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A secção de [[Motorismo]] tinha sido criada em 1950, com as sub-secções de [[Automobilismo]] e [[Motociclismo]], dirigida por Manuel Nunes dos Santos. O Automobilismo contava com cerca de 70 praticantes.
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A secção de [[Motorismo]] tinha sido criada em 1950, com as sub-secções de [[Automobilismo]] e [[Motociclismo]], dirigida por [[Manuel Nunes dos Santos]]. O Automobilismo contava com cerca de 70 praticantes.
  
Seis equipas do Sporting, cada uma constituída por um ou dois pilotos, participaram no XXI Rally de Monte Carlo, o qual começou a 23 de janeiro. Os resultados foram brilhantes, os melhores de sempre até então obtidos por portugueses, e nunca igualados desde então (até 2019 pelo menos): O [[Conde de Monte Real]], juntamente com Manuel José Palma, obtiveram um extraordinário 2º lugar. Correram com um Ford V8, um carro inferior aos concorrentes diretos, e sem terem o apoio mecânico da marca, contrariamente aos concorrentes. Manuel Nunes dos Santos, juntamente com o Eng. Júlio Bastos num BMW 340, ficou em 8º, um lugar também histórico. José Duarte Ramos Jorge ficou em 14º ao volante dum Hotchkiss 686. João Ramos Castello Branco ficou em 19º conduzindo um Standard Vanguard. Carlos Pinto Coelho ficou-se pelo 96º lugar com o seu Riley 2.5L. Os irmãos João e Alberto Graça foram os restantes participantes da comitiva leonina. Note-se que sendo o regulamento da prova omisso quanto à representação de clubes, o Automóvel Clube Português se recusou a comunicar aos organizadores do International Sporting Club du Monaco a afiliação dos pilotos leoninos, tendo sido o próprio [[Sporting Clube de Portugal]] a fazê-lo.
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Seis equipas do Sporting, cada uma constituída por um ou dois pilotos, participaram no XXI Rally de Monte Carlo, o qual começou a 23 de janeiro. Os resultados foram brilhantes, os melhores de sempre até então obtidos por portugueses, e nunca igualados desde então (até 2019 pelo menos): O [[Conde de Monte Real]], juntamente com Manuel José Palma, obtiveram um extraordinário 2º lugar. Correram com um Ford V8, um carro inferior aos concorrentes diretos, e sem terem o apoio mecânico da marca, contrariamente aos concorrentes. [[Manuel Nunes dos Santos]], juntamente com o Eng. Júlio Bastos num BMW 340, ficou em 8º, um lugar também histórico. José Duarte Ramos Jorge ficou em 14º ao volante dum Hotchkiss 686. João Ramos Castello Branco ficou em 19º conduzindo um Standard Vanguard. Carlos Pinto Coelho ficou-se pelo 96º lugar com o seu Riley 2.5L. Os irmãos João e Alberto Graça foram os restantes participantes da comitiva leonina. Note-se que sendo o regulamento da prova omisso quanto à representação de clubes, o Automóvel Clube Português se recusou a comunicar aos organizadores do International Sporting Club du Monaco a afiliação dos pilotos leoninos, tendo sido o próprio [[Sporting Clube de Portugal]] a fazê-lo.
  
 
O feito foi tanto mais extraordinário quanto era a primeira vez que Jorge de Melo e Faro, [[Conde de Monte Real]], tinha participado na prova, e não correu com o seu próprio carro. Este, um Alard, teve a inscrição recusada por não ser construído totalmente numa única fábrica. Assim, o Conde de Monte Real pediu emprestado a Manuel Palma um Ford de série e com mais de 100 mil kms, o qual avariou pouco antes da partida: o dínamo não carregava, a correia da ventoinha tinha partido, e a bomba de água estava rota levando a um aumento da temperatura do motor. Um arranjo de última hora colocou o carro em condições de correr. No fim da corrida, foi alegado por um piloto francês que o carro do vencedor estaria modificado com um motor diferente do de série, o qual já teria sido usado em Le Mans. Isso seria motivo de desclassificação, a qual daria a vitória a Melo e Faro, e levou a um protesto junto da organização. Por ser de difícil prova, e com Melo e Faro já em Portugal, o protesto acabou por não ter seguimento.
 
O feito foi tanto mais extraordinário quanto era a primeira vez que Jorge de Melo e Faro, [[Conde de Monte Real]], tinha participado na prova, e não correu com o seu próprio carro. Este, um Alard, teve a inscrição recusada por não ser construído totalmente numa única fábrica. Assim, o Conde de Monte Real pediu emprestado a Manuel Palma um Ford de série e com mais de 100 mil kms, o qual avariou pouco antes da partida: o dínamo não carregava, a correia da ventoinha tinha partido, e a bomba de água estava rota levando a um aumento da temperatura do motor. Um arranjo de última hora colocou o carro em condições de correr. No fim da corrida, foi alegado por um piloto francês que o carro do vencedor estaria modificado com um motor diferente do de série, o qual já teria sido usado em Le Mans. Isso seria motivo de desclassificação, a qual daria a vitória a Melo e Faro, e levou a um protesto junto da organização. Por ser de difícil prova, e com Melo e Faro já em Portugal, o protesto acabou por não ter seguimento.
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A 7 de outubro, o Sporting organizou o II Rali das Vindimas, para automóveis e motociclos.
 
A 7 de outubro, o Sporting organizou o II Rali das Vindimas, para automóveis e motociclos.
  
O [[Conde de Monte Real]] venceu o Campeonato Nacional de Rampa, com 4 vitórias nas 5 provas, perdendo apenas na última, a Rampa da Pena. O Marquês da Fronteira ficou em 2º lugar. Manuel Nunes dos Santos ficou em 4º.
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O [[Conde de Monte Real]] venceu o Campeonato Nacional de Rampa, com 4 vitórias nas 5 provas, perdendo apenas na última, a Rampa da Pena. O Marquês da Fronteira ficou em 2º lugar. [[Manuel Nunes dos Santos]] ficou em 4º.
  
 
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Revisão das 18h33min de 14 de novembro de 2020

Época anterior:
Automobilismo 1950
Época seguinte:
Automobilismo 1952

Em 2º lugar no Rally de Monte Carlo

Jorge de Melo e Faro, Conde de Monte Real, com a Direção do Sporting

A secção de Motorismo tinha sido criada em 1950, com as sub-secções de Automobilismo e Motociclismo, dirigida por Manuel Nunes dos Santos. O Automobilismo contava com cerca de 70 praticantes.

Seis equipas do Sporting, cada uma constituída por um ou dois pilotos, participaram no XXI Rally de Monte Carlo, o qual começou a 23 de janeiro. Os resultados foram brilhantes, os melhores de sempre até então obtidos por portugueses, e nunca igualados desde então (até 2019 pelo menos): O Conde de Monte Real, juntamente com Manuel José Palma, obtiveram um extraordinário 2º lugar. Correram com um Ford V8, um carro inferior aos concorrentes diretos, e sem terem o apoio mecânico da marca, contrariamente aos concorrentes. Manuel Nunes dos Santos, juntamente com o Eng. Júlio Bastos num BMW 340, ficou em 8º, um lugar também histórico. José Duarte Ramos Jorge ficou em 14º ao volante dum Hotchkiss 686. João Ramos Castello Branco ficou em 19º conduzindo um Standard Vanguard. Carlos Pinto Coelho ficou-se pelo 96º lugar com o seu Riley 2.5L. Os irmãos João e Alberto Graça foram os restantes participantes da comitiva leonina. Note-se que sendo o regulamento da prova omisso quanto à representação de clubes, o Automóvel Clube Português se recusou a comunicar aos organizadores do International Sporting Club du Monaco a afiliação dos pilotos leoninos, tendo sido o próprio Sporting Clube de Portugal a fazê-lo.

O feito foi tanto mais extraordinário quanto era a primeira vez que Jorge de Melo e Faro, Conde de Monte Real, tinha participado na prova, e não correu com o seu próprio carro. Este, um Alard, teve a inscrição recusada por não ser construído totalmente numa única fábrica. Assim, o Conde de Monte Real pediu emprestado a Manuel Palma um Ford de série e com mais de 100 mil kms, o qual avariou pouco antes da partida: o dínamo não carregava, a correia da ventoinha tinha partido, e a bomba de água estava rota levando a um aumento da temperatura do motor. Um arranjo de última hora colocou o carro em condições de correr. No fim da corrida, foi alegado por um piloto francês que o carro do vencedor estaria modificado com um motor diferente do de série, o qual já teria sido usado em Le Mans. Isso seria motivo de desclassificação, a qual daria a vitória a Melo e Faro, e levou a um protesto junto da organização. Por ser de difícil prova, e com Melo e Faro já em Portugal, o protesto acabou por não ter seguimento.

Automobilistas do Sporting tomaram parte em diversas provas nacionais ao longo do ano. O Sporting organizou um rali noturno em 21 de abril, o qual foi adiado devido à morte do chefe de Estado Marechal Carmona, acabando por se realizar a 1 e 2 de junho.

Joaquim Filipe Nogueira venceu o Rali Internacional de Lisboa. O II Grande Prémio de Portugal em Automobilismo decorreu a 17 de junho no Porto, com a participação de muitos concorrentes estrangeiros, geralmente com máquinas mais potentes.

Ernesto Martorell e António Leitão de Oliveira participaram na Volta à França. Martorell desistiu por avaria, e Leitão de Oliveira ficou em 23º na categoria de 1500 cc.

A 7 de outubro, o Sporting organizou o II Rali das Vindimas, para automóveis e motociclos.

O Conde de Monte Real venceu o Campeonato Nacional de Rampa, com 4 vitórias nas 5 provas, perdendo apenas na última, a Rampa da Pena. O Marquês da Fronteira ficou em 2º lugar. Manuel Nunes dos Santos ficou em 4º.

A época acabou com o II Rali Encerramento organizado pelo Sporting a 16 de dezembro.


Figuras

Secção

Capitão Secretários
Manuel Nunes dos Santos António Leitão de Oliveira
Simon Hansen
Fernando Mendes
António Rodrigues de Carvalho
Domingos Ferreira
João Gagliardini Graça
João Jacinto

Pilotos

Motorista Motorista Motorista
Alberto Gagliardini Graça José Duarte Ramos Jorge Manuel Nunes dos Santos
Júlio Bandeira Bastos Carlos Pinto Coelho João Ramos Castelo Branco
Luís Aguiar Manuel José Palma Eng. Júlio Bastos
João Ramos Castello Branco João Gagliardini Graça Conde de Monte Real
Joaquim Filipe Nogueira Fernando Stock Ernesto Martorell
D. Fernando de Mascarenhas, Marquês da Fronteira Simon Hansen António Leitão de Oliveira
Carlos Alberto Vinhas Santos Daniel de Magalhães Manuel Marçal de Mendonça
Fernando Luís Pinto Basto José Tojal
Fernando Pereira

Troféus conquistados

Nacional individual

Outras provas

  • I Rally à Serra da Estrela
  • Rampa da Arrábida (1ª prova do Camp Nacional de Rampa)
  • Rampa da Falperra (2ª prova do Camp Nacional de Rampa)
    • D. Jorge de Monte Real
  • Prova de perícia de Torres Vedras
    • Joaquim Filipe Nogueira
  • Rali de Torres Vedras
  • Rali Internacional de Lisboa
    • Joaquim Filipe Nogueira
  • Critério 1951 do Clube 100 à Hora
    • Filipe Nogueira
  • Rali ao Porto
    • Leitão de Oliveira
  • Rampa do Gradil (prova do Camp Nacional de Rampa)
    • D. Jorge de Monte Real
    • Categoria 750 cc: Daniel de Magalhães
  • 2º Critério 1951 do Clube 100 à Hora
    • 4ª cat.: Ernesto Martorell
    • 5ª cat.: Daniel Magalhães
  • II Prova de Perícia e Condução
    • Filipe Nogueira
  • 3º Critério 1951 do Clube 100 à Hora
    • 4ª cat.: Ernesto Martorell
    • 5ª cat.: Daniel Magalhães
  • Gincana da Amadora
    • Filipe Nogueira
  • Prova de Oeiras
    • Filipe Nogueira
  • Prova da Costa da Caparica
    • Coletivo: Sporting
    • Daniel Magalhães
  • Rali a Vigo
    • Filipe Nogueira e Hermano Areias
  • Taça de Ouro da Póvoa do Varzim
    • Filipe Nogueira
  • Rampa de Santa Luzia (prova do Camp Nacional de Rampa)
    • D. Jorge de Monte Real
  • Rali das Vindimas
  • Absoluto: Joaquim Filipe Nogueira
    • Perícia: Filipe Nogueira
    • Classe B: Filipe Nogueira
  • 3º Circuito da Parada
    • Filipe Nogueira
  • Rali de São Martinho
    • Fernando Pereira
    • Perícia: Filipe Nogueira


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