração aos Estatutos do Clube, que previa a diminuição do numero de membros do Conselho Leonino para 30, e a redução de poderes deste órgão, que passava a ser meramente consultivo, deixando de ter o privilegio de indigitar listas candidatas às eleições para os Órgãos Sociais do Clube, abrindo-se assim o caminho para uma maior democratização da vida do Sporting.

As eleições de 1989

No meio de uma crise financeira nunca antes vista, e perante a demissão em bloco da Direcção liderada por Jorge Gonçalves, o Presidente da Mesa da Assembleia-Geral Sérgio Abrantes Mendes, convocou para o dia 23 de Junho de 1989, uma Assembleia-Geral eleitoral extraordinária, que mais uma vez foi extremamente concorrida, com a presença de 15299 sócios.

Pedro Santana Lopes surge como o candidato do consenso, que não seria possível encontrar, e assim avançam quatro listas concorrentes, tendo a escolha dos sócios leoninos recaído em Sousa Cintra, um empresário de sucesso, que apesar de ter entrado na corrida muito tarde, conseguiu recolher 64,3% dos votos, contra 25,2% de António Simões, que mais uma vez ficou no 2º lugar, e 10,2% de Jorge Gonçalves, que se viu fortemente penalizado pela sua gerência desastrada, mas mesmo assim conseguiu ficar à frente de Miguel Catela, que apenas teve 109 votos, que correspondiam a 0,17%, depois de ter sido alvo de graves acusações num manifesto dirigido aos sportinguistas.

Cintra sem oposição

A popularidade de Sousa Cintra permitiu-lhe ser reeleito por duas vezes sem oposição, em Assembleias-Gerais eleitorais realizadas em 1991 e 1993, nas quais marcaram presença respectivamente 5975 e 3088 sócios, com uma redução para quase metade dos votantes que já reflectia algum desencanto da parte dos sócios, em relação ao rumo que o Clube levava.

O Projecto Roquete

Terminado o ciclo de Sousa Cintra, o chamado "Projecto Roquete" foi recebido com entusiasmo pelos sócios leoninos, que elegeram novos Órgãos Sociais liderados por Miguel Galvão Teles, Pedro Santana Lopes e José Roquete, numa Assembleia-Geral eleitoral realizada no dia 3 de Junho de 1995, na qual marcaram presença 8856 sócios.

Viveu-se então um período de relativa estabilidade e sem oposição visível, o que permitiu que José Roquete o mentor do "projecto", que tinha começado por presidir ao Conselho Fiscal, fosse eleito como Presidente da Direcção, em Assembleia-Geral eleitoral extraordinária, realizada no dia 25 de Outubro de 1996, na qual marcaram presença 4432 sócios, para um mandato que pela primeira vez era alargado para três anos, vindo a ser reconduzido em 1999, ainda sem oposição, numa Assembleia-Geral eleitoral na qual participaram 6436 sócios.

A 12 de Julho de 2002 António Dias da Cunha que tinha assumido a Presidência do Clube depois da demissão de José Roquete, foi reconduzido na Presidência do Clube, após uma Assembleia-Geral eleitoral em que não teve oposição, e na qual participaram apenas 2456 sócios, o que já reflectia algum desencanto dos sócios, em relação a um projecto que ficara aquém das expectativas. Este mandato seria alargado para 4 anos para que Dias da Cunha pudesse ser o Presidente no ano do centenário, o que no entanto não viria a acontecer, porque ele se demitiu no dia 19 de Outubro de 2005.

As eleições de 2006

Quase 11 anos depois do arranque do Projecto Roquete, surgia finalmente uma oposição organizada à lista da continuidade, liderada por Filipe Soares Franco que foi reconduzido na Presidência do Sporting Clube de Portugal que já ocupava desde a demissão de Dias da Cunha, ao ganhar as eleições realizadas no dia 28 de Abril de 2006, nas quais participaram 8100 sócios, recolhendo 74,2% dos votos, contra 25,3% de Sérgio Abrantes Mendes e 0,6% de Guilherme Lemos, um antigo dirigente do Estrela da Amadora, completamente desconhecido dos sportinguistas, e que surpreendentemente se candidatou, apesar de se afirmar como um defensor do "Projecto Roquete", ao qual dizia querer dar seguimento.

Estas eleições ficaram essencialmente marcadas pela discussão à volta da reestruturação financeira defendida por Filipe Soares Franco, que previa a venda do património não desportivo do Clube (Edifício Visconde de Alvalade, Alvaláxia, Holmes Place e Clínica CUF), visando a redução do passivo para valores à volta dos 150 milhões €, ao qual se opunha de uma forma frontal o candidato Sérgio Abrantes Mendes, que tinha sido um dos primeiros sócios a manifestar-se contra o rumo do Clube na era do Projecto Roquete, defendendo a rotura total com esse passado recente do Sporting.

Resultados finais oficiais:

CONSELHO DIRECTIVO:

  • LISTA A – 74,2 % – 5949 sócios/ 39528 votos
  • LISTA B – 25,3 % – 2018 sócios/13469 votos
  • LISTA C – 0,6 % – 54 sócios/297 votos

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL:

  • LISTA A – 74,7 % – 5933 sócios/ 39539 votos
  • LISTA B – 24,3 % – 1915 sócios/12835 votos
  • LISTA C – 1,0 % – 107 sócios /527 votos

CONSELHO FISCAL E DISCIPLINAR:

  • LISTA A – 74,3 % – 5902 sócios/ 39319 votos
  • LISTA B – 25,0 % – 1982 sócios/ 13232 votos
  • LISTA C – 0,6 % – 69 sócios/ 336 votos

A Assembleia-Geral extraordinária de 29 de Maio de 2008

Depois de ter conseguido concretizar a venda do património não desportivo do Clube, Filipe Soares Franco planeava dar seguimento à reestruturação financeira que tinha idealizado, e nesse sentido convocou uma Assembleia-Geral extraordinária, que se realizou no dia 29 de Maio de 2008, na qual foram em conjunto, sujeitas à aprovação dos sócios as seguintes medidas:

  • Autorizar a venda da Sociedade Comércio e Serviços (SCS) à SAD;
  • Autorizar o trespasse da Academia do Sporting em Alcochete para a SAD;
  • Mandatar a direcção para propor e votar favoravelmente estas duas medidas na assembleia de accionistas da SAD e a emissão de obrigações (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis - VMOC's), no valor de 60 milhões de euros, por esta sociedade.

De acordo com a interpretação da Direcção, apenas o primeiro ponto em discussão, carecia da aprovação de uma maioria qualificada de dois terços dos votos dos associados do Sporting Clube de Portugal, no entanto Filipe Soares Franco foi logo avisando que a não aprovação destas medidas na sua totalidade, inviabilizaria o seu projecto, pelo que nesse caso levaria o seu mandato até ao fim, mas não estaria disposto a recandidatar-se à Presidência do Clube.

Assim o Presidente do Sporting desdobrou-se em sessões de esclarecimento e declarações à comunicação social, no sentido de explicar as suas propostas que envolviam uma serie de complexas engenharias financeiras, que segundo Soares Franco permitiriam ao Sporting reduzir o seu passivo para aproximadamente 139 milhões €, em cinco anos, e assim aumentar a competitividade desportiva do Clube.

Para isso seria necessário o trespasse da Academia Sporting/Puma para a Sporting Sociedade Desportiva de Futebol, SAD, por uma verba de cerca de 22 milhões €, vender a totalidade do capital detido pelo Clube, da Sporting Comércio e Serviços, SA (SCS), também à SAD, o que seria compensado com a emissão de Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC's), até ao montante de 60 milhões de euros, que no prazo máximo de cinco anos seriam convertidos em acções da Sporting SAD, a um valor nominal de 2 euros cada.

Mas de acordo com a oposição, as vendas previstas subavaliavam e empobreciam o já reduzido património do Sporting Clube de Portugal, e conversão das VMOC’s em acções da Sporting SAD, envolviam grandes riscos de perda da a maioria do capital social da SAD, pela parte do Clube.

Depois de muitas discussões, a dita Assembleia Geral realizou-se no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, onde 63,7% dos cerca de 1200 sócios do Sporting Clube de Portugal que marcaram presença, votaram favoravelmente às propostas da Direcção, não se atingindo assim dois terços necessários para dar vencimento à totalidade do projecto de Filipe Soares Franco.

As eleições de 2009

Apesar de muito pressionado para continuar, Filipe Soares Franco cumpriu o que havia dito e não se recandidatou, mas de imediato se perfilaram inúmeros candidatos a candidatos. Rogério Alves, Ferreira da Silva, Meneses Rodrigues, Carlos Barbosa e Carlos Barbosa da Cruz, foram alguns dos nomes falados, que nunca se chegaram a assumir como candidatos, ao contrário de Pedro Pinto Souto e Dias Ferreira, que viriam a desistir, o primeiro quando José Eduardo Bettencourt resolveu avançar, e o segundo a troco do lugar de Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, nas listas deste.

Do lado da oposição surgiu uma candidatura que teve a sua génese em movimentos nascidos na internet, que no entanto tiveram algumas dificuldades em organizar-se e principalmente para encontrarem um líder. O escolhido acabou por ser Paulo Pereira Cristóvão, um ex inspector da Policia Judiciaria.

Nasceu assim a candidatura "Ser Sporting" sob o lema "o regresso aos sócios" e com um vasto programa que que visava promover um novo estreitamento da relação entre o clube e os seus sócios e adeptos, com medidas que se repartiam pelos temas Clube e Sócios, Ecletismo e Modalidades, Futebol, Finanças, Comercial e Marketing e Património.

Bettencourt recusou fazer debates com o seu opositor, prometendo apenas dar seguimento ao trabalho de Soares Franco, quer na área desportiva, onde garantiu fidelidade a Paulo Bento, com o célebre slogan "Bento forever", quer na área financeira, onde se propunha a concluir a reestruturação iniciada pelo Presidente cessante, mas fugindo a grandes explicações, alegadamente por não querer maçar os sócios com as complexas engenharias financeiras que estavam programadas.

A campanha não chegou a aquecer muito, tal era a diferença de meios entre as partes. José Eduardo Bettencourt apareceu como o menino pródigo do "Projecto Roquete", cuja imagem de sócio apaixonado, contrastava com a frieza do seu antecessor, que só tinha duas horas por dia para dedicar ao Sporting, ao contrario dele que vinha para ser Presidente remunerado e a tempo inteiro, enquanto do lado contrário, a lista da oposição nunca conseguiu descolar da imagem de um grupo de bons rapazes, sem experiência nem meios para conduzir um Clube da dimensão do Sporting.

Assim no dia 5 de Junho de 2009 José Eduardo Bettencourt foi eleito Presidente do Sporting Clube de Portugal, recebendo a confiança de 89,4% dos 11360 sócios que marcaram presença na Assembleia-Geral eleitoral realizada nesse dia.

Resultados finais oficiais:

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL:

  • LISTA A - Santos Ferro - 12,39 % 1398 sócios/ 8430 votos
  • LISTA C - Dias Ferreira - 87,61 % 9887 sócios/ 63377 votos

CONSELHO DIRECTIVO:

  • LISTA A - Paulo Pereira Cristóvão - 10,57 % 1199 sócios/ 6926 votos
  • LISTA C - José Eduardo Bettencourt - 89,43 % 10142 sócios/ 65540 votos

CONSELHO FISCAL E DISCIPLINAR:

  • LISTA A - Rodrigues Henriques - 11,46 % 1293 sócios/ 7497 votos
  • LISTA C - Agostinho Abade - 88,54 % 9990 sócios/ 64572 votos

CONSELHO LEONINO:

  • LISTA A - 7,8 % 913 sócios/ 5347 votos
  • LISTA B - 7,51 % 988 sócios/ 5146 votos
  • LISTA C - 84,69 % 9275 sócios/ 58064 votos

As eleições de 2011

Depois do falhanço de José Eduardo Bettencourt que se demitiu em 15 de Janeiro de 2011, pela primeira vez estava realmente em perigo a continuidade do "Projecto Roquete", ou do que dele restava, e assim a Assembleia Geral eleitoral extraordinária foi agendada com mais de dois meses de antecedência, para o dia 26 de Março de 2011, dando origem a um longo e muito concorrido e mediático processo eleitoral, marcado por inúmeros e pouco esclarecedores debates televisivos.

O primeiro candidato a candidato a aparecer foi o empresário Brás da Silva, que anunciou ter um fundo de 50 milhões € para investir no futebol, o que logo levantou suspeitas sobre a origem desse capital, que se dizia que viria de Angola, mas a verdade é que este candidato depressa desistiu, afirmando-se traído e alvo de ameaças.

Outro nome muito falado foi o de João Rocha Jr., que manteve o tabu da sua candidatura, ao ponto de nunca ter dito uma única palavra sobre ela, ou sobre qualquer outra coisa relacionada com estas eleições.

Do nada surgiu o jovem Bruno Carvalho, que acabaria por ser a grande figura destas eleições, também ele com um muito discutido fundo de 50 milhões €, este com origem na Rússia, aonde o candidato se deslocou para apresentar os seus investidores. Para além disso Carvalho apresentou como os seus principais trunfos, o mediático comentador Eduardo Barroso na posição de candidato à Presidência da Mesa da Assembleia Geral, Augusto Inácio como vice-presidente para a área do futebol e o holandês Van Basten, para treinador.

Dias Ferreira finalmente assumiu-se mesmo como candidato, apostando em nomes sonantes como Paulo Futre para Director Desportivo, o que causou algum mau estar entre os que não tinham esquecido as traições daquele que foi um dos melhores produtos da formação leonina, e o prestigiado treinador holandês Frank Rijkaard, que mais uma vez entrava na órbita do Sporting.

Mas o momento inesquecível desta campanha, foi a conferência de imprensa em que Futre anunciou uma longa lista de craques que prometia contratar, e que era encerrada com o melhor jogador chinês da actualidade, que segundo ele iria trazer a Portugal charters cheios de chineses, para assistirem aos jogos do Sporting.

Outro candidato foi Pedro Baltazar, que até há bem pouco tempo tinha sido o maior investidor privado da SAD. Prometeu ser um Presidente à imagem de João Rocha e manter José Couceiro à frente do futebol, apostando no brasileiro Zico para o lugar de treinador, mas mostrou algumas dificuldades de comunicação e exagerou nos ataques ao candidato Bruno Carvalho.

Sérgio Abrantes Mendes e Zeferino Boal seriam os outros dois candidatos, sendo que o segundo desistiria a troco do primeiro lugar na lista de candidatos ao Conselho Leonino, do primeiro, que desta vez apareceu com um discurso tão ponderado e realista, como pouco entusiasmante. Também prometeu manter José Couceiro à frente do futebol, e apostou num treinador brasileiro, mas neste caso era Dunga o escolhido.

Do lado da situação, Rogério Alves foi o primeiro nome a ser falado, mas acabou por ser apenas candidato à Presidência da Mesa da Assembleia-Geral, aparecendo Godinho Lopes como cabeça de uma lista que tentou ser o mais abrangente possível, incluindo nomes como Nobre Guedes, Pereira Cristóvão ou Carlos Barbosa.

Godinho Lopes foi atacado por todos como sendo o candidato da continuidade, negando sempre esse rotulo, e apostando tudo no prestigio da dupla Luís Duque e Carlos Freitas, como os homens fortes do futebol, à medida que ia deixando sair alguns nomes de jogadores a contratar, para além de nunca ter negado que o seu treinador era Domingos Paciência.

O desenrolar da campanha levou a uma bipolarização, com Bruno Carvalho sempre a subir, e a ser entusiasticamente apoiado por uma camada de sócios mais jovens, enquanto do outro lado, Godinho Lopes se sustentava no apoio dos sócios mais antigos e conservadores. Assim as sondagens davam um empate técnico, com ligeira vantagem para Carvalho.

A noite eleitoral foi longa e agitada. Uma sondagem à boca das urnas, dava a vitória a Bruno Carvalho, e à medida que a contagem dos votos se ia arrastando pela noite dentro, os rumores da vitória do candidato da rotura iam aumentando, enquanto os seus apoiantes já faziam a festa. Mas por volta da 6 da manhã Godinho Lopes foi anunciado como vencedor, por uma margem de 360 votos, num universo de mais de 91 mil, que correspondiam a 14560 sócios votantes, o que acabou por gerar a revolta dos que cá fora já estavam convencidos de que o momento da mudança tinha chegado, e que impediram o tradicional discurso de vitória e a aclamação do Presidente eleito, cerimonia que se viria a realizar à porta fechada no Auditório do Estádio.

Para adensar a confusão e as dúvidas, Eduardo Barroso foi eleito Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, não tendo comparecido na cerimonia de posse, enquanto lá fora Bruno Carvalho apelava à calma dos seus apoiantes e prometia não baixar os braços.

De facto, no dia seguinte o candidato derrotado declarou que iria interpor uma providencia cautelar, para declarar como nulos os resultados daquelas eleições, que pretendia impugnar, alegando diversas inconformidades, nomeadamente no que diz respeito às diferenças entre o numero de sócios registados e numero de sócios votantes em cada um dos órgãos sociais.

No entanto a referida providência cautelar seria indeferida pelo Tribunal e Bruno Carvalho abdicaria da impugnação, prometendo ficar vigilante e voltar a candidatar-se.

Resultados finais oficiais:

CONSELHO DIRECTIVO

Total de votos

  • LISTA A - Godinho Lopes - 33275 - 36,55%
  • LISTA B - Pedro Baltazar - 8013 - 8,80%
  • LISTA C - Bruno Carvalho - 32915 - 36,15%
  • LISTA D - Dias Ferreira - 15062 - 16,54%
  • LISTA E - Abrantes Mendes - 1777 - 1,95%

Total de sócios votantes

  • LISTA A - 4511 - 30,98%
  • LISTA B - 1191 - 8,18%
  • LISTA C - 6047 - 41,53%
  • LISTA D - 2552 - 17,53%
  • LISTA E - 259 - 1,78%

Votos brancos/nulos

  • Quantidade de votos: 440
  • Quantidade de sócios: 59

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL

Total de votos

  • LISTA A - Rogério Alves - 33396 - 36,88%
  • LISTA B - Santana Lopes - 8881 - 9,81%
  • LISTA C - Eduardo Barroso - 34417 - 38,01%
  • LISTA D - Melo Medeiros 11341 - 12,52%
  • LISTA E - Soares Machado 2524 - 2,79%

Total de sócios

  • LISTA A - 4533 - 31,35%
  • LISTA B - 1384 - 9,57%
  • LISTA C - 6247 - 43,21%
  • LISTA D - 1912 - 13,22%
  • LISTA E - 382 - 2,64%

Votos brancos/nulos

  • Quantidade de votos: 740
  • Quantidade de sócios: 125

CONSELHO FISCAL E DISCIPLINAR

Total de votos

  • LISTA A - Mello Franco - 33899 - 37,64%
  • LISTA B - Valença Pinto - 7750 - 8,60%
  • LISTA C - Vieira Sampaio - 27778 - 30,84%
  • LISTA D - António Samagaio - 12530 - 13,91%
  • LISTA E - Alexandre Mestre - 2161 - 2,40%
  • LISTA F - Frederico Abreu - 5952 - 6,61%

Total de sócios

  • LISTA A - 4658 - 32,47%
  • LISTA B - 1141 - 7,95%
  • LISTA C - 5080 - 35,41%
  • LISTA D - 2075 - 14,46%
  • LISTA E - 343 - 2,39%
  • LISTA F - 1050 - 7,32%

Votos em branco/nulos

  • Quantidade de votos: 1380
  • Quantidade de sócios: 252

CONSELHO LEONINO

Total de votos

  • LISTA A - 27513 - 30,74%
  • LISTA B - 6165 - 6,89%
  • LISTA C - 17250 - 19,28%
  • LISTA D - 11456 - 12,80%
  • LISTA E - 1925 - 2,15%
  • LISTA G - 3865 - 4,32%
  • LISTA H - 12840 - 14,35%
  • LISTA I - 5496 - 6,14%
  • LISTA J - 2982 - 3,33%

Quantidade de sócios

  • LISTA A - 3726 - 25,93%
  • LISTA B - 927 - 6,45%
  • LISTA C - 3138 - 21,84%
  • LISTA D - 1883 - 13,10%
  • LISTA E - 290 - 2,02%
  • LISTA G - 634 - 4,41%
  • LISTA H - 2172 - 15,12%
  • LISTA I - 1140 - 7,93%
  • LISTA J - 459 - 3,19

Votos em branco/nulos

  • Quantidade de votos: 1091
  • Quantidade de sócios: 167


Galeria dos Presidentes

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Visconde de Alvalade
De 04-01-1910 a 28-07-1917
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Sanches Navarro
De 28-07-1917 a 27-07-1918
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Queirós dos Santos
De 27-07-1918 a 06-11-1920
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Sanches Navarro
De 06-11-1920 a 21-07-1923
Carlos Basílio de Oliveira
De 21-07-1923 a 29-07-1924
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Sanches Navarro
29-07-1924 a 23-02-1926
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Queirós dos Santos
De 23-02-1926 a 24-07-1926
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Sanches Navarro
De 24-07-1926 a 03-03-1927
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Queirós dos Santos
De 03-03-1927 a 21-07-1927
Ernesto Navarro
De 21-07-1927 a 12-03-1929
Rebelo da Silva
De 12-03-1929 a 27-07-1933
Ernesto Navarro
De 27-07-1933 a 19-06-1938
Nunes Frade
De 19-06-1938 a 05-08-1939
Campos Figueira
De 05-08-1939 a 02-09-1942
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Diogo Alves Furtado
De 02-09-1942 a 17-11-1943
10º Torres de Sousa
De 17-11-1943 a 16-09-1944
11º
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Maia de Loureiro
De 16-09-1944 a 19-01-1946
12º
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Palma Carlos
De 19-01-1946 a 31-01-1957
13º
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Tito Arantes
De 31-01-1957 a 07-01-1959
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Diogo Alves Furtado
De 07-01-1959 a 10-05-1961
12º
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Palma Carlos
De 10-05-1961 a 19-03-1962
14º
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Salazar Leite
De 19-03-1962 a 10-05-1963
15º
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Góis Mota
De 10-05-1963 a 14-12-1964
16º
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Amado de Aguilar
De 28-07-1965 a 04-04-1973
17º Silveira Machado
De 04-04-1973 a ??-??-19??
18º
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Santos Ferro
De ??-??-19?? a 31-07-1980
19º
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Emídio Pinheiro
De 31-07-1980 a 03-08-1987
20º
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Calixto Pires
De 03-08-1987 a 25-06-1988
21º
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Sérgio Abrantes Mendes
De 25-06-1988 a 23-06-1989
22º
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Nunes da Silva
De 23-06-1989 a 27-06-1991
23º Raposo de Magalhães
De 27-06-1991 a ??-??-199?
24º Santos Monteiro
De ??-??-199? a 06-06-1995
25º
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Miguel Galvão Teles
De 06-06-1995 a 29-04-2006
26º
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Rogério Alves
De 29-04-2006 a 05-06-2009
27º
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Dias Ferreira
De 06-06-2009 a 14-02-2011
28º
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Lino de Castro
De 14-02-2011 a 27-03-2011
29º
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Eduardo Barroso
Desde 27-03-2011